"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, novembro 28, 2006

A ALDRABA EM LOULÉ DIAS 1 E 2 DE DEZEMBRO







A Aldraba-Associação do Espaço e Património Popular enviou aos seus 116 associados e divulgou no seu blogue http://aaldraba.blogspot.com e no site www.aldraba.org.pt o programa do encontro de Outono que vai decorrer em Loulé.
Prometem uma jornada memorável no Barrocal:
"Vamos desta vez até terras algarvias, depois de a ALDRABA ter já visitado ou realizado actividades em localidades dos distritos de Beja, Évora, Castelo Branco, Leiria, Lisboa e Santarém.Convidamos os associados (e seus familiares e amigos) a participarem neste 7º Encontro, que vai ter lugar no concelho de Loulé, entre a sede do concelho e as freguesias de Querença e de Salir, com o seguinte programa:
Sexta-feira, 1 de Dezembro
12h :Recepção aos participantes na Casa do Povo de Querença
12.30h : Almoço de feijoada com carne de porco preto, oferecida pela Junta de Freguesia de Querença
14.30h : Percurso pedestre pelo barrocal, observando alfarrobeiras seculares, o bufo e a águia de Bonelli, o moinho ti Casinha, a Ribeira das Mercês, a Fonte Filipe, os Montes do Almarjão, a calçada da Amendoeira, e caminhos antigos.
16.30h : Convívio com a população, de novo na Casa do Povo de Querença, que incluirá intervenções de alguns notáveis locais, como a D. Filipa Faísca (artesã de bonecas e poetisa de raiz tradicional), a D. Albertina (poemas), o Sr. Tonico (cesteiro), a prima Alice e outras senhoras (a fazer uma empreita).
Deslocação até Loulé, com jantar livre e dormida em Loulé
Sábado, 2 de Dezembro
10h : Visita ao Museu de Arqueologia de Loulé, seguida de visita ao centro histórico da cidade e ao Núcleo de Frutos Secos, com apresentação da doçaria com frutos secos pela Drª Conceição Amador.
13h : Almoço na Casa dos Presuntos (localidade de Cortelha),cujo menu completo importará em 12€.
15h : Passeio pedestre até a um moinho típico, organizado pela Associação dos Amigos da Cortelha. 16h : Convívio com o Grupo Etnográfico da Serra do Caldeirão.
18h : Fim do Encontro
As deslocações dos participantes até Loulé, dentro do concelho e no regresso far-se-ão nos meios de transporte próprios dos associados e dos seus amigos. Quem deseje participar e não tenha meios próprios de deslocação, deve indicá-lo para que tentemos encontrar alguma boleia.As inscrições para a participação neste 7º Encontro devem ser-nos transmitidas pelos telefones 967187654(L.F.Maçarico), 963708481(J.A.Franco) ou 966474189(Margarida Alves), ou ainda através de mensagem electrónica para aldraba@gmail.com.
Saudações associativas.
Texto:JAF/LFM; Fotos:LFM

domingo, novembro 26, 2006

VIII Encontro de Poetas em Alpedrinha










No passado dia 18 de Novembro, realizou-se em Alpedrinha, no Salão Paroquial, o VIII Encontro de Poetas, iniciativa que criou um público fiel para quem a poesia é pretexto para convívio com a poesia do Mundo.
Já por ali passaram jovens poetas de Espanha, alguns prémios revelação da Associação Portuguesa de Escritores, poetas beirões, poetas de Lisboa, poetas do Alentejo... a maior parte com obra publicada e conceituada.
Desta vez, estrearam-se três poetas que têm divulgado os seus versos em periódicos e na Internet. Um destes dias, tenho a certeza, vamos lê-los em livro...
Paula Cristina Lucas da Silva, filha da terra conquistou os conterrâneos com o esplendor da arte que tão bem domina. O professor Jorge Souto e a actriz Nádia Nogueira, encantaram pelas palavras que partilharam: plenas de mundivivência e ternura pela vida.
O Padre Manuel Igreja, o provedor Dr. António Ribeiro (e sua esposa Dona Pilar), António Simões, poeta de Beringel lido pela ex-aluna São Baleizão, Luís Maçarico, o Engº José Alberto Franco com João Cabral de Melo Neto ("Morte e Vida Severina") e o Dr. João Mendes Rosa, director do Museu de Arqueologia do Fundão, que apresentou poemas de Núria Benito ("Creencias") foram os restantes intervenientes.
Esta iniciativa foi criada e é acarinhada há uma década por Francisco Miguel Barata Roxo, de quem partiu igualmente a ideia de editar uma revista de poesia "Petrínea", da qual foram publicados dois números.
Fotos de Mário Sousa

Novo Disco de Eduardo Ramos- Ao Vivo: "Um Sarau no Palácio do Jasmim"


Em Janeiro deste ano Eduardo Ramos actuou no CCB, e a Radiodifusão Portuguesa Antena 2 transmitiu em directo e felizmente gravou.
Essa gravação originou um disco que se recomenda. É a minha sugestão para uma prenda de natal diferente. Que muitos e bons discos como este surjam nos próximos anos de vida deste cantor, músico e ser humano de eleição e que um dia eu possa ainda assistir a um concerto seu no festival de Cartago.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Eduardo Ramos: Outro Concerto Memorável nos Jerónimos




Entre as largas dezenas dos admiradores de Eduardo Ramos, Karolina, Tiago e Baltazar, que acorreram numa noite de chuva e vento ao Museu de Arqueologia, comentava-se que o concerto tinha sido excelente.
No repertório a que o público se habituou, para lá da mestria atingida pelos executantes, a energia e a surpresa foram factores que marcaram decisivamente o belo evento.
Promovido pela Associação de Amizade Portugal-Egipto e apoiado pelo Museu de Arqueologia, que abriu um espaço magnífico concebido por Leite de Vasconcellos no soberbo edifício dos Jerónimos, este concerto provou que Eduardo Ramos atrai muita gente que o escuta com atenção e delícia.
No final de mais um dia de cansaço, saímos daquele momento mágico com um sorriso, o bastante para amanhã aguentarmos outro dia.
Obrigado, Eduardo!

quinta-feira, novembro 23, 2006

EDUARDO RAMOS NOS JERÓNIMOS ESTA NOITE


Eduardo Ramos actua esta noite, às 21 horas, no Museu de Arqueologia, em Lisboa (Jerónimos), com a Karolina e o Tiago, seus filhos. Quem os viu no início do ano no Centro Cultural de Belém tem agora a possibilidade de revisitar Almutamid e outros poetas do Al-Andalus, num contexto de melodias árabes, sefarditas e cristãs, que partilham a magia de um passado lendário.
Vão até lá vibrar com este outro lado da nossa cultura e conhecer ou rever um grande músico.
Foto: LFM (O estilo neo-árabe da Biblioteca Municipal de Faro e a envolvência do jardim de palmeiras)

terça-feira, novembro 21, 2006

Chafariz Monumental de D. João V: Um dos Postais de Alpedrinha e do Fundão






Felizmente que podemos ainda beber a quantidade de água que nos apetece sem pagar nada, nos chafarizes do país e respirar o ar serrano necessário para ganharmos asas e limparmos a alma dos atentados diários que as cidades grandes nos fazem, entre fumos, nevoeiros de poluição e milhares de escapes...
Aqui há natureza genuína: água pura brotando da pedra, jorros de música que anunciam o tempo de não haver sedes, na abastança do precioso líquido.
Uma paisagem sem pessoas não tem poesia.
Felizmente, que além dos monumentos que a singularizam, Alpedrinha tem um vasto punhado de gente que a estima, que contribui para a sua divulgação, sabendo receber bem, com rostos, saberes e o afecto de quem a sente como uma parte do seu ser, como uma pele, que prolonga o genes, a biografia, e se espelha na pedra, no património que os antigos nos legaram.
Nunca me cansarei de mostrar a beleza desta terra.
Para que ela seja procurada, desejada, visitada e dela se leve sempre a lembrança dessa hospitalidade, desse saber, dessa partilha que nos impele a voltar.
Dia 9 de Dezembro o Grupo Dramático e Escolar "os Combatentes", cujos corpos sociais do centenário integro, repetirá a excursão cujo pretexto foi uma representação do grupo cénico que nos anos 90 encantou a população de Alpedrinha, e desta vez volta renovado e com uma revista à portuguesa.
A minha forma de estar é esta: trazer mais e mais amigos à bela Sintra da Beira. Como aconteceu na Feira dos Chocalhos e nos 8 encontros de poesia realizados desde 1993.
Quantas pessoas se podem gabar de ter esta forma de gostar de um sítio?
Quem ama uma terra não tem outra forma de agir.
Amar é semear, construir, partilhar a luz.
Sempre ouvi dizer que as acções ficam com quem as pratica e a propósito de toda esta água que parece uma orquestra de trompetes irrompendo do granito apetece-me citar a minha sábia e magnífica avó que dizia "a água tudo lava, só não lava é a má língua"...
texto e fotos (em 19-11-2006) de LFM

segunda-feira, novembro 20, 2006

Apresentação do livro "Ar Serrano" - A Reportagem de Mário Sousa



No passado mês de Setembro realizou-se em Alpedrinha a Festa dos Chocalhos. No último dia do evento foi apresentado pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal do Fundão, dr. Paulo Fernandes, o livro de minha autoria "Ar Serrano".
Um dos fotógrafos presentes foi Mário de Sousa e partilho connvosco dois momentos em que o olhar dele captou o que estava a suceder, que foi bastante intenso.
Em tempo reproduzi o que disse. Vejamos agora um sopro do que foi...

sábado, novembro 18, 2006

Tozeur


Por quanto tempo
os pés do peregrino
pisarão estas areias
onde o vento escreve
o grande poema
dos séculos?

Quem acordará
para o efémero sol
de um dia?

Tozeur, 30-12-2000
Luís Filipe Maçarico

segunda-feira, novembro 13, 2006

Biblioteca Municipal de Faro: Um Conto das Mil e Uma Noites


Entrada da Biblioteca Municipal de Faro: atravessa-se o belíssimo Jardim João de Deus e deparamo-nos com um magnífico edifício que o Blogger não permite agora mostrar melhor.
A arquitectura neo-árabe do antigo matadouro valoriza sobremaneira uma das mais bem organizadas bibliotecas do sul.
Conheço a de Portimão, a de Loulé, a de Silves, todas com pessoal simpático, mas esta está de facto bem apetrechada com uma panóplia de publicações (fundo local, arquitectura, ciências sociais) que pede meças a muita casa de saber que ilumina a alma das cidades que habitamos.
Parabéns ó povo de Faro! Aproveitem bem essa dádiva.
Texto e foto:LFM

domingo, novembro 12, 2006

Pedra Fingida


perto da janela entreaberta, por onde espreita o sol,
um sol devorador, os ângulos do corpo, do corpo
adormecido na tarde de cedros longínquos,
longínquos...

nos teus olhos vejo os meus
de pedra fingida...

1981

Luís Filipe Maçarico

(Foto de LFM:Parede exterior da igreja de Vila Nova de Erra, em Coruche)

segunda-feira, novembro 06, 2006

A Categoria da Marcha de Alcântara está na Capacidade de Trabalho e Criatividade da Comissão Técnica da SFAE



Na sede da Sociedade Filarmónica Alunos Esperança, cujo espaço está bem cuidado e organizado, a marcha do ano seguinte começa a ser preparada após as férias do Verão.
Ontem voltei a estar com aquelas pessoas, a quem reconheço, além da dedicação, bastante qualidade, pois há uma participação entusiástica, com pesquisa bibliográfica, relativamente aos temas que se propõem evocar, e surgem sempre sugestões, durante a elaboração do novo projecto, o que tenho comprovado ao longo destes anos de colaboração.
À medida que o tempo passa, eles são como o vinho do Porto. Por isso, a marcha de Alcântara tem-se destacado pela beleza da cenografia que imagina para encantar os lisboetas e maravilhar os alcantarenses. Parabéns a todos pelo bom desempenho que estão a ter e viva a marcha de Alcântara e a SFAE!
Texto e fotos de LFM

domingo, novembro 05, 2006

Metáfora


A vida dos portugueses é desde há anos comparável com esta janela: emparedada e pintada de ocre em tons de céu. Ou seja, a asfixia disfarçada de sonho azul.
LFM (fotografia realizada em Vila Nova de Erra, Coruche; Fev.2006)

sexta-feira, novembro 03, 2006

RAQUEL TAVARES


A primeira vez que escutei esta voz, ela já era um ser de garganta e alma iluminadas, espalhando aos quatro ventos a benção dos deuses da sua arte de (en) cantar.
Não é possível ficar indiferente à sua interpretação, pois as palavras na sua boca são frutos do paraíso, sagrados néctares, voos em busca da pureza inicial.
Raquel Tavares canta com a força das fontes e a graciosidade dos pássaros, mas há nela a telúrica revelação de uma paisagem suprema, a leveza dos dias envolvidos em saudade.
Raquel era ainda uma menina quando venceu a Grande Noite do Fado (1997). Aos 21 anos prepara-se para colher o resultado de muito trabalho e dedicação. Auguro-lhe muitos triunfos, o carinho do público e o êxito que merece, por ser uma mulher inteligente e sensível, Fadista com F grande, de Festa e Felicidade.
Parabéns, Raquel por seres digna de um património chamado Amália!
LFM
Nota: A Raquel actua hoje no Auditório Ruy de Carvalho em Carnaxide, às 22h.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Cobras e Lagartos: Um Achado







A capacidade de nos surpreendermos é qualquer coisa de mágico que nos pertence como um tesouro...
Quem diria que uma telenovela me ia tirar do sério? Qual Gato Fedorento, qual Revolta dos Pastéis de Nata!
Farto de chachadas delicodoces, de más que fazem agora de boazinhas, e de boas que fazem de más, ao virar de novela, na TVI que dá sempre a mesma novela, uma amiga recomendou-me que purificasse os fígados na mais alucinada filigrana televisiva concebida e representada por brasileiros de grande gabarito que devem desbundar até mais não.
Fiquei fã e agora peço a todos que não me telefonem entre as 22 e 30 e as 23 e 45...
Há quem goste dos Gift, há quem não perca a Maria Laurinda, há quem prefira a Net e quem chupe no dedo...
Eu cá voto em Cobras e Lagartos para melhor divertimento televisivo que alguma vez foi feito em qualquer parte do mundo.

Cavalgada Alucinante


Os últimos governos antes daquele que nos (des) governa passaram o tempo a paralisar-nos a esperança. Este, corta-nos as pernas e espezinha-nos os sonhos.
De bom, Portugal já só tem um clima também ele desregulado, uma gastronomia ainda genuína (até quando?) e um Povo (que para alguns deve ser renomeado como Sociedade Civil) que apesar de hipnotizado e manipulado pelos poderes, integra muitos elementos sensíveis e criativos, capazes de encontrar uma solução para o Estado a que chegámos.
Fala-se com amigos professores e é terrível o ponto de vista com que caracterizam quem (des) governa, fala-se com amigos que trabalham em organismos do Poder Central e nada se augura de bom, fala-se com amigos que trabalham na Saúde e o panorama é desolador.
Será que enlouqueceu tudo, ou quem tem as rédeas desta cavalgada alucinante nas mãos não sabe o que está a fazer?
Responda quem souber!
Texto e foto:LFM

quarta-feira, novembro 01, 2006

Caos


Hoje não me apetece escrever nada. A rua onde moro está um caos. São duas e meia da manhã e centenas de indivíduos ocupam o espaço público berrando, estou cansado de um dia de trabalho e não me posso deitar porque não consigo dormir com tanto barulho. A polícia esteve uma vez mais aqui, multou dezenas e dezenas de carros mal estacionados, mandou fechar o bar que origina tudo isto, mas as multidões continuam a beber e a berrar como se o ar, o sítio, o meu sono, tudo fosse deles. O caos é este insuportável barulho: permitido, tolerado. De repente, um largo de Lisboa tornou-se um pesadelo. Não consigo escrever mais nada.
Foto: Candeeiro de Coruche (LFM)