"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, junho 26, 2022

Depoimento sobre o GDEC


 




                                       





Em 1996 associei-me ao GDEC pela mão de dois dirigentes de referência (Jorge Rua de Carvalho e Jorge Neves), que ao longo de décadas deram grande parte da sua vida ao convívio fraterno, ao Teatro que sempre foi um dos grandes valores desta colectividade e ao voluntariado que os fez gerir, integrando vários corpos sociais, os destinos colectivos.

Associações como esta, fundada por pessoas que desejavam criar uma escola para os filhos dos mais necessitados, daí o nome “Escolar”, que o Grupo também “Dramático” ostenta, combatendo então o analfabetismo e o alcoolismo que seriam abundantes em 1906, têm um mérito que o tempo não apaga, enquanto a memória identitária persistir.

Para muitos habitantes do bairro actuais e ex dirigentes, associados de longa data, este espaço de tantas actividades foi e será sempre considerado a “Segunda Casa”.

Com os dois referidos veteranos e mais um punhado de jovens participei em “O Teatro Segue Dentro de Momentos”, onde se reviviam quadros de revistas antigas, alguns cantados, incluindo uma parte do texto de minha autoria.

Nos “Combatentes” organizei e participei em várias Noites de Música e Poesia, apresentei diversos livros de Poemas e Contos, meus, mas também de Paula Silva e Fernando Duarte, com largas e participativas assistências e um estudo sobre Associativismo, com dirigentes da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, recentemente distinguida pelo Presidente da República.

A par disso, coordenei, enquanto representante da CPCCRD, com a Professora Doutora Maria João Brilhante e o Professor Doutor Carlos Patrício, o Relatório de estágio da licenciatura em Artes do Espectáculo “Reconhecimento do lugar social das Colectividades Recreativas na área metropolitana de Lisboa”, apresentado em Julho de 2006 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo a estudante acompanhado na segunda fase do estágio curricular o Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes” (páginas 17-48). O trabalho incluiu um questionário, que consta nos anexos, onde a autora incluiu fotografias dos diversos lugares da sede e até do Campo de Jogos.

Um artista plástico meu amigo - Rodrigo Dias - concebeu e implantou um painel de azulejos, que integra a sala de jogos, enriquecendo o edifício com uma obra de arte.

Não exagero ao testemunhar que centenas de pessoas frequentaram a sede do GDEC.

Entre elas, a Liga dos Amigos de Alpedrinha e o Grupo Etnográfico “Amigos do Alentejo” do Clube Recreativo do Feijó, foram alguns dos muitos participantes colectivos em inesquecíveis momentos de actividade cultural que a colectividade proporcionou aos seus associados, amigos e vizinhos. Relembro um dos prestigiados associados, cuja presença nessas sessões era constante, até porque morava perto - o poeta Fernando Pinto Ribeiro. Ocorrem-me em épocas recentes nomes como Elsa de Noronha, Teresa Bispo e Álvaro Faria, enquanto declamadores.

As frequentes Noites de Fado e as Revistas à Portuguesa integraram muitas noites de puro entretenimento, onde se revelaram nomes que hoje são conhecidos do grande público e está ainda na minha mente as presenças das saudosas Mariema e Ada de Castro.

Na área desportiva, a ginástica para idosos, a par do Taekwondo, marcaram os decénios contemporâneos, havendo um glorioso historial de inúmeras modalidades, patente nos recortes, fotografias, taças e outras provas materiais guardadas no importante museu associativo.


Maria Clara, cujo filho Dr. Júlio Machado Vaz proferiu uma extraordinária comunicação, aquando de uma deslocação a Lisboa, Aida Baptista, Arthur Duarte, Tony de Matos, Sidónio Muralha e mais recentemente Flávio Gil (jovem autor, actor, encenador, poeta e até ex presidente da direcção) são alguns dos nomes da Cultura Portuguesa, que cintilam no extraordinário quadro de honra da Colectividade.

A importância de uma associação centenária como esta não se esgota nestas palavras.

Os diversos depoimentos de outros associados permitirão enriquecer o conhecimento acerca de uma caminhada fantástica, em prol do bem - estar da Comunidade de pertença.

Ao longo dos anos, diversas publicações (jornais, boletins, menções na imprensa) espelharam os êxitos constantes. Muitas gerações foram bafejadas pela felicidade de conhecerem e interagirem com vizinhos, casamentos foram proporcionados, grandes amizades nasceram e permaneceram.

Seria injusto esquecer nesta breve resenha o enorme prazer dos arraiais, que no caso dos “Combatentes”, graças a uma parceria com os “Inválidos do Comércio” remetem para uma vivência das festas de aldeia, graças ao território onde se desenrolam os festejos.

Na cidade dos bairros antigos, que em Junho apresenta um tentador cartaz de celebrações genuínas, tornando Lisboa mais humana e para o qual contribuem decisivamente os infatigáveis voluntários que incarnam o espírito da festa, o GDEC destaca-se pela qualidade do ambiente, dos petiscos e dos grupos que vão animando musicalmente as noites.

Que cidade seria Lisboa se estas colectividades desaparecessem e estas pessoas fossem impedidas de continuar a sua obra?

Talvez não seja despropositado recordar o que escreveu Norberto Araújo e Amália Rodrigues cantou com música de Raúl Ferrão:

“Enquanto os bairros cantarem/ Enquanto houver arraiais/ Enquanto houver Santo António/ Lisboa não morre mais”.


Luís Filipe Maçarico (Antropólogo, Poeta, Associado nº 86, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral, em vários mandatos)

domingo, junho 19, 2022

“FEIJÓ, MEU LINDO FEIJÓ”, DE ANA DURÃO MACHADO. O CANTE EM ALMADA.

 







Ana Durão Machado, a autora do estudo marcante “Feijó, Meu Lindo Feijó”, é um ser humano que se rege pela ética, desempenhando com grande eficácia as suas investigações.

Antropóloga de formação, quando deu aulas em Cercal do Alentejo, deixou um precioso rasto, publicando dois trabalhos sobre antigas profissões locais: Barbeiros, Alfaiates e Costureiras, descrevendo com minúcia e rigor os pormenores e testemunhos de cada um desses ofícios.

Participou em inúmeros fóruns, partilhando os seus conhecimentos, sempre em reformulação, privilegiando a qualidade da sua observação-participante, cujas recolhas mereceram um tratamento quase laboratorial, reflectindo e expondo as problemáticas, sugerindo propostas de promoção para um património sobre o qual foi especializando o seu olhar, actualizando contextos.

 

Saúdo particularmente na pessoa do Professor Luís Palma, a União de freguesias que dirige, pelo apoio concedido à edição deste livro.´

O acompanhamento assíduo do Grupo “Amigos do Alentejo”, dos seus cantadores e familiares, a abordagem das diversas vertentes que um colectivo tão rico oferecia, das profissões dos elementos à vida familiar, as deslocações e respectivas actuações é evidenciado na sua tese de Mestrado, ponto de partida para este estudo…

 

Participei em diversas iniciativas do Grupo, então dirigido por Joaquim Afonso, e constatei o carinho a estima que aqueles alentejanos dedicavam à autora, pois o seu respeito resultava também da percepção da importância do seu trabalho, pelo retrato autêntico desta História do Encontro e Criatividade de homens e mulheres que recriaram em Almada as suas tradições, perpetuando a Identidade, trazida na alma e na pegada.

Enquadrando com bibliografia adequada, fruto de uma pesquisa extensiva, a sua escrita clara, bem alicerçada, enquanto cientista social atenta, neste livro, Ana Durão Machado procura chegar a um público alargado, designadamente à geração do Cante na diáspora.

A sua dissertação que tive o privilégio de ler, é a base da maioria destas páginas, que não perdem cientificidade por serem mais acessíveis a leitores não académicos.

O mérito de “Feijó, Meu Lindo Feijó” é a revisitação dos meses que a autora vivenciou, recolhendo o maior número de vozes e dados, para construir a obra, que será sempre uma referência para quem deseje abordar a caminhada do Cante fora do Alentejo.

 

O relacionamento social entre alentejanos, ao estabelecerem-se na margem sul, o alojamento, o associativismo, a criação e caracterização do Grupo Coral e Etnográfico, os conflitos e a importância do colectivo, as prácticas festivas, as modas trazidas e criadas na nova morada e os trajes, são alguns dos assuntos abordados.

 

Ao trabalho inicial, Ana Machado acrescenta a revisitação, após duas décadas da recolha inicial.

Agora com 25 cantadores, ensaiando ainda no Clube Recreativo do Feijó, o Grupo autonomizou-se, passando a ser uma Associação apenas com 70 associados, recebendo 500 euros anuais de quotização, o que limita a sua acção.

A doença, a morte e o envelhecimento dos seus elementos, cuja maioria é de Serpa e Moura, influencia a evolução do Grupo.

Todavia e como diz Ana Machado “o elemento cultural performativo” que o Cante constitui, continua a ser uma prática de busca da genuinidade das raízes.

“Os Amigos do Alentejo” continuam a atrair os alentejanos da Área Metropolitana de Lisboa.

 

Contudo, os mais novos não reproduzem a pertença dos migrantes antigos nem apreciam o Cante, pondo em causa a sobrevivência desta tradição.

Por isso, este registo actualizado eterniza décadas inesquecíveis de criatividade, amor à terra e união de gente que partilha um valor maior: A Singular Identidade que agrega diferenças, superando o Individualismo.

 

Parabéns, Ana Machado pelo teu contributo em relação ao qual não encontro paralelo, pois é muito completo, prolongando-se ao longo de mais de duas décadas, revisitando aquele colectivo, acrescentando as alterações que o desgaste do tempo vai consumando…

É um grande prazer ler a tua escrita, saborear a sabedoria que a honestidade dos teus textos contém.

Costumo dizer que os Antropólogos ficam valorizados, quando um trabalho de excelência se apresenta para fruição da Comunidade.

É o teu caso, por isso te agradeço a honra que tenho em estar hoje ao teu lado.

Bem Hajas!

 

13-5-2021

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

domingo, junho 12, 2022

“UMA CASA COM VOZ” DE ROSA CALADO

 




Com a originalidade que caracteriza a sua escrita, Rosa Calado transpôs, para um Caderno - acessível a todos os leitores - a História desta Casa, como se as suas paredes e tectos falassem, dando testemunho de grande parte dos noventa e nove anos de existência desta Associação Regionalista, no espaço onde estamos reunidos, começando por contextualizar o espírito do lugar.

 

“Uma Casa Com Voz” traz até nós o percurso de uma Casa brazonada, pertença da família Paes do Amaral, reflectindo acerca das mudanças toponímicas e explicando os motivos.

É um deslumbre ler estas páginas e saber mais sobre as origens do edifício e da rua, que espelham uma pesquisa aprofundada.

 

Ao longo do texto perpassam memórias, como a da escola primária, que durou quase duas décadas, ou do consultório médico, inaugurado em 1 de Fevereiro de 1942, dirigido pelo Dr. Ramon de La Féria, que ali permaneceu até 1972 ou ainda da tentativa de Mário Dionísio, Bento de Jesus Caraça e Fernando Lopes Graça de organizarem “concertos e palestras sobre música”, lamentavelmente sabotadas pelo regime de então. Mas há também a homenagem de desagravo de um grupo de intelectuais a Maria Lamas, através da realização de um jantar em 1947 e a reunião presidida por Aquilino Ribeiro e Ferreira de Castro, para apreciação e aprovação dos Estatutos da Sociedade Portuguesa de Escritores, além dos encontros do Cineclube ABC.

 

Lê-se de uma assentada e com agrado esta “Casa Com Voz” pela informação preciosa que nos é facultada de forma tão conseguida.

Assim se assinalam os 99 anos da Casa do Alentejo, com aquele envolvimento que as obras marcantes deixam no nosso caminho.

 

Recomendo vivamente que todos possam aceder a este magnífico trabalho, pois a sucessão de acontecimentos relatados contam, além de décadas de vida de gerações de alentejanos dedicados, a própria história da evolução de Lisboa, particularmente nesta zona da Baixa Pombalina.

 

Uma palavra final de agradecimento à Dra. Rosa Calado, pela sua dedicação à nobre causa do Associativismo Alentejano, tão enriquecida com este contributo e à própria Casa do Alentejo, pelo belo exemplo que partilha com a causa regionalista.

Luís Filipe Maçarico

9-6-2022

[Fotografias de Joaquim Avó, a quem agradeço por este registo.]

quarta-feira, junho 08, 2022

“DÓI-ME TUDO; SENHOR DOUTOR! ESTÓRIAS COM HUMOR APESAR DA COVID - 19” DE JORGE BRANCO, OU QUANDO O OLHAR DE UM MÉDICO TEM ESCALA HUMANA




A par de uma investigação aprofundada e transdisciplinar, acerca da sua terra natal repartida em vários volumes, cuja apresentação da “Fotobiografia de Uma Aldeia Alentejana” testemunhei num amplo e repleto salão na Comenda, com centenas de conterrâneos, Jorge Branco, em boa hora decidiu escrever sobre aspectos humorísticos da sua profissão, implicando um relacionamento onde o gracejo espreita e se derrama, entre médico e doentes.

 

Na Introdução a este “Dói-me tudo, senhor Doutor! Estórias com humor apesar da Covid - 19”, Jorge Branco explica o seu olhar sobre os doentes:

“Muitas dessas pessoas segui-as dezenas de anos: vi-as nascer, crescer, ter família, perderem-se na vida ou, as mais das vezes, singrarem e subirem a pulso pelas agruras do quotidiano de gente pobre. Mas, neste “vale de lágrimas”, sempre encontrei disposição e alento para relativizar o sofrimento e dar ânimo aos que dele precisam (…) Escolhi momentos de descontracção, de convivência pura, de entendimento humano, enfim, de boa disposição.

(…) Agradeço aos meus utentes, o seu manancial de boa disposição que transportam debaixo do manto nem sempre diáfano das queixas que os apoquentam diariamente.”

 

Na sua obra “O Riso”, Henri Bergson explica que “Para compreendermos o riso, temos de o repor no seu meio natural, que é a sociedade; temos sobretudo de determinar a sua utilidade de função, a sua função social.” (Op. Cit. P. 17)

 

Foi com grande agrado e muito divertimento que li esta colecção de apontamentos, crónicas, contos, textos sempre eivados de boa disposição que neste tempo de sobressaltos, tanta falta faz ao leitor, pois e citando ainda Bergson “O riso deve dar resposta a certas exigências da vida em comum”, porque “o riso deve ter uma significação social.” (Ibidem).

Supõe-se que a sequência dos textos não corresponde a uma cronologia de acontecimentos, ainda que se fundamentem na observação-participante que os antropólogos desenvolvem e a recolha de cariz também etnográfico tenha implicado a necessidade de um caderno de campo, onde se patenteiam mentalidades e comportamentos e o melhor património que é o próprio ser humano.

 

Tal como em João de Araújo Correia, a prática do consultório garante a experiência laboratorial de uma escrita original, retratando inúmeros pacientes e suas preocupações…

Enquanto aquele escritor da Régua criou personagens dramáticos que se tornaram clássicos da literatura portuguesa - como na velha das panelas, nos figos de pau, no mestre dos dízimos ou para o meu bispo, dos “Contos Bárbaros”, Jorge Branco regista episódios anedóticos, que são o contraponto alegre de situações sérias, acessíveis a qualquer leitor que se satisfaça com uma breve e hilariante descrição.

 

Do paciente incapaz de se “peidar” à utente que necessitava de várias caixas de aspirinas, para travar o envelhecimento das suas plantas, passando pelo homem que desejava um medicamento para se proteger da Covid, da qual ouvira falar na televisão, ou o marvilense que contraiu um ABC, cada caso merece uma reacção divertida ou intervenção que faz pensar e sorrir, no dizer do Bastonário da Ordem dos Médicos.

 

Juntando-se, na galeria dos médicos - escritores, como Júlio Dinis e Fernando Namora, Jorge Branco com a sua imaginação prodigiosa e sempre risonha, dá-nos a conhecer a incomodativa funcionária verborreica, a rapariga magra, aracnídea e a filha que proíbe o pai de beber, contribuindo na sua narração para evidenciar uma nova lista de personagens irresistíveis.

 

Jorge Branco, relatando muitos momentos e figuras da sua actividade laboral, demonstra uma enorme paciência, exercendo, como escreveu Júlio Machado Vaz em “Recuperar o Espanto: O Olhar da Antropologia”:

 “A arte de curar, mas também de cuidar do doente” (Op. Cit. P. 55) pois na Antropologia Médica “O ponto de partida lógico é a consulta, o diálogo médico-doente.” (Ibidem: 60)

Berta Nunes, em “O Saber Médico do Povo” avisa-nos que a doença “pode ter causas” naturais psicológicas, sociais ou espirituais e uma mesma doença pode ter vários níveis “causais”. (Op. Cit: 192).

 

Por vezes, encontramos doentes, que recusam fazer certos exames, parecendo saber mais que o médico, como é o caso da colonscopia de D. Engrácia e no caso do conto “Chulé”, não podemos deixar de lembrar Georges Vigarello, em “O Limpo e o Sujo”, chamando a atenção para o sabão que “apaga e dissolve a sujidade. Purifica.” (Op. Cit: 134).

 

A generalidade dos pacientes é gente dos bairros periféricos, que vive nas franjas da cidade, explicando com ignorância e simplicidade redutoras quadros clínicos complexos que o médico descodifica divertidamente, comentando a linguagem criativa dos populares, evitando a rotina.

Úrsula é um diálogo feliz, em contraponto com Grafemas, cujo doente é conflituoso. Os contrastes abundam.

Incoerente é a protagonista do derradeiro texto.

Efectivamente, Guiomar afirma não entender palavras como hidroterapia e talassoterapia, usando contudo vocábulos como miorrelaxantes, ansiolíticos, antidepressivos, estabilizadores do humor, analgésicos e enésima vez.

O desfecho revela uma petulância desconcertante que conduz o autor a mais uma tirada insólita e risível.

 

Livros como este fazem falta!

Revelam o lado cómico de uma profissão que lida com o padecimento dos utentes, enxergando na espontaneidade dos processos e respostas à ingenuidade dos queixosos, o lenitivo, para não só os predispôr para dias menos aflitivos como garantir àquele que se apoia na ciência e sabedoria, soluções que incluem chistes e gargalhadas nas conversas, receituário e análise.

A vida observada sob este prisma, é sem dúvida mais suportável.

Parabéns, Jorge Branco!

Parabéns à Colibri pela edição desta obra tão especial!

 

Luís Filipe Maçarico - autor do texto de apresentação e das imagens

(Poeta; Antropólogo)

18-4-2022/ 3-5-2022