"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, outubro 21, 2020

O LADO ERRADO OU COMO SE PERDEM ELEIÇÕES POR INACÇÂO


 Cada vez mais me convenço que vim para o lado errado da vida, ao escolher residir em Almada, que tinha o lema "O lado certo" no tempo em que o município era governado pelo PCP.

Há uma imensa nebulosa por desvendar na questão da saúde. Actualmente, porque o governo passou para as autarquias o desanuviamento dos Centros de Saúde, devendo estas acordarem protocolos com as farmácias, constato que enquanto nos anos anteriores pagava 7 euros por me administrarem a vacina da gripe, em 2020 é concedida a importância de 2,5€ por cada vacinação de idosos às farmácias que não alegarem que as câmaras não assinaram esses protocolos ou que não houve fornecimento de vacinas suficiente.

Para mim o que está em causa são os 5 euros de diferença que as farmácias recebiam anteriormente dos idosos, que agora não pagam a vacinação. 

Por outro lado, o Centro de Saúde de Almada não atende telefonemas para os incautos marcarem o tratamento, nem tão pouco respondem aos mails dos utentes, que desejem evitar mergulhar no caos.

Afinal o Covid dá muito jeito para muita gente se mascarar de cordeiro em pele de lobo.

Chegam-me notícias de autarquias Psd a providenciarem no sentido das farmácias do seu território terem vacinas e poderem administrá-las à população necessitada. O que só posso aplaudir.

Não fora  a presença fraterna de alguns bons amigos, durante o confinamento, e a união de juntas de freguesia onde habito, que ao contrário de muitas outras fechou serviços, limitando-se a divulgar os restaurantes que forneciam comida para fora, e estaria entregue à minha sorte. Os velhos sem familiares tiveram de recorrer às senhoras benfazejas das sacristias.

Chamavam-lhes as autarquias-povo, nos anos 80...

Os orgãos dirigentes da esquerda de Almada deveriam analisar estas posturas, porque não se trata só de tocar vuvuzelas a dona Inês, por ir à RTP3 comentar a vida política em vez de desempenhar como os almadenses mereciam, o lugar para o qual foi eleita. A tal que adorava ter as vistas do Picapau Amarelo e atravessar o Tejo de cacilheiro todos os dias.

Ou de criticar o hospital dos SMAS por ter fechado durante a pandemia. Deixar os velhos entregues à caridadezinha das Misericórdias não me parece ser a atitude mais correcta de quem se diz preocupado com valores humanitários.

Nas eleições para as autárquicas terei de pensar muito bem. Porque se alguns eleitos estão a fazer frete nos cargos que desempenham será melhor dar lugar a outros. Seria excelente que em 2021 Almada tivesse uma junta de freguesia autónoma - com uma equipa renovada e de esquerda consequente, em vez desta situação de acumulação que justifica a dispersão e ineficácia, como se fosse aceitável.

Entre outras actuações, deviam desmascarar o discurso demagógico de algumas farmácias, demonstrando que estão com as populações, defendendo activamente os valores que nos seus programas eleitorais anunciam.

L

quinta-feira, outubro 15, 2020

PERIGO E MENTIRA


Em 3 de Outubro de 2017 na farmácia mais antiga de Almada, tomei a vacina da gripe.

Há dias, depois de me ter sido dito que este ano,  a partir do dia 26 ela iria ser-me administrada, tomei conhecimento que das duzentas solicitadas, apenas virão 20 e foi-me aconselhado a ir ao Centro de Saúde, que aí talvez me safe, pois não contaram comigo.

A Directora Geral da Saúde bem podia retirar-se das massacrantes conferências de imprensa, pois há semanas anunciou que este ano a vacina da gripe seria ministrada mais cedo, primeiro para grávidas, profissionais da saúde e idosos e funcionários dos lares, seguindo-se outras pessoas com morbilidades.

Publicidade enganosa.

Quem pode contribuir para a tranquilidade dos idosos e doentes, que ficam de fora destas escolhas? Quem garante que todos seremos vacinados, se não há vacinas suficientes? Estamos entregues à própria sorte num tempo de trevas.

O Centro de Saúde de Almada tem um contacto telefónico, mas não atendem, ao fim de vinte e tal minutos de espera a chamada desliga-se.

A realidade desmente as promessas.

Vivemos num quotidiano de perigo e mentira. Pelos vistos não temos direito a viver. Que nome dar a estes decisores?