"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quinta-feira, abril 29, 2010

quarta-feira, abril 28, 2010

O ENCANTO DO ENCONTRO



Amina Alaoui é a alma da terra e da espiritualidade, numa confluência mágica e intensa de águas e voos. Escutá-la é sentir o rumorejo das fontes ou o esvoaçar das águias, das montanhas do seu país. Intérprete maior da música árabe-andaluza, mulher de cultura, artista envolvente, Amina tem a leveza da Paz na pegada e sílabas suaves nos cânticos enluarados, que derrama em cada actuação, sempre singular.

Autora de melodias e poemas inspirados, Amina Alaoui ilumina, no
encanto do encontro, os lugares do sul. Escutá-la em árabe ou em português, constitui um bálsamo, pois ela é a flor que o poeta idealiza: sensível e marcante, na respiração dos dias.

Lisboa, 26-4-2010 Luís Filipe Maçarico (texto e imagem)

terça-feira, abril 27, 2010

Mais Perto do Paraíso...






A Ronda dos Quatro Caminhos tem uma sonoridade de estuário, onde se fundem os rios da tradição, com a água na boca da vontade de viver o presente, sem hesitações, respirando sonhos.
Os músicos que integram este grupo, com especial destaque para António Prata e Carlos Barata Correia, por serem mais visíveis, são escultores de harmonia em cada espectáculo, com uma energia e entrega em palco, que contagia um público diverso, sempre desafiado a reagir, cantando, dançando, florescendo alegria.
A Ronda canta como ninguém, na voz única, admirável, de sol pleno, de João Pedro Oliveira, temas das raízes, banhadas em sonhos de futuro.
A comunicação e interacção com as plateias e outros músicos produzem sons diversos que confluem na criatividade de todas as actuações.
Ouvi-los é ficar mais perto do Paraíso...

Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

domingo, abril 25, 2010

25 de Abril com a Ronda dos Quatro Caminhos


























Não obstante o actual Presidente da República fazer os seus discursos de 25 de Abril sem cravo vermelho na lapela e ter negado uma pensão a Salgueiro Maia, em 1988, quando era primeiro ministro, a instituição Presidência da República abriu parte dos seus jardins ao povo, para celebrar esta data.
Quem ontem entrou naquele local podia ver nos muros imagens de um Portugal renascido em 1974 e nas paredes do edifício que alberga o Museu da Presidência uma projecção sobre a Revolução.
Depois, os milhares de pessoas que acorreram a Belém, puderam desfrutar de um dos mais belos espectáculos apresentados em Portugal, com uma chuva de estrelas. A Ronda dos Quatro Caminhos, grupo maior da Musica Portuguesa de Raíz Popular, revisitou alguns dos seus trabalhos, com especial destaque para "Terra de Abrigo", juntando em palco os Grupos de Aldeia Nova de S. Bento, dos Cantares de Évora, de Saias de Campo Maior, acompanhados pela Orquestra Sinfónica de Lisboa, dirigidos pelo Maestro Vasco de Azevedo e com participações notáveis de Kátia Guerreiro, Maria Toledo, José António Rodriguez, Pedro Caldeira Cabral e a encantadora Amina Alaoui, que também cantou em português.
A Ronda teve um dos seus grandes momentos, com uma energia, beleza e alegria que são a sua marca. Entrega total daqueles músicos de ouro, que tornaram a sessão numa festa de grande qualidade dignificando quem promovia e quem assistia, celebrando uma data maior na História de um Povo que renasceu e deve renascer sempre que as sombras impedirem o sonho de florescer.
Noite de recordar onde estávamos, quem éramos, há 36 anos...
Noite de sabermos o que queremos ser.
Noite de sermos!


Luís Filipe Maçarico

quinta-feira, abril 22, 2010

Obrigado, Fernando Vaz! Obrigado, José Carneiro!



Quem acompanhou entre 7 e 10 de Janeiro deste ano o blogue "Águas do Sul", apercebeu-se que dois valentes e generosos associativistas frente à Assembleia da República fizeram um protesto pouco usual entre nós, em prol da justiça que tarda para o Movimento Associativo Popular.
Todos os que ajudam a humanizar, com o seu voluntariado, as cidades, vilas e aldeias deste país, ficaram gratos àqueles homens, um do Sul, outro do Norte, pois a eles devemos as resoluções 33 e 34/2010, através das quais a Assembleia da República resolveu recomendar ao Governo (entre outras coisas) :
A criação do Observatório do Associativismo, o enquadramento do Movimento Associativo no sector da economia social, de modo que as colectividades que o integram possam beneficiar dos apoios no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Economia Social, a clarificação do regime legal que excepciona bares, cantinas e refeitórios das associações sem fins lucrativos e que o Conselho de Ministros proceda à regulamentação urgente da aplicação do estatuto de parceiro social ao movimento associativo popular, tal como prevê a lei nº 34/2003 de 22 de Agosto.
Entre aprovar resoluções e decidir as acções vai uma distância enorme, mas que este passo é importante, não podemos ignorar, pois é fruto de muita insistência, intervenções, abaixo assinados e da greve que aqueles amigos fizeram, recusando-se a comer enquanto não houvesse outra atitude para com estas casas de convívio, cultura, recreio e desporto.
Obrigado, Fernando Vaz! Obrigado, José Carneiro!
Notícia e fotografia: Luís Filipe Maçarico

terça-feira, abril 20, 2010

Um Poema de Bertolt Brecht que não perdeu actualidade


Diz-me companheiro


Diz-me companheiro
Pra que serve a bondade
Se os bondosos forem sempre perseguidos
Forem presos, torturados, abatidos
E se a vida for roubada
Aos humildes a quem a bondade é destinada

Não basta ser bondoso
É preciso construir o homem novo
O mundo novo
Onde já não seja necessária a caridade
E ninguém defenda o valor da humildade

Diz-me companheiro
Pra que serve a liberdade
Quando os homens que são livres estão cercados
Por irmãos que continuam explorados
Quando os homens têm medo
De perder a liberdade pela manhã cedo

Não basta ser livre
É preciso construir o homem novo
O mundo novo
Onde a liberdade já não seja discutida
E por ser de todos nunca mais seja perdida

Diz-me companheiro
Pra que serve a justiça
Quando só quem não é justo pode ter
O que todos necessitam pra viver
E a justiça oficial
Acha bem o que sabemos todos que está mal

Não basta ser justo
É preciso construir o homem novo
O mundo novo
Onde quem for justo nunca seja condenado
E quem for injusto venha sempre a ser culpado.

Bertolt Brecht

O DESASTRE








O povo português é como o borreguinho dentro das grades que a imagem mostra. Só quer é mamar na teta, haja maná (ou vinho) que "eles há que sabem"....
O dia a dia é pontuado pelos audiovisuais manipuladores: televisão, Internet na sua vertente Farmville, que afogam tensões, funcionando como paliativos contra o stress, adormecendo ou apagando a crítica, a participação cívica, a cidadania. Eu também jogo, mas continuo a ter consciência e a querer participar: na vida associativa, política, intelectual. Não me deixo apagar, as minhas convicções são fortes.
As obrigações laborais, para aqueles que ainda as têm, são feitas em viagem dentro de camioneta sem travões, com motoristas atrevidos que desconhecem a estrada , improvisando o percurso,às apalpadelas porque têm um cartão mágico de condottieri, obtido ali para os lados do Cano dos Ratos.
Alguns cães sabujam aos pés do dono, pois o que interessa é que pingue algum unto, até porque "eles podem fazer coisas menos bem mas até fazem qualquer coisa".
O Governo é um boi desatinado a urrar contra muros que ele próprio espalhou por todo o lado. As ruínas e os protestos são superados por discursos de opera buffa.
Acima de tudo isto, a entidade podre conhecida como União Europeia, que esmaga os pobres, em nome de uma sacro-santa-economia de ricos, asfixia e espezinha, mais e mais, com políticas anti-sociais, baseadas em interesses elefantisíacos do Capital, na praia da gula desmedida, dos escroques, dos interesses abomináveis dos patrões e seus capatazes que nos poleiros mediáticos enganam uma imensa massa acéfala, embalada com promessas de São Nunca e chinfrins de hinos ou cançonetas dos Quins do Reino.
Porque me roubaram os sonhos, porque fiquei muito pior quando me prometeram Democracia e Progresso e só me deram constrangimento, pesadelos, escravidão, deveres e obrigações em vez de direitos e fruição da vida da Liberdade, que eu ansiava, daqui deste meu blogue exijo que Portugal saia do Euro, pois quem lucrou com a extinção do escudo foram os chulos que puseram este país endividado, que recebem chorudas reformas, que fizeram grandes trafulhices e uma certa populaça oportunista que comprou andares, jipes, sem ter dinheiro para pagar. Pessoas como eu que não contraíram dívidas, que cumprem com as regras, que trabalharam no duro e se esforçaram do seu magro bolso para estudar e obter proventos honestos acabam por pagar uma crise que os sacanas provocaram.
Não foi para isto que o Povo saiu à Rua quando se abriram as Portas que Abril abriu.
Fora do Euro Já!
É mau viver sem o Escudo e ter de pagar com Euros não é a mesma coisa: é dependência, é humilhação e é a gradual perda de qualidade de vida. Caminhamos para uma Guerra de consequências monstruosas se nada for feito para estancar uma sangria impensável que não pára. Todos os anos sabemos de lucros pornográficos dos Bancos, de ordenados insultuosos de administradores que nos empurram para o Caos.
O Euro só interessa aos burocratas-paus-mandados de Merckl e quejandos, Socratinos e Barrosões...
Se Portugal não sair do Euro é o Desastre.
Os cães raivosos da especulação monetária, disfarçada de empréstimo caritativo (que até queriam que a Grécia pagasse a sua dívida entregando ilhas, território pátrio) estão cada vez mais a morder os calcanhares aos Pinhos e Cavacos, que não querem saber e fingem não ver o descalabro, porque para os poleiristas o que interessa é o Falsete Metálico da Gomes Teixeira entender-se com o Javali do Jardim das Flores de Sangue. Ou outras novelas de mau gosto, que depois acabam a meio, com ajudas preciosas de quem deveria ter outra postura... e salva de prestarem contas, aqueles que produzem sofrimento.
Era bom que pensássemos nisto e reagíssemos.

Luís Filipe Maçarico (palavras e imagens)

segunda-feira, abril 19, 2010

RETRATO DO PORTUGAL DE HOJE


Não são precisas muitas palavras para definir a situação actual do nosso país. Talvez baste uma pequena frase e a imagem. Então, aí vai: SEM RUMO.
Os meus agradecimentos à excepcional modelo: Madame de Perpessac, que gentilmente acedeu fotografar-se nesta bela caricatura da parvónia em que vivemos.
LFM: texto e fotografia

quinta-feira, abril 15, 2010

O Caçador Caçado


Um dia, uma maquilhadora de vedetas procedia ao embelezamento, para consumo televisivo, do candidato a deputado, também conhecido como poeta-deputado.

Ao constatar a pronúncia alentejana daquela trabalhadora, o dito cujo perguntou-lhe de onde era e ao saber a terra da artista, confirmou que conhecia o lugar. Ao que ela perguntou se o senhor tinha casa na localidade. Resposta do ex-vice presidente da Assembleia da República: "Não tenho casa, vou lá à caça"...

Perante a reacção de repúdio da alentejana, o senhor poeta inquiriu:

"Acha mal?"

"Acho muito mal - ripostou aquela portuguesa -porque para mim um poeta canta a vida, não canta a morte. Se o senhor quiser inspirar-se na morte, vai aqui perto, a um supermercado, não precisa de ir pra tão longe...abra as arcas frigoríficas, tem lá muita morte para se inspirar!

Comentário desta amiga no final da narrativa: "Eu não quero um Presidente Rambo (que é do tirinho!)" E acrescentou: "Esta gente ainda na idade da pedra quer governar-me?"

Pensem nisto!
Luís Filipe Maçarico

terça-feira, abril 13, 2010

O AFECTO


Esta manhã, no Facebook, a minha amiga Melisa perguntou-me qual seria aquilo cuja falta me impediria de viver? Respondi assim:

"Não conseguiria viver sem afecto (escrevi primeiro amor, porém, embora o desejemos, é etéreo como as nuvens. Encanta, magoa e passa). O afecto contido na amizade é bem mais perene. E agarra-nos à vida. Sobretudo, quando os Amigos preenchem o espaço que a Família não conseguiu ocupar."

Palavras e fotografia de Luís Filipe Maçarico

segunda-feira, abril 12, 2010

Fim de Semana Associativo-II














Sábado passado efectuou-se, em Tomar, a tomada de posse dos novos corpos sociais da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto.
Durante a sessão, que decorreu na Câmara Municipal de Tomar, o presidente da autarquia referiu que o movimento associativo é factor de coesão social e escola importantíssima, sublinhando que a Confederação merece toda a consideração.
"As associações - afirmou - são seguramente a melhor escola de Democracia."

Ao longo da manhã, as dezenas de participantes neste encontro visitaram o Museu dos Fósforos, a sinagoga e a igreja de S. João.

Luís Filipe Maçarico (notícia e fotos)

Fim de Semana Associativo-I






Este fim de semana a Aldraba foi à Xuventude da Galicia degustar uma paella e visitar o espaço, bem como ouvir falar de uma história centenária.
Tratou-se de mais um jantar-tertúlia em torno da realidade associativa. Algumas dezenas de associados e amigos responderam ao desafio e conviveram numa noite primaveril em Lisboa.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

sábado, abril 10, 2010

Cerejeiras em Flor


A serra da Gardunha e todos os lugares onde a respiração humana palpita celebram de novo a vida extasiante dos seres, reanimados com o azul e esta luz tão forte do sol sobre o granito.
As cerejeiras da Cova da Beira brilham por estes dias. Saborear as velhas estradas que nos permitem redescobrir os belos pormenores que anunciam a Primavera - eis a proposta que deixo a todos os que ainda não conhecem essa parcela mágica de Portugal.
Eu acabei de passar alguns dias em Alpedrinha e no domingo passado,quando a Isaura trouxe-me pela estrada velha pensei: sou um privilegiado.
Há dois dias fiz uma caminhada com a Maria dos Anjos, o Leonardo e a Isaura. Os aromas e os cânticos, a variedade das flores e o próprio ar, tudo é apelativo.
Sempre com a Gardunha em fundo, como cenário encantado. Com gente viva, existindo longe dos dias apressados das cidades. Num ritmo humano ao qual apetece sempre voltar, quando regressamos da correria.
Luís Filipe Maçarico

segunda-feira, abril 05, 2010

Como se o mundo ficasse suspenso...


No doce veneno
dos teus afagos
morri naquela noite
de solidão anunciada

vivo só de memórias
na ânsia de saciar
este fado de querer asas

Na inebriante agonia
dos sentidos
renasço em sonho
bebendo pela concha
das tuas mãos


longínquas


talvez mentira, talvez verdade


beijos carícias desejo ilusão

ir(real)


ser eu e tu um dia ou

numa hora a vida toda
ávido
ávido

lua terra nuvem saliva suspiro
solitude solstício plenilúnio
alga trevo tição

rio de lume
mar de luz
no estuário de todas as promessas
na estação das flores
perenes
no mel dos gestos
intocáveis
no sorriso matinal
imaginado
com melros e sol
no silêncio de uns lábios
colados
como se o mundo ficasse suspenso
entre uma e outra estrofe
do poema subitamente
sílaba vírgula ponto respiração
feliz.

4-4-2010; 10:15

LUÍS FILIPE MAÇARICO (poema e fotografia)

sábado, abril 03, 2010

AOS BRAVOS DA CPM 8248










Ontem, fiz uma caminhada na Tapada das Necessidades. Ao passar pelo Jardim dos cactos evoquei os meses tensos de há 36 anos, quando cheguei a Moçambique no Dia das Mentiras.
Era no tempo da Mentira... Que tínhamos de defender a Pátria e não sei mais quê!!!...
Um punhado de jovens foi obrigado a deixar tudo, na flor da idade, para justificar as comissões chorudas dos tubarões com patente, que lucravam com o conflito, acumulando anos de serviço e por vezes galardões (e muita dinheirama, que a guerra dá dinheiro, como a sociedade capitalista alimenta os especuladores mais hábeis), situação partilhada com os restantes exploradores de África, governo de então inclusivé.
Foi nesse ambiente mental de medo, censura e opressão, que se desenrolava num cenário onde o esplendor da Natureza contrastava com a miséria dos humanos, que começou a minha libertação e a de muitos portugueses.
Passados estes anos, recebo (como sucede em todos os meses de Abril) a convocatória para um convívio em torno das iguarias de uma região do país e das memórias desse exílio forçado em África.
Soube pelo António Pinguincha Caeiro que alguns bravos da CPM 8248 já se foram embora.
Pela generosidade daqueles rapazes em 1974 - que partiram, pensando garantir com a sua dedicação a integridade do território luso - ouvi o canto dos melros, o rumor do vento nos galhos, um bando de papagaios enluarados, bebi todo o silêncio da tarde de sombras frias e sóis repentinos, para deixar aqui a minha singela homenagem a esses companheiros, que comigo foram desterrados (e enganados) indo bater com os costados a 13 mil quilómetros daqui.
Sendo hoje sábado de Páscoa e desde esta modesta tribuna digo: PAZ ÀS SUAS ALMAS!
Aos que sobreviveram às emboscadas da Vida, o abraço e o desejo que o reencontro onde não poderei participar seja bem divertido. No mesmo dia (10) estarei em Tomar, a tomar posse como Conselheiro Nacional da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto - uma tropa em que acredito mais do que aquela que nos impingiram e continua a produzir os seus embustes (veja-se o dos submarinos, etc.)
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

CONVITE

sexta-feira, abril 02, 2010

Zé do Garfo






Só quando estudei a mitologia da civilização greco-romana, percebi que o Zé do Garfo existia apenas no imaginário popular.
Neptuno, Deus das águas, vigiava na fonte com repuxos do Largo de D. Estefânia e no chafariz monumental da Praça da Armada, dois lugares de Lisboa com história e arte pública com beleza.
Ontem, desapareceu o tridente de Neptuno.
Jovem vizinho consciente tomou a iniciativa de guardar aquele património, para entregar à Junta de Freguesia.
Neste país de gente muito tolerante para com os políticos corruptos, quantos tomariam essa atitude?

Luís Filipe Maçarico (texto e foto)