"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, junho 03, 2019

Apresentação de "Uma Casa é Como Uma Árvore por Dentro" em Oledo (Idanha-a-Nova)

Quinze dias após a apresentação em Mértola ( que ocorrera na sexta 17 de Maio), viajei até Oledo (Idanha-a-Nova) para, com o apoio da Associação Raia Gerações e da Junta de Freguesia de Oledo, prosseguir a divulgação do meu 22º livro de poesia, na sexta 31 de Maio de 2019.
Na assistência estavam, entre outros, o Amigo Francisco Miguel Barata Roxo de Alpedrinha, que fez a reportagem fotográfica, o  doutorando Vasco Teixeira e o jovem poeta João Nery (que foi convidado a dizer um texto de sua autoria), além de público oriundo de vários lugares da Beira Baixa e do próprio presidente da Junta de Freguesia de Oledo, senhor Joaquim Laranjo. A sessão terminou com uma intervenção musical, a cargo de Tom Hamilton, músico escocês radicado na Idanha há cerca de três décadas que acompanhou a Jovem cantora Solange de Sousa, cujas interpretações peculiares de temas da música tradicional impressionaram pela qualidade.
Coube ao querido Amigo e Antropólogo Eddy Nelson Chambino apresentar o autor e a obra, desta forma magistral:


"A poesia do Luís é solar mas por vezes ganha um estranho impulso de sopros nocturnos que são também vertigens de sonhos e de viagens.



O poeta-antropólogo é um viajante de olhares fascinados, percorre os escaparates das cidades e esses lugares tão próximos e tão distantes.



 É clássica a sua persistência, principalmente quando se abeira das sombras dos caminhos na procura de saberes tão diversos e sempre tão claros.



O Luís é amigo de tenras e fraternas amizades que no mundo de hoje, tão hiperconectado de solidões, soam já como uma música das coisas perdidas.



A noite na poesia do Luís surge quase sempre como um continente de anseios e de mansas vertigens, mas não pensem só nos tectónicos adormecimentos, porque há gritos, roucos e frenéticos, na poesia do Luís.



E finalmente o poeta chega a casa, esta casa que é uma árvore por dentro, por onde as viagens entram e saem como cristais lapidados. Mas também parece uma casa que o poeta quer deixar, como se deixam as palavras a arder num papel embrulhado ou as partidas depois dos encontros.



E nós aqui, combinados e encontrados no centro deste final de tarde de Maio, em Oledo, tão silenciosos havemos sempre de nos lembrar até ao profundo dos nossos dias que os poetas hão-de acender sempre muitas casas como nós….Bem hajas Luís…"

 

Eddy Chambino 


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