O livro "As Palavras que Faltam" foi lançado em Morille/Salamanca, no âmbito do PAN/2018.
Tive o ensejo de viajar com Fernando Duarte, com este objectivo, ainda que desta vez alguns problemas de saúde tivessem exigido mais de mim, porque o calor desaconselhava viagens.
De qualquer forma, a vontade fraterna de levar a obra até Castilla y Léon, num contexto de Poesia Transfronteiriça, imperou - e o evento concretizou-se, no Salão de Plenos do Ayuntamiento de Morille.
Na ocasião, e com base num escrito, produzido a propósito, e após começar por citar um dos anteriores intervenientes, que deixara escapar a bela frase "Quanto não vale o Sonho num país de loucos!?" disse isto:
"A Poesia de Fernando Duarte, foi emergindo ao longo dos anos, com carácter de urgência.
Os livros vão-se sucedendo a um ritmo inesperado.
Tenho o gosto de ter assistido à evolução, desde o já distante "quase cem poemas de amor e outros fragmentos". "A Hora das Coisas", que tive o privilégio de prefaciar e "As Palavras que Faltam" chegam hoje a Morille, neste Encontro e Festival de Poesia Transfronteiriça, Património e Arte de Vanguarda, em Meio Rural".
E tal como afirmei, este Poeta, que há muitos anos me escreveu cartas do Alaska, onde a veia poética já se manifestava, que teve prémios em concursos literários e que faz chegar a sua Voz a periódicos da América Latina, entre outras geografias, é uma voz singular, desdizendo o dizível, em versos originais, é desconcertante na sua crueza ou na inesperada ternura.
Vale a pena descobrir este Poeta através dos seus livros, porque nos enriquecemos com a reinvenção dos versos, que nascem do gesto que molda o barro ou na incansável busca das sílabas.
É por esta razão - pela sua qualidade - que Fernando Duarte está por mérito próprio - em Morille.
Como é habitual, o autor - que distribuiu a todos os presentes uma folha com alguns dos seus poemas - fez uma intervenção, onde evocou a Musa inspiradora desvendando o minucioso labor da concepção dos versos que integram este e todos os seus livros já publicados.
Foi com agrado que constatámos o interesse da assistência nesta intervenção e nos poemas que foram ditos pelo autor.
(Texto de Luís Filipe Maçarico; Fotografias de Creudénia Freitas Santos))