Cada vez mais me convenço que vim para o lado errado da vida, ao escolher residir em Almada, que tinha o lema "O lado certo" no tempo em que o município era governado pelo PCP.
Há uma imensa nebulosa por
desvendar na questão da saúde. Actualmente, porque o governo passou para as
autarquias o desanuviamento dos Centros de Saúde, devendo estas acordarem
protocolos com as farmácias, constato que enquanto nos anos anteriores pagava 7
euros por me administrarem a vacina da gripe, em 2020 é concedida a importância
de 2,5€ por cada vacinação de idosos às farmácias que não alegarem que as
câmaras não assinaram esses protocolos ou que não houve fornecimento de vacinas
suficiente.
Para mim o que está em causa são os 5 euros de diferença que as farmácias recebiam anteriormente dos idosos, que agora não pagam a vacinação.
Por outro lado, o Centro de Saúde de Almada não atende telefonemas para os incautos marcarem o tratamento, nem tão pouco respondem aos mails dos utentes, que desejem evitar mergulhar no caos.
Afinal o Covid dá muito jeito para muita gente se mascarar de cordeiro em pele de lobo.
Chegam-me notícias de autarquias
Psd a providenciarem no sentido das farmácias do seu território terem vacinas e
poderem administrá-las à população necessitada. O que só posso aplaudir.
Não fora a presença fraterna de alguns bons amigos, durante o confinamento, e a união de juntas de freguesia onde habito, que ao contrário de muitas outras fechou serviços, limitando-se a divulgar os restaurantes que forneciam comida para fora, e estaria entregue à minha sorte. Os velhos sem familiares tiveram de recorrer às senhoras benfazejas das sacristias.
Chamavam-lhes as autarquias-povo, nos anos 80...
Os orgãos dirigentes da esquerda de Almada deveriam analisar estas posturas, porque não se trata só de tocar vuvuzelas a dona Inês, por ir à RTP3 comentar a vida política em vez de desempenhar como os almadenses mereciam, o lugar para o qual foi eleita. A tal que adorava ter as vistas do Picapau Amarelo e atravessar o Tejo de cacilheiro todos os dias.
Ou de criticar o hospital dos SMAS por ter fechado durante a pandemia. Deixar os velhos entregues à caridadezinha das Misericórdias não me parece ser a atitude mais correcta de quem se diz preocupado com valores humanitários.
Nas eleições para as autárquicas terei de pensar muito bem. Porque se alguns eleitos estão a fazer frete nos cargos que desempenham será melhor dar lugar a outros. Seria excelente que em 2021 Almada tivesse uma junta de freguesia autónoma - com uma equipa renovada e de esquerda consequente, em vez desta situação de acumulação que justifica a dispersão e ineficácia, como se fosse aceitável.
Entre outras actuações, deviam desmascarar o discurso demagógico de algumas farmácias, demonstrando que estão com as populações, defendendo activamente os valores que nos seus programas eleitorais anunciam.
L