"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, agosto 29, 2015

Intervenção em nome da "Aldraba" na Inauguração do Espaço Museológico de Pias



Gostaríamos de agradecer ao Executivo da Junta de Freguesia de Pias, na pessoa do seu Presidente, Sr. José Augusto Martins Moreira, em nome da Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular, o honroso convite para participarmos no acto inaugural do Espaço Museológico, saudando a Câmara Municipal de Serpa, através do seu Presidente Engº Tomé Pires, e todas as individualidades presentes. Permitam-nos que cumprimentemos com especial destaque Madalena Borralho, por esta realização e que estenda ainda o nosso abraço aos dirigentes associativos desta vila, aos membros da Aldraba, na pessoa do Presidente da Direcção, Engº José Alberto Franco e ao Povo de Pias.
Foi pela mão do Arqueólogo Marco Valente, que cheguei a este território e do muito que observei e aprendi, partilhei na revista nº 17 da “Aldraba”, através de um artigo que apresenta as vivências e as memórias que originaram o Espaço Museológico.
Ao longo de uma década,- a Aldraba nasceu em 25 de Abril de 2005, - promovemos encontros, em quase 3 dezenas de localidades, entre os distritos de Castelo Branco e Faro. A associação possui página no Facebook e um blogue.
“Dez anos de existência conferem-nos o direito de nos considerarmos também um garante da salvaguarda do património português”.
Os dezassete números da revista foram apresentados, entre outros, pelos Antropólogos Joaquim Pais de Brito, Paula Godinho, Augusto Flor e Paulo Lima, pelos historiadores Santiago Macias, Luísa Tiago de Oliveira e António Cardoso, pelo músico António Prata da Ronda dos Quatro Caminhos e pelo companheiro Marco Valente. Em locais tão diferentes, como o Campo Arqueológico de Mértola, A Voz do Operário e a Biblioteca de Beja.
Nas várias edições da revista, foi abordada uma grande diversidade temática, acerca do património identitário, salientando-se o associativismo, os barbeiros, o Cante, os cataventos, o contrabando, as chaminés, as claraboias, os fornos de cal, os espantalhos e os moinhos, celebrando-se ainda resistentes culturais e políticos, como Adeodato Barreto, Alves Redol, Jaime Gralheiro e João Honrado, só para citar alguns.
Uma vez apresentada a Associação, que aqui representamos, e enquanto autor do artigo sobre o Espaço Museológico de Pias, acrescentarei - neste dia tão importante para a promoção da cultura local e regional, que seguramente será um novo pólo de atracção turística - algumas breves palavras, a propósito do trabalho extraordinário de Madalena Borralho elaboradas com Ana Isabel Carvalho e Marco Valente, dirigentes da Aldraba e elementos da equipa que pretende apresentar em breve um estudo sobre o imaginário popular de Pias.
Em primeiro lugar, há que aplaudir e sublinhar a dedicação de Madalena - com o apoio da autarquia piense - que construiu o espaço museológico, com uma preocupação expositiva, cuja linguagem tem em conta a escala humana dos objectos biográficos recolhidos, que são metáforas de um tempo vivido e revisitado, através de leituras e entrevistas.
Tempo de diferenciação social, como podemos observar no espólio das meninas Santas, grande parte dele constituído também por livros, cuja leitura não estava naqueles tempos ao alcance de todos, pois a instrução para todos nunca foi uma preocupação tida por parte de governos ditatoriais. Pelo luxo dos seus vestidos rendados, a mesa farta com imensas iguarias, que podemos observar nas suas fotos. Esse tempo para o ócio e recriação que o Povo nunca teve, como o simples prazer de ler um livro.
Num tempo em que tudo se transforma em Mercadoria temos de evitar o esvaziamento das lições do percurso colectivo. Este será sempre um espaço pedagógico e de diálogo entre gerações.
Deixamos algumas sugestões para uma futura dinamização deste espaço. Em termos da oralidade, com a realização de conversas temáticas sobre os objectos, as actividades de quem os produziu e o seu modo de vida. Trazer as escolas a este espaço, para que os mais novos aprendam com os mais experientes aspectos que fazem parte da sua identidade enquanto pessoas e Pienses. Ateliers e workshops de como se fazia antigamente: renda, bonecas, carrinhos de esferas. Quais as actividades que eram mais destinadas aos homens e às mulheres desses tempos.
Outros espaços que pretenderam guardar a identidade dos sítios onde se implantaram, descuraram este importantíssimo pormenor: cada objecto conta uma história e cada história interage com vidas, com protagonistas reais. Por isso, nessas experiências mal concebidas, as populações locais, ao verem que os objectos doados não tinham referência sobre a pertença, diluindo-se numa leitura primária, que podia ter a ver com qualquer lado, menos com o seu testemunho, deixaram de frequentar o mostruário, supostamente criado, também, para reverem a sua caminhada.
Todavia, noutros lugares - embora com maiores recursos que Pias - a vida rural foi recordada com êxito, dando-se primazia à Memória, que os testemunhos sobre uma realidade passada ajudam a compreender, comunicando ao visitante interessado, a viagem de gerações, através dos objectos, e de tudo o que está relacionado com estes: trajectos e factos, existências e saberes fazer, evaporados pelo progresso. Falamos do Centro Cultural Raiano, de Idanha - a - Nova e do Museu da Ruralidade, em Entradas, cujos mentores, Joaquim Pais de Brito e Miguel Rego, respectivamente, cuidaram de documentar, com eficácia, as antigas tarefas dos camponeses da campina da Idanha e do Campo Branco, que cá estiveram antes de nós, e como asseguraram, com o seu desempenho, o sustento quotidiano.
Com a sua intuição, o seu conhecimento empírico e a sua excelente ligação ao povo de Pias, Madalena Borralho, mulher informada, captou o olhar colectivo, conferindo a cada artefacto a qualidade de documento de uma época, que a Nova História nos ensinou.
Neste primeiro dia, a poética da linguagem evocativa aproxima-nos das pegadas de heróis desconhecidos que aqui ganham personalidade e voz, como na “Ode do Homem Invisível” que Pablo Neruda imortalizou.
As terras eternizam-se pelo Amor dos seus habitantes. Esse Amor feito de trabalho e sofrimento, que a linguagem deste Novo Museu espelha, apresentando objectos e narrativas, a partir de um olhar conhecedor, que de dentro permite reforçar a génese resistente dos Homens e Mulheres daqui que permanecem no imaginário popular.
Parabéns a Pias, por ter criado este lugar de partilha, reflectindo a História da sua Comunidade! Parabéns à Madalena Borralho, por se ter entregue, de alma e coração a este belo sonho tornado realidade!
Parabéns ao Povo de Pias!

Texto de Luís Filipe Maçarico, Ana Isabel  Carvalho e Marco Valente. Fotos de AC e LFM.

segunda-feira, agosto 24, 2015

O LUTO E A LUTA

Em 1999 foi editado pelas Câmaras Municipais de Évora e Montemor-o-Novo, pela Junta de Freguesia de Nª Sª da Vila e pela Delegação Regional de Cultura do Alentejo, o livro de poesia (com ilustrações da pintora montemorense Professora Maria Isabel Aldinhas), de minha autoria "A Celebração da Terra". Quinze anos antes do Cante ser Património Mundial da Humanidade, já eu celebrara o Cante e os seus Cantores, trazidos agora à ribalta. Nunca vi o Alentejo estar tanto na moda e espero que a Patrimonialização do Cante não se traduza - como noutras circunstâncias - na privatização e na perda, por adulteração, desse mesmo património.
Transcrevo a página 59 do referido livro, cujo poema me parece bem alusivo à força e ancestralidade do Cante:

O LUTO E A LUTA

Vieram do fundo dos tempos atenuar a rudeza, por vezes bela, dos lugares.
Como se fossem desse longínquo início, têm rostos carregados de rugas, onde ainda se aloja um sorriso.
Cantam como ninguém, são a terra a cantar.
E ao ouvi-los, sinto o efémero e o eterno de uma existência de esperanças adiadas, partilhando o pão e o sol.
Vieram do fundo dos tempos.
Vestem de preto, trazem o luto e a luta nos gestos.
Limpam a voz no ar da manhã, no vinho das veredas ardentes, no silêncio grande dos campos que o olhar afaga.
São alentejanos, gente que resiste: ao fogo, à estupidez. E cantam.
Cantam a outra forma de ser português!

29-5-1998. 

Luís Filipe Maçarico (texto introdutório, poema e foto)

sábado, agosto 15, 2015

Meu Querido Mês de Des(Gosto)


 
Agosto é o mês em que quase todos - aqueles que têm crianças e aqueles cujos filhos já são homens - teimam em marcar férias, não desfrutando de qualidade nas praias, nem nos restaurantes, cafés e residenciais, atulhados por hordas, constituídas por quantos se pretendem desligar do quotidiano citadino.
Reencontram nesses lugares, geralmente no Algarve, as mesmas dificuldades da vida suburbana, além de evidenciarem, como muito bem notou uma irónica amiga minhota, as marcas da crise!

O país não sendo enorme é bastante variado.
Há maravilhosos e repousantes lugares no interior. Ocorre-me a Ponte das três Entradas, a aldeia de xisto de Talasnal, inúmeros e benfazejos sítios, onde é possível encontrar a regeneração para a rotina, cada vez mais massacrante, que é inviável na desmesurada concentração de cidadãos no sul.

Quem fica na cidade, continua a encontrar, em pleno século XXI e depois da Troika, na mesma rua três cafés fechados para férias.
Prova provada que cada empresário do sector não dialoga com o colega do lado...

Sabendo desta divisão, os governos não descem o IVA, por conhecerem bem os súbditos, lucrando com a mesquinhice.
Quantas vezes, na fúria de estar na moda e não se sentirem menorizados, clientes e proprietários das baiúcas de vão de escada, passam o dia no mesmo areal algarvio?

O governo sabe bem a mentalidade da população, que o país possui....
Que escolhe espelhos deformados, da Feira Popular, para se sentarem na cadeira principal da Gomes Teixeira...
Gente que não consegue digerir uma desmedida ignorância e inveja (os cinco dias que os funcionários gozavam a mais, como compensação, por só terem férias de Outubro a Junho, instituídos por um governo de Cavaco, foram retirados por Sócrates, por serem considerados uma "regalia", por isso agora toda a gente vai de férias em Agosto). 
Gente que se arrasta na crendice e no labreguismo. 
Como te ficam bem, de novo, os 3 Éfes, Bom Povo Português!

Luís Filipe Maçarico  (texto e fotografias

Lisboa em Agosto. A invasão de multidões de turistas com mau gosto....


Nunca vi Lisboa, em Agosto, como neste 2015.
O movimento excessivo de transeuntes (essencialmente turistas, destes que visitam a cidade nos poluidores Tuc Tuc, que fazem lembrar países do terceiro mundo e não são controlados, porque pertencem a gente influente), lembra-me o Natal, embora com temperaturas altas.
Os autocarros (a carreira 714, por exemplo, entre a Praça da Figueira e o Parque de Campismo) andam sobrelotados, atraem os ladrões do eléctrico das colinas, o que cria um ambiente péssimo, e no sentido inverso, no passado domingo, ao fim da tarde, nem paravam na paragem onde graças a uma boleia preciosa cheguei à Trindade, onde sugerira jantar.
A Trindade está uma mistificação - e como tudo o que foi reformulado para turistas, tem um serviço de cozinha caro e insuficiente. Piroso, com um novo riquismo, que transformou tudo aquilo num cenário de convento sublinhado a traço grosso, com empregados fardados como se fossem frades... O velho bife evaporou-se numa banalidade, com molhanga, que não convence o gasto...
Esta semana passei pela Adega da Mó, com a Fernanda e o Luís, ele comeu ensopado de borrego e nós, umas iscas, mais parecidas com a velha gastronomia de Lisboa.
Na Rua Augusta vi um jovem casal estrangeiro, almoçando batatas fritas com pacotes de mostarda e molho de tomate. Temo que a afluência desmedida desta gente, traga consigo o que já se evidencia: Hostels a nascer como cogumelos, mesmo em enxovias, ou será que é normal há semanas atrás me terem relatado que jovens hospedados numa coisa dessas andavam à procura de um sítio para tomar banho? A desaparição das ementas da boa gastronomia portuguesa, pelo menos na capital. O surgimento da Casa do Pastel de Bacalhau com Recheio de Queijo da Serra, é disso exemplo. E não me venham com a conversa da inovação para aceitarem esta inversão de valores...
Pergunto, o que lucramos com tais turistas, confundindo-nos com "Marrocos da Europa", - designação que li há anos, indignado, num site inglês, - uma vez que estas hordas de indivíduos, que parecem ter o olhar perdido no casario, captado apressadamente do veículo barulhento e veloz, que custa caro e quase voa,  impossibilitados de rumarem para os países baratos, assolados pelo terrorismo, onde não se juntavam com os autócones, devorando as salsichas das suas adoradas Alemanhas...
As pensões aumentaram? Os salários melhoraram? Os impostos foram reduzidos?
Os habituais detractores podem ranger a dentadura.
Sou contra esta invasão, que origina o desbragamento.
Sinto-me - face a estas multidões que não sabem ver - a perder qualidade de vida na cidade.
E ninguém me consegue convencer do contrário, porque enquanto alguns (disseram-me que uns ingleses gozaram com a nossa gastronomia numa das televisões) se divertem, bebendo e comendo por muito menos do que gastam nos seus países, eu tenho de fazer um exercício mensal para equilibrar o orçamento.
Ainda por cima este é um dos Verões mais quentes de sempre, o que torna insuportável ter de levar com visitantes sem a qualidade, que só os Ministros enxergam e aplaudem, neste tempo irracional.

Luís Filipe Maçarico

sexta-feira, agosto 14, 2015

Olhar e Ver - A Diferença

Passamos, olhando, mas será que vemos?
Um olhar apressado não repara no pormenor.
Ver é envolver os sentidos. 
Quando paramos para ver, sentimos intensamente o lugar.
Percebemos os aromas, tocamos nos aspectos materiais que se destacam., com portas esculpidas, aldrabas e batentes, volutas, esculturas de pedra em chafarizes, rosas num jardim, ameixoeiras, laranjas...
Escutamos as vozes de quem ali reside. Se há mar por perto, ouvem-se as ondas no seu vaivém...
E porque não, para absorver - a nível dos cinco sentidos - o lugar, saborear a gastronomia? Um petisco, um copo de vinho, um bolo, um fruto.
Quando se passa por um lugar, é preciso ver. E ver é muito mais do que olhar...
A experiência sensorial vale mais que mil frases de pensadores, dissertando acerca desta constatação, que cada um deverá empreender, para entender a diferença.
Quantos de nós sabem ver, para lá de olhar, sem tempo para fruir?

Texto e fotos: LFM (Odeceixe, S. Teotónio e Viana do Castelo)


domingo, agosto 02, 2015

SUSO SUDÓN: PARA NO EXISTIR. A DESCOBERTA DE UM JOVEM POETA ESPANHOL

Los Poetas Existimos

Los poetas existimos para sufrir,
es nuestro sino.
Yo lo asumo y como tal
me lanzo a trazar palabras desdibujadas
empapadas de una tristeza marina.

Yo pude haber sido escultor
y me la sudaría.
Podría haber sido pintor
y me la sudaría.
Podría incluso no haber sido
y entonces sí que me la sudaría.
Pero soy poeta, sufro,
luego existo.

Y la existencia me aprieta, me estrecha,
arruga las sábanas de la cama de la calma
y no me deja existir.
Cuanto más existo, menos existo.

Pero sigo,
sigo deslizando, sin pensar,
la punta del bolígrafo
como si se tratara de una tara
contradictoria y paradójica
apenas perceptible a primera vista.
Pues sobrevivirá el poema,
pero no el poeta.

Los poetas existimos

para no existir.

Suso Sudón

Durante a breve estadia em Espanha (Salamanca), na localidade de Morille, a meio de Julho, conheci Suso Sudón, um Poeta diferente, jovem, simples, cordial, sorridente, que interpreta a sua poesia, de forma magistral, próximo dos outros humanos, tão comum e singular quanto um poeta deve ser.

Suso Sudón nasceu em Salamanca há 29 anos, em 19 de Julho de 1986. Irmão do cantautor André Sudón, cuja caminhada o influenciou, Suso afirma nos seus poemas: "El mundo necessita poetas/ el mundo necessita poesia" ou "Soy Poeta para no Existir".  
Um fenómeno, para quem vive num país, onde exceptuando uns quantos poetas (Ary dos Santos, Eugénio de Andrade, Natália Correia e Sophia de Mello Breyner Andresen,), e declamadores, de onde sobressaiu João Villarett e Mário Viegas, está habituado a escutar Poesia de forma monótona...
Exceptuando o caso de Rosa Dias, que interpreta a sua poesia, revelando uma actriz, que não teve o merecido palco e se transcende, partilhando os versos que faz, em Portugal, a Poesia, ou é dita por gente histérica, que berra - e nem sequer menciono nomes, por serem péssimos arautos, - havendo criaturas, que fazem o esforço de lubrificar as dentaduras, para a mensagem ser audível pelo público, canastrões e monos, que em vez de se retirarem, insistem em promover tertúlias e organizar sessões pessoanas, etc... e finalmente, as raras excepções de Carmen Dolores, Eunice Munõz e Luís Miguel Cintra (Inesquecível, a sua interpretação do "Muriel", de Ruy Belo), que marcaram um tempo, em que a Poesia era fruída, como um fruto sumarento.A eles junto a discreta Esmeralda Veloso, que ouvi dizer Poesia em Colectividades de Lisboa e em Alpedrinha, como muitos poetas e actores não conseguem...

Voltemos porém ao Jovem Poeta de Salamanca, também Actor, que percorre o seu país, a dizer Poesia de sua autoria. A jornalista Tania Panés relata, como escutou pela primeira vez Suso:

 "El caso es que me pedí una cerveza y me la bebí de un trago. Luego me pedí otra y comenzó el recital. Suso. Ahí estaba. Suso Sudón. Que nombre más guay. Y durante un periodo de tiempo que no sabría medir porque básicamente no me importaba en absoluto, me sumergí en su mundo y me llené de sonrisa. Así de difícil. Así de sonrisa. Porque no es fácil llenar a alguien de energía positiva. De verdad que no lo es. Y menos con la poesía. No es fácil emocionar a la gente y conseguir que se vayan a casa repletos de eso que les faltaba. Y yo ese día estaba muy triste.

Desde entonces no me pierdo sus recitales. Y es que además Suso siempre se trae a invitados especiales, normalmente músicos, entre los que he tenido la suerte de ver a Muerdo, Dani Fernán, Andrés Sudón, Marta Plumilla, Manu Clavijo y Patricia Lázaro. Y si ya emociona escucharle imaginaros con la música de estos personajes de fondo. En fin. Tendréis que venir y verlo con vuestros propios estómagos vacíos.

Para todos lo que queráis empaparos, Suso Sudón hace un recital al mes y tiene un poemario autoeditado, Para no existir, además de uno nuevo que anda rondando por ahí y que ya hemos tenido la suerte de escuchar en los últimos recitales. Y si todo esto no es razón suficiente para convenceros, os diré que el simple hecho de ver lo bien que se lleva con los atriles en el escenario, merece la pena. Y por supuesto, la sonrisa con la que os aseguro que os iréis a casa."




No Youtube acedemos às suas intervenções, muitas delas acompanhado por cantautores como Pedro Pastor.

https://www.youtube.com/watch?v=8EfrdU6jxeA


https://www.youtube.com/watch?v=8uUK9KwAERk 


 http://susosudon.blogspot.pt/2014/03/todos.html


https://www.youtube.com/watch?v=1ErEWFl7Jvw 


 E finalmente uma entrevista. Peço desculpa por não ter feito a tradução. Retenho contudo estas frases:

"A Poesia é um ente artístico que está em todas as Artes"
"El mundo necessita de las miradas anónimas, que se cruzán en las bibliotecas."
"El mundo necessita poetas/ El mundo necessita poesia"


 https://vimeo.com/91328771

Texto e pesquisa biográfica: Luís Filipe Maçarico. Fotografias e vídeos: recolha na Internet.

sábado, agosto 01, 2015

ONZE ANOS A BLOGAR

Esta aventura começou há onze anos, no dia 1 de Agosto de 2004.
Apoiado neste trajecto (por muita gente), onde o Sonho marca o compasso da caminhada - à escala humana, também a verve demolidora, sob anonimato, tem pretendido esvaziar o sentido da postura do autor, perante um Mundo que, como sabemos, tem sido criticado, nas suas práticas, pelo próprio Papa, face à forma alucinante e sanguinária, que resulta deste Capitalismo dominante.
Recusei a invasão do Iraque e logo fui insultado, tendo optado por accionar a moderação dos comentários. Na altura, o sinistro comentador escreveu: "Maçarico e o discreto apoio ao Terrorismo"...
Há pouco tempo, alguém encapotado por pseudónimo e usando linguagem rebuscada, encomendada, para eu não reconhecer a proveniência (mas diga-se em abono da verdade que, por mais que tentem esconder o gato, o rabo fica sempre de fora) sabendo-se bloqueada, gritou a sua raiva, que foi escancarada com a resposta dos que me conhecem. Não pode haver melhor defesa.
O Cidadão Interveniente, o Antropólogo que pugna pela salvaguarda do património, da Tradição, da identidade, como o Poeta que partilha os seus versos, respiram nos textos que são alimento desta página.
Onze anos é uma idade bonita. Capicua. 
Como tenho dito, ano após ano, prometo continuar. Agora mais enriquecido pela ida a Espanha, onde apresentei a minha poesia e também a de António Salvado e António Jacinto, em três momentos exaltantes que o PAN em Morille proporcionou a todos os participantes: poetas transfronteiriços e habitantes daquele lugar mágico de Salamanca.
A Amizade continua a robustecer o espírito. Ficaram os verdadeiros, na penosa vereda, onde alguns nos traiem.
Nada de novo. Também Cristo e tantos que se deram a causas, como Gandhi e Che Guevara, foram atraiçoados. Porque hei-de eu ficar espantado com quem meteu os meus livros, na arrecadação da cave do prédio que habita, junto aos detergentes?
Saibamos continuar, tranquilamente, no colectivo, mas em modo seguro, os pés bem atentos ao caminho, deixando na paisagem a marca de uma pegada que não se rende ao canto das sereias, à falsidade das vãs promessas, ao vazio dos que apenas nos querem vampirizar a energia.
VIVA A VIDA!

Luís Filipe Maçarico (texto) 
Clara Amaro e José Amaral (fotos)