O convívio é numa sociedade humana algo de muito sagrado. O descanso está ao mesmo nível, no meu entendimento das coisas do mundo. No entanto, há quem deturpe territórios e invada, em nome dessa convivência, o sossego de quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira...
A questão que está em causa não é retirar aos que gostam de beber um copo e divertir-se com os amigos, o prazer de fruírem esses momentos, mas de impedir que centenas de pessoas alcoolizadas o façam em zonas residenciais.
Na rua onde moro (Praça da Armada), desde há dois meses, os moradores das casas pequenas e com quartos virados para o largo, doentes e idosos, na maioria dos casos, são impedidos de dormir, mesmo que as janelas tenham vidro duplo, pois há mais de uma década existe um bar, cujos frequentadores fazem ocupação abusiva da via pública, deixando atrás de si em cada noite vasta poluição sonora (gritos, palavrões) além da poluição visual (garrafas de vidro e latas de cerveja, copos de plástico) e poluição do ar (tabaco e urina).
Ao longo de mais de dez anos os moradores sofreram um autêntico inferno, recorrendo muitos deles à esquadra do Calvário, que em grande parte deu resposta positiva, solicitando aos clientes do estaminé que depois de consumirem bebidas alcoólicas conversavam alto na rua, o silêncio devido.
Qual não foi o nosso espanto quando constatámos que a ocupação do espaço público se ampliou, das anteriores dezenas para as actuais centenas de frequentadores, observáveis nas noites sem chuva de quinta para sexta, sexta para sábado e sábado para domingo.
Verdadeiramente agora o bar é na rua!
O estabelecimento abre uma porta adaptada a balcão de onde escorre a cerveja e outras bebidas alcoólicas, potenciando um negócio chorudo, e os convivas bebem, berram e abandonam o recinto por volta das 4 horas - 4 horas e 30 da madrugada, altura em que cessa a animação musical emitida em decibéis descontrolados, seguramente interditos, a partir da baiuca.
Ao longo de mais de dez anos os moradores sofreram um autêntico inferno, recorrendo muitos deles à esquadra do Calvário, que em grande parte deu resposta positiva, solicitando aos clientes do estaminé que depois de consumirem bebidas alcoólicas conversavam alto na rua, o silêncio devido.
Qual não foi o nosso espanto quando constatámos que a ocupação do espaço público se ampliou, das anteriores dezenas para as actuais centenas de frequentadores, observáveis nas noites sem chuva de quinta para sexta, sexta para sábado e sábado para domingo.
Verdadeiramente agora o bar é na rua!
O estabelecimento abre uma porta adaptada a balcão de onde escorre a cerveja e outras bebidas alcoólicas, potenciando um negócio chorudo, e os convivas bebem, berram e abandonam o recinto por volta das 4 horas - 4 horas e 30 da madrugada, altura em que cessa a animação musical emitida em decibéis descontrolados, seguramente interditos, a partir da baiuca.
Permitimo-nos não entender como foi possível ter sido concedido alvará a um espaço sem condições (uma parte substancial dos utentes urina na via pública) higiénicas e de insonorização, pois o ruído da música ouve-se nas nossas residências. Mas o mais surpreendente é que o alvará exibido no interior do estabelecimento impede o seu funcionamento para lá das 2 horas da madrugada, o que por si, tendo em conta o comportamento dos frequentadores é gerador de muito constrangimento nos habitantes dos prédios onde o ruído é dolorosamente sentido.
Foi pois com enorme espanto que assistimos nas últimas semanas a um recrudescer da actividade, frequência e consequentes resultados, em termos de algazarra e produção anárquica de resíduos sólidos, tudo confirmável in loco a quem se disponha actuar, salvaguardando-nos desta ameaça a prerrogativas básicas, em termos de direitos humanos e da legislação em vigor, própria de um Estado de Direito.
Quem tem de cumprir horário de trabalho é impedido de repousar o suficiente. Quem é doente fica pior. Quem é velho pasma com este estado de coisas.
Não acreditamos que seja possível à luz da Lei do Ruído suceder o que sucintamente descrevemos poder suceder sem submissão pelas regras sociais e legislação do País, numa zona residencial problemática com pessoas hipertensas, com risco da própria vida, pela noite dentro com total desprezo pelos moradores e pela cidade, pois reconhecemos que estes indivíduos não amam a cidade, porque amar a cidade é ter o sentido cívico de saber que outras pessoas residem ali e merecem não ser violentadas da forma que referimos, com tanta brutalidade sonora e estética.
Efectivamente, o lixo que fica após cada investida das multidões de frequentadores da referida betesga - e utilizamos estes termos porque sentimos que estamos a ser massacrados, torturados - testemunha, para quem tiver de intervir, com a incontornável força da realidade, que esta gente despreza a Lisboa onde crescemos, trabalhamos, vivemos e onde gostaríamos de morrer com dignidade, com direito a viver os últimos anos de vida com outra qualidade que não esta balbúrdia intolerável.
Esperemos que seja providenciado, no sentido de ser comprovado e analisado, durante várias noites de fim-de-semana o caos descrito, agindo de forma a repôr o normal usufruto da cidadania amputada por uns quantos, que desrespeitam o bem-estar da comunidade, usurpando direitos e espaços que não lhes pertencem.
Foi pois com enorme espanto que assistimos nas últimas semanas a um recrudescer da actividade, frequência e consequentes resultados, em termos de algazarra e produção anárquica de resíduos sólidos, tudo confirmável in loco a quem se disponha actuar, salvaguardando-nos desta ameaça a prerrogativas básicas, em termos de direitos humanos e da legislação em vigor, própria de um Estado de Direito.
Quem tem de cumprir horário de trabalho é impedido de repousar o suficiente. Quem é doente fica pior. Quem é velho pasma com este estado de coisas.
Não acreditamos que seja possível à luz da Lei do Ruído suceder o que sucintamente descrevemos poder suceder sem submissão pelas regras sociais e legislação do País, numa zona residencial problemática com pessoas hipertensas, com risco da própria vida, pela noite dentro com total desprezo pelos moradores e pela cidade, pois reconhecemos que estes indivíduos não amam a cidade, porque amar a cidade é ter o sentido cívico de saber que outras pessoas residem ali e merecem não ser violentadas da forma que referimos, com tanta brutalidade sonora e estética.
Efectivamente, o lixo que fica após cada investida das multidões de frequentadores da referida betesga - e utilizamos estes termos porque sentimos que estamos a ser massacrados, torturados - testemunha, para quem tiver de intervir, com a incontornável força da realidade, que esta gente despreza a Lisboa onde crescemos, trabalhamos, vivemos e onde gostaríamos de morrer com dignidade, com direito a viver os últimos anos de vida com outra qualidade que não esta balbúrdia intolerável.
Esperemos que seja providenciado, no sentido de ser comprovado e analisado, durante várias noites de fim-de-semana o caos descrito, agindo de forma a repôr o normal usufruto da cidadania amputada por uns quantos, que desrespeitam o bem-estar da comunidade, usurpando direitos e espaços que não lhes pertencem.
Entretanto, na Rua Prior do Crato nº 10 estaõ a ser efectuadas profundas obras de recuperação do espaço de uma antiga peixaria e o povo diz que vai ser um novo bar. Na Rampa das Necessidades perfilam-se obras ideênticas na antiga carvoaria do Albino, ex-Miratejo. Será que a população não tem direito a ser ouvida e um dia destes acordamos todos no meio de uma imensa depressão, enquanto bandos de gente que se realiza com uma cerveja e berros na via pública deambula delirando na madrugada, como fantasmas deste tempo, a perturbar o sono a que temos direito?
Texto: excertos de um abaixo assinado entregue às autoridades competentes.
Texto: excertos de um abaixo assinado entregue às autoridades competentes.
Fotos:LFM (madrugada de 30 de Setembro de 2006, cerca da 1h 30m; uma hora depois, a frequência documentada era o triplo e prolongou-se até às 4 e meia)