"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quinta-feira, setembro 29, 2011

Tapada das Necessidades: Abaixo Assinado contra Nova Ameaça


Está on line um abaixo assinado, para salvaguardar a Tapada das Necessidades de novas ameaças.
Depois do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que pretendeu patrimonializar aquele belo espaço, surgiu agora a intenção, do vereador do ambiente, de abrir um restaurante de luxo, no antigo zoo, que a Junta de Freguesia dos Prazeres idealizara transformar em projecto pedagógico - As Casinhas Encantadas.
A ser concretizado, o restaurante (só para alguns) promoverá a desestabilização diurna e nocturna, pois a burguesia não gosta de andar a pé e para usufruírem do sítio provavelmente serão destruídas árvores, entretanto classificadas. O imbróglio está lançado...
Leia com atenção e subscreva, se concordar com o protesto que o GATN - Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades, concretizou há 3 dias na Net, o qual já obteve mais de 100 assinaturas.

TAPADA das NECESSIDADES
CML troca Projecto Social por Restaurante de Qualidade Superior



Os cidadãos abaixo-assinados consideram que:

A Câmara Municipal de Lisboa pretende construir um Restaurante no antigo Jardim Zoológico da Tapada, o que é uma forma intolerável de privar a população de um espaço público e histórico de excepção.

Ignora para isso um Projecto apresentado pela Junta de Freguesia dos Prazeres, as Casinhas Encantadas, dedicado à educação das crianças e ao bem-estar dos moradores e frequentadores do Parque.

Seria devastador o resultado da instalação de um Restaurante com os seus acessos, redes de iluminação, comunicações, águas e esgotos, gás, gestão de resíduos sólidos, demolições e construções de apoio e suas periódicas operações de manutenção.

A Tapada das Necessidades e o seu arvoredo são Monumentos de Interesse Público, não podendo o património cultural da cidade ser descurado e negligenciado.

A existência desse Restaurante obrigaria a estacionamento e circulação de veículos dentro da Tapada, com intenso movimento de pessoas até altas horas, de forma totalmente incompatível com a sua conservação e segurança, comprometendo o descanso de vizinhos, a paz e o sossego do local e permitindo depredações e danos no Património.

Quaisquer novas construções iriam descaracterizar o conjunto monumental do Jardim, com um brutal impacto e sem daí resultar qualquer vantagem para o ambiente, adulterando este lugar de privilégio que foi possível preservar durante século e meio.

Em defesa de Lisboa, os cidadãos abaixo assinados rejeitam a instalação do Restaurante na Tapada das Necessidades, objecto de Concurso Público Internacional lançado pela Câmara Municipal de Lisboa e que pretendem seja anulado.


http://www.gopetition.com/petitions/tapada-das-necessidades-cml-troca-projecto-social-por.html

Um dos Paraísos





















O pôr do sol em Odeceixe é um espectáculo, que sigo há vários anos.
Desta vez voltei à Residencial do Parque, do amigo Cláudio Duarte, que recebe como ninguém o forasteiro, cativando clientela fiel que volta sempre.
O pequeno almoço fabuloso, a simpatia do tratamento (toda a gente merece do Cláudio um atendimento vip), o preço convidativo, o conforto dos quartos, tudo conduz ao nosso regresso.
Durante uma semana, vivenciei dias tranquilos, num território que conheço bem, com uma pessoa suave - a São - que é uma excelente companheira de viagem.
O moinho de Marinhais, a conversa com o mestre moleiro Alexandre ("Os moinhos assim de abóbada, dizia o meu avô, são muito velhos, muito velhos!"), a vereda que desce até à vila, o percurso em torno da Ribeira, a caminho da praia das Adegas, as dunas com camarinhas, no alto das falésias, foram instantes mágicos que retive.
Para o ano, se estiver vivo, quero voltar a um dos paraísos, que é ali, em Odeceixe...
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

quarta-feira, setembro 28, 2011

Eu gosto de burros, mas é dos outros...


Amigos como o Professor Santiago Macias têm sofrido ataques viróticos nos seus blogues, por isso entendi que me deveria resguardar durante alguns dias, que coincidiram com férias.

Retorno, questionando a coerência de um dos ministros do actual (des)governo.
No início do mês, o basbaque que nos lixa com efe, garantia que em 2013 isto fica uma verdadeira maravilha.
Há uma semana, porém, advertiu que o pior está para vir...
Mas esta gente não se enxerga? Eu gosto de burros, mas é dos outros...

Estou mais que saturado disto tudo. Até ando a pensar na hipótese de reforma antecipada. Afinal de contas todos os meses retiram-me parte substancial do salário para impostos, taxas, sinto que estou a esforçar-me para ter como prémio o insulto, o amesquinhamento.
Afinal de contas trabalho há 40 anos e só me apetece dizer a certas figurinhas merdosas, com poder, "Puta que vos pariu!"
Tenho muito mais para dar à Comunidade, mas noutro filme, que este está gasto.


Estamos no tempo em que certos seres inqualificáveis mandam, influenciam, esforçando-se por destruir tudo o que foi feito de bom, ao longo de muitos anos.
Gentalha inculta e brutóide, que fala como caga, pensa como vomita e domina, espezinha, decide o nosso desastre.
Decididamente, prefiro os animais, a estas bestas!

LFM

sábado, setembro 17, 2011

Suspense


Depois de tudo o que ouvimos, a respeito do buraco orçamental da Madeira, será que aquela gente vai escolher uma vez mais o velho que ocupa o poder há tantos anos?
Se isso suceder, proponho um referendo. Não preciso dizer mais nada, pois não?
Texto e foto: LFM

quinta-feira, setembro 08, 2011

Alguém Explica?


Alguém me explica, porque razão o antigo presidente de um grande clube de futebol, se afastou do cargo, há uns tempos atrás, justificando com a sua vida pessoal, pois tinha empresas para orientar e agora regressa, como candidato à presidência da Federação?

Alguém me explica, porque razão um futebolista, que se amofinou, há uma semana, com o seleccionador nacional, abandonando a selecção, continuou a ser notícia nas rádios, televisões e jornais?

Alguém me explica, porque razão, o presidente de um dos maiores clubes portugueses, recebeu, como se fosse um estadista, com discursata, o antigo presidente do maior país lusófono, tendo sido essa notícia transmitida e retransmitida nos telejornais?

Ou será, que tudo isto se deve ao facto do futebol dar bastante jeito, em época de crise, para adormecer um povo, que fala de futebolistas, como se fossem filhos ou irmãos, não lê, não reflecte e transfere, ao votar, - quando vota, - para os políticos, as decisões, que também deveriam passar pelos cidadãos...?

Abonos de família inexistentes? Subsídio de desemprego mais curto? Desemprego prolongado? Taxação brutal dos transportes e de quase todos os bens? Fim de inúmeras comparticipações, na Saúde? Perda de apoios na Educação? O que interessa isso, quando há tanta turbulência no mundo do futebol?

Com uma gente tão atenta, as troikas bem podem arreganhar a taxa e rir a bandeiras despregadas...

Luís Filipe Maçarico

segunda-feira, setembro 05, 2011

Festa do Avante 2011: A Resistência Continua!


















No reencontro de amigos, como Abílio Fernandes ou José Rodrigues Simão, gente que participa na grande aventura do desenvolvimento do Alentejo, gostem ou não os que se lhes opõem, passando pelos mil momentos de animação que a Festa sempre tem, lá estive, mais uma vez - e voltarei, enquanto estiver vivo, para partilhar sorrisos e inquietações.

Fruí as conversas enriquecedoras, como aquela que tive com o António Ramos e esposa, provei as ameixas da Dina, vindas de Moreanes, a ginjinha lisboeta, que o Luís ofereceu aos colegas da CML, trouxe chá de poejo, que a companheira Madalena, de Alcaria Ruiva recomendou, abracei a Vanda, tão querida forever, acompanhei o Zé Alberto e a Eugénia, pelos recantos do recinto, e trouxe uma recordação luminosa, da exposição evocativa, da obra de Cipriano Dourado, que nos idos de 70 e 80 encontrei na Amadora. E também retive a cor intensa, vermelha, de um painel de Malangatana. A alma cheia de cor, na pegada do sonho, jamais extinto, apesar dos ladrões que assaltam a nossa caminhada,tentando derrubar-nos, impedir-nos, extinguir-nos!

Dizem-me que este ano é que foi, que a Festa teve muita, muita gente, que quase não se circulava no recinto do palco 25 de Abril, nem junto ao rio, perto do palco 1º de Maio.
Não vi Sérgio Godinho, pois sei que aquele espaço onde ele actuou é diminuto e sufocante, faz efeito de estufa, o que é pena.
Não vi os Trovante, porque além de estar à rasca do meu pé esquerdo, sinto um imenso desprezo por aquele fantoche, que cheguei a escutar, quando não imaginava que o figurão se iria tornar naquilo que é. Contaram-me que os tipos estão mesmo velhos...acho que não perdi nada!

Apenas assisti - e com muito agrado - pela beleza cintilante, frescura juvenil e voz divinal - ao espectáculo de Mayra Andrade. Não participei em mais nenhum programa musical, nem Ópera, nem Xutos ( gostaria de ter assistido, mas não foi possível, trabalhei no domingo).

Sexta, aliás, a entrada estava inconcebivelmente demorada. Fiquei mais de meia hora à espera de conseguir transpor a porta de acesso àquele mundo especial, onde as palavras são mais fraternas: Camarada para aqui, camarada para ali... poesia partilhada, como se cada sílaba fosse um cravo, cada cumprimento um foguete festivo de amor à vida!
Porventura, essa terá sido uma prova de ter estado uma multidão maior desta vez, embora todos os anos, a afluência seja enorme...

E cá estamos, para mais lutas, para mais resistência à gula tubarónica dos banqueiros, dos Amorins e Belmiros e das Merkels, Obamas e Sarkozys, em tudo o que representam, relativamente ao sistema podre, que os acalenta e destaca: promotores da desigualdade e da miséria, com guerras devastadoras de permeio.

Texto e fotografias de Luís Filipe Maçarico

Campo Maior: Metáfora de Unidade Num País Governado pelos Capatazes do Capital Amorino-Belmiresco-Labreguístico



























Sete anos depois, realizaram-se as Festas do Povo, da vila de Campo Maior, que segundo a imprensa de hoje, atraíram 1 milhão de forasteiros.
A questão económica foi decisiva, para o adiamento, pois só quando ficaram garantidos os apoios, quer da autarquia, como do Café Delta, o evento, com nova comissão de festas, pode avançar.

Neste Verão atípico, a chuva pôs em risco o belo festejo, montra da criatividade popular, espelho dessa fantástica arte do efémero, que só o povo unido tem capacidade para realizar, conseguindo fazer florir uma urbe, com tanta beleza, através de magníficas fantasias de papel.
A semana que findou ontem, foi pois de alegrias, sustos e expectativas, para os campomaiorenses, que prepararam um plano B, para fazer face às dificuldades trazidas pelo clima adverso.

Quarta feira passada, antes da carga de água, que tombou dos céus, as ruas cintilavam de encanto (mesmo que uma parte dos enfeites tivesse desbotado, com uns aguaceiros, caídos na véspera) e em cada canto, animados vizinhos, com um espírito cordial, movidos pelo ideal identitário, capaz de produzir um património singular, preparavam a resposta que teriam de dar ao temporal anunciado...

Esta união dos habitantes de uma terra da raia, desenvolvida graças ao contrabando de café, e ao arrojo visionário de um empresário, que deu trabalho aos seus conterrâneos, enriquecendo, mas com preocupações de harmonia social, é a melhor metáfora, para um país permanentemente em crise, agora quase no abismo, sempre governado por capatazes do capital amorino-belmiresco-labreguístico, que não sabem olhar para um exemplo interessante do quanto é possível construir para o bem estar de todos.

Neste momento, somos taxados e lixados, em nome de uma crise, que os nossos escritores do século XIX já assinalam nas suas reflexões, e apenas sabemos que governo após governo, os impostos e congelamentos são eternos, como é eterna a ostentação de um Estado glutão, que poupa apenas nos custos com os que menos podem e mais sofrem...
E para atirar areia para os nossos olhos, o clã dos Álvaros e Vítores, dos Pedros e dos Paulos, passa o tempo a dizer que vai cortar nas gorduras...(será anedota?)

Voltando a Campo Maior e às suas Festas, eis dois links, acerca do que foram estes anos de preparação:

http://www.cafeportugal.net/pages/noticias_artigo.aspx?id=3233


http://www.cafeportugal.net/pages/dossier_artigo.aspx?id=981

Recolha, texto e fotografias: Luís Filipe Maçarico