"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, junho 30, 2014

Viva Raja Litiwinoff!

Raja Litiwinoff é uma amiga muito especial. Nos anos 60, os pais - oriundos da Alemanha e da Rússia - conheceram Portugal. Aqui cresceu. Daqui partiu, para cooperar, em diversos países lusófonos, como Moçambique, Cabo Verde e Brasil. Mas também esteve no Mali. Isto depois de ter trabalhado na Pedreira dos Húngaros, ou de ter coordenado projectos, ligados aos Jogos e aos Contos, no âmbito da educação.

 Na sua tese "Inquietação, memória e afirmação no batuque: música e dança cabo-verdiana em Portugal"  apresentada à Universidade de Aveiro, em 2012, Jorge Manuel de Mansilha Castro Ribeiro dedica-a, entre familiares e amigos, " À Raja Litwinoff que me abriu as primeiras janelas da vida cabo - verdiana em Portugal." Creio que este exemplo diz bem, da importância desta mulher na promoção das culturas lusófonas.

Raja Litiwinoff foi a tradutora, com Rodrigo Dias, dos versos, em francês, do livro "Os Pastores do Sol". Espalhou esse livro pelos países onde viveu.
E recentemente, Porosidade Etérea acedeu também, através da fraterna Raja, aos primeiros poemas que editei, em 1995, sobre a Tunísia.
Confraternizámos ontem, na Casa do Alentejo. Bem Hajas, querida Raja!

sexta-feira, junho 27, 2014

Quando Alguns Pretendem Ensinar o Povo a Respirar...


Surgem regularmente novas associações em Portugal. O que é de saudar.
Uma parte, aparece para desempenhar o papel de um Estado, cada vez mais demissionário, no apoio à formação integral dos jovens. 
Outros decidem protagonizar acções, no âmbito da salvaguarda do património, o que é igualmente de aplaudir, pois apesar de ter fundado várias associações deste tipo, na primeira década deste novo século, costumo dizer com convicção, que há sempre lugar para este exercício de cidadania e que são bem vindas novas propostas, num país que enferma dos custos da globalização e onde só para dar um exemplo, as portas de madeira vão desaparecendo, com os utensílios inerentes, de comunicação... substituídas, nos centros históricos, por inestéticas portas de alumínio, de todos os feitios e cores, com total desrespeito pelo que de genuíno ainda havia para mostrar aos visitantes estrangeiros e nacionais.
Todavia não consigo aceitar os grupos de pseudo sapientes, geralmente arrogantes, que têm por objectivo "ensinar o povo a respirar".
Ainda não há muito tempo, nasceu uma coisa assim, ligada a propósitos elitistas, cuja propaganda tem mais a ver com a divulgação de cursos de cariz universitário, onde pontificam uns seres cinzentóides, servindo-se do património, como pretexto, para aparecerem na capa de revista e nuns artiguelhos, em jornais, tendo por esta via, os seus cinco minutos de glória.
De facto, assistimos a uma acção, em que o património imaterial foi o lema, e onde os tais "iluminados" recorreram a investigadores, que há catorze anos, na apresentação de uma associação similar, falaram da actividade que desenvolvem no Alentejo, aos mais diversos níveis e com a categoria de um trabalho exemplar, à escala humana.
A nóvel (velha em intentos) associação, que produziu o encore, com o respectivo apoio municipal (serão os autarcas, ex-alunos de suas excelências, ou dedicadas figuras de uma famigerada sociedade secreta?) e depois da passeata, replicada por diversos concelhos, de norte a sul, onde foram escolhendo vips e vetando uns quantos, está de cátedra em Lisboa, tendo deixado no terreno alguns delegados, para informarem sobre atentados patrimoniais, para se produzir o alarme mediático, quando for oportuno.
Apetece citar Almada Negreiros, na "Cena do Ódio": "
"(...) A pátria onde Camões morreu de fome 
e onde todos enchem a barriga de Camões!" 
 
...Assim é com o maravilhoso património imaterial, panaceia para alguns oportunos senhores descobrirem a pólvora...

Luís Filipe Maçarico
(Texto e fotografias)



quarta-feira, junho 11, 2014

A Mesma Cartilha...

Oiço na rádio que as actividades ILEGAIS passam a entrar no PIB.
Ou seja: a Droga, o Contrabando e a Prostituição...
Pergunto-me: De onde vem esta "criatividade"? 
Repugnante, um sistema assim, de esvaziamento dos valores...

Leio no "Público", que no Iraque, os Jihadistas dominam uma província, e que no Afeganistão, os Talibans somam e seguem....
Pergunto-me, como se fosse ingénuo: Para que serviram então as invasões, em nome "da Paz e dos direitos humanos", que os americanos empreenderam? 
E não preciso de dar outros exemplos, como é o caso do caos, na Líbia...

De forma similar, ao que se passa na Europa, empobrecer, enfraquecer, vampirizar nações, com interesse geo-estratégico ou produtores de bens, que cobiçam, ou ainda neutralizar culturas, povos e patrimónios, que anseiam submeter aos seus ditâmes, à way of life, que desejam exportar, até o mundo ficar todo formatado e sem identidades locais, num sufoco de globalização esmagante, americanos e alemães vão tecendo a sua teia....

Os Obamas e as Merkeles deste planeta inspiram-se na mesma cartilha....

LFM (texto e foto)



sexta-feira, junho 06, 2014

"Tierra Alantre", o Novo Trabalho da Ronda dos Quatro Caminhos: Oxigénio Purificador na Língua do Encontro


Na história do Teatro Nacional de São Carlos, como no percurso da Ronda dos Quatro Caminhos, o dia 22 de Maio de 2014 é histórico. 
Intenso, foi o concerto deste grupo, que está sobejamente de parabéns. 

Quem acompanha a caminhada de António Prata e seus pares, no território do Património da Música Tradicional, fica extasiado com o rigor das recolhas, a criatividade das orquestrações, o desempenho dos músicos e a qualidade da voz do solista.

Depois do prazer do concerto ao vivo, tive o ensejo de escutar, numa boa aparelhagem o disco que surge, após "Terra de Abrigo" e "Sulitânia", trabalhos que ficaram na lembrança e que ofereci aos amigos, nos seus aniversários. E é como se fruíssemos frutos silvestres, revestindo de novo os campos, carnudas cerejas, gostosas castanhas, prodigiosos medronhos, que renovam o sangue, oxigénio purificador exalado por rosas, jasmins, madressilvas, entre serras e rios, nas vozes enluaradas do povo, música da terra, permitindo o voo, nas asas da mais perfeita beleza. Ternura tecida por violinos, pela sanfona e o realejo, a par do adufe e da concertina. São amores e sabedorias, partilhados numa língua de encontro. Os povos aproximam-se, esbatem-se as fronteiras e prova-se o sabor da paz.
"Mergulhar até à raiz onde se alimenta a dignidade de um povo, trazê-la depois até à superfície, onde possa florir em todo o esplendor de sons e de palavras que cristalizaram a magia do tempo longo e eternizaram momentos de uma vida que só por milagre chegou até nós, eis o desafio que a Ronda dos Quatro Caminhos nos propõe.
A Tierra por onde encaminham os nossos passos Alantre, leva-nos ao encontro de uma gente que, nas asas do seu canto e das suas línguas – o galego / português e o mirandês / astur-leonês - nos dá o melhor de si mesma, na ronda por caminhos que a história calcetou com sucessivas camadas de um saber que nos foi fazendo quem somos, onde a grande música espreita à esquina dos mais simples gestos e nos chega por caminhos que mal parecem sustentar a espessura dos passos, saber depurado, força e senhas de não desistência.
Quem se lembraria de assentar a Orquestra Sinfónica Portuguesa sobre uma ponte, onde mais forte é o eco da corrente, de dilatar a voz das lavadeiras da ribeira com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, de acompanhar os rebanhos transumantes serra acima, pelas canadas onde os pastores superam os reis em coragem e sabedoria, de despertar adormecidas magias ou, tão só, lembrar-nos que os pobres continuam a bater às portas em busca de pão e de rumo na sua caminhada e que os mistérios são um poial onde devemos continuar a assentar a nossa busca de sentido no alto mar da vida, pela dignidade do trabalho, deixando-nos a música erguida como pilar de resistência e como bálsamo a afiada faca das palavras?
A viagem a que nos convidam, tierra alantre, atravessa as Terras de Miranda, volteia por terras de Trás-os-Montes, abraça o Minho e as terras galaicas. Sempre a terra firme a cimentar um contínuo cultural e a sustentar as asas do convite a uma visita diferente, quer nos caminhos a percorrer quer no jeito de lhe entregar os passos, pois foi a terra que fez as gentes e por elas foi conformada, numa geografia que só nas culturais curvas de nível abre as janelas onde deixa assomar a sua alma.
Já no seu nome, a Ronda dos Quatro Caminhos remete-nos para as encruzilhadas, esses locais onde a energia se concentra e aflora à superfície como mistério a respeitar. O número quatro acolhe também a ideia de totalidade, que pretendem abarcar e está bem presente no título este seu trabalho.
Quando ouvires estas melodias, caminha dentro delas, pois dizem aquela que é a tua gente e contam a tua própria história, inserida na caminhada colectiva que vamos fazendo para nos erguermos e mantermos dignos e humanos.
As canções seleccionadas são apenas picos de uma cordilheira de sons e de vidas que, à medida que os conquistamos, sempre outros picos encobrem, num convite à descoberta de um legado que, sendo embora da humanidade, apenas se deixa conquistar numa renovação constante,porque só assim se pode erguer como bandeira deste tempo que é o nosso."

25 de abril de 2014


*Amadeu Ferreira – Escritor, poeta, ensaísta, historiador, tradutor e dinamizador do mirandês, e das tradições das Terras de Miranda.

- See more at: http://ww1.rtp.pt/antena1/index.php?t=Disco-A1-Ronda-dos-Quatro-Caminhos-Tierra-Alantre.rtp&article=7735&visual=10&tm=2&headline=14#sthash.ZfdIclBn.dpuf
TIERRA ALANTRE POR AMADEU FERREIRA*

"Mergulhar até à raiz onde se alimenta a dignidade de um povo, trazê-la depois até à superfície, onde possa florir em todo o esplendor de sons e de palavras que cristalizaram a magia do tempo longo e eternizaram momentos de uma vida que só por milagre chegou até nós, eis o desafio que a Ronda dos Quatro Caminhos nos propõe.
A Tierra por onde encaminham os nossos passos Alantre, leva-nos ao encontro de uma gente que, nas asas do seu canto e das suas línguas – o galego / português e o mirandês / astur-leonês - nos dá o melhor de si mesma, na ronda por caminhos que a história calcetou com sucessivas camadas de um saber que nos foi fazendo quem somos, onde a grande música espreita à esquina dos mais simples gestos e nos chega por caminhos que mal parecem sustentar a espessura dos passos, saber depurado, força e senhas de não desistência.
Quem se lembraria de assentar a Orquestra Sinfónica Portuguesa sobre uma ponte, onde mais forte é o eco da corrente, de dilatar a voz das lavadeiras da ribeira com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, de acompanhar os rebanhos transumantes serra acima, pelas canadas onde os pastores superam os reis em coragem e sabedoria, de despertar adormecidas magias ou, tão só, lembrar-nos que os pobres continuam a bater às portas em busca de pão e de rumo na sua caminhada e que os mistérios são um poial onde devemos continuar a assentar a nossa busca de sentido no alto mar da vida, pela dignidade do trabalho, deixando-nos a música erguida como pilar de resistência e como bálsamo a afiada faca das palavras?
A viagem a que nos convidam, tierra alantre, atravessa as Terras de Miranda, volteia por terras de Trás-os-Montes, abraça o Minho e as terras galaicas. Sempre a terra firme a cimentar um contínuo cultural e a sustentar as asas do convite a uma visita diferente, quer nos caminhos a percorrer quer no jeito de lhe entregar os passos, pois foi a terra que fez as gentes e por elas foi conformada, numa geografia que só nas culturais curvas de nível abre as janelas onde deixa assomar a sua alma.
Já no seu nome, a Ronda dos Quatro Caminhos remete-nos para as encruzilhadas, esses locais onde a energia se concentra e aflora à superfície como mistério a respeitar. O número quatro acolhe também a ideia de totalidade, que pretendem abarcar e está bem presente no título este seu trabalho.
Quando ouvires estas melodias, caminha dentro delas, pois dizem aquela que é a tua gente e contam a tua própria história, inserida na caminhada colectiva que vamos fazendo para nos erguermos e mantermos dignos e humanos.
As canções seleccionadas são apenas picos de uma cordilheira de sons e de vidas que, à medida que os conquistamos, sempre outros picos encobrem, num convite à descoberta de um legado que, sendo embora da humanidade, apenas se deixa conquistar numa renovação constante,porque só assim se pode erguer como bandeira deste tempo que é o nosso."

25 de abril de 2014


*Amadeu Ferreira – Escritor, poeta, ensaísta, historiador, tradutor e dinamizador do mirandês, e das tradições das Terras de Miranda.

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Quando ouvires estas melodias, caminha dentro delas, pois dizem aquela que é a tua gente e contam a tua própria história, inserida na caminhada colectiva que vamos fazendo para nos erguermos e mantermos dignos e humanos.
As canções seleccionadas são apenas picos de uma cordilheira de sons e de vidas que, à medida que os conquistamos, sempre outros picos encobrem, num convite à descoberta de um legado que, sendo embora da humanidade, apenas se deixa conquistar numa renovação constante,porque só assim se pode erguer como bandeira deste tempo que é o nosso." - See more at: http://ww1.rtp.pt/antena1/index.php?t=Disco-A1-Ronda-dos-Quatro-Caminhos-Tierra-Alantre.rtp&article=7735&visual=10&tm=2&headline=14#sthash.ZfdIclBn.dpuf
TIERRA ALANTRE POR AMADEU FERREIRA*

"Mergulhar até à raiz onde se alimenta a dignidade de um povo, trazê-la depois até à superfície, onde possa florir em todo o esplendor de sons e de palavras que cristalizaram a magia do tempo longo e eternizaram momentos de uma vida que só por milagre chegou até nós, eis o desafio que a Ronda dos Quatro Caminhos nos propõe.
A Tierra por onde encaminham os nossos passos Alantre, leva-nos ao encontro de uma gente que, nas asas do seu canto e das suas línguas – o galego / português e o mirandês / astur-leonês - nos dá o melhor de si mesma, na ronda por caminhos que a história calcetou com sucessivas camadas de um saber que nos foi fazendo quem somos, onde a grande música espreita à esquina dos mais simples gestos e nos chega por caminhos que mal parecem sustentar a espessura dos passos, saber depurado, força e senhas de não desistência.
Quem se lembraria de assentar a Orquestra Sinfónica Portuguesa sobre uma ponte, onde mais forte é o eco da corrente, de dilatar a voz das lavadeiras da ribeira com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, de acompanhar os rebanhos transumantes serra acima, pelas canadas onde os pastores superam os reis em coragem e sabedoria, de despertar adormecidas magias ou, tão só, lembrar-nos que os pobres continuam a bater às portas em busca de pão e de rumo na sua caminhada e que os mistérios são um poial onde devemos continuar a assentar a nossa busca de sentido no alto mar da vida, pela dignidade do trabalho, deixando-nos a música erguida como pilar de resistência e como bálsamo a afiada faca das palavras?
A viagem a que nos convidam, tierra alantre, atravessa as Terras de Miranda, volteia por terras de Trás-os-Montes, abraça o Minho e as terras galaicas. Sempre a terra firme a cimentar um contínuo cultural e a sustentar as asas do convite a uma visita diferente, quer nos caminhos a percorrer quer no jeito de lhe entregar os passos, pois foi a terra que fez as gentes e por elas foi conformada, numa geografia que só nas culturais curvas de nível abre as janelas onde deixa assomar a sua alma.
Já no seu nome, a Ronda dos Quatro Caminhos remete-nos para as encruzilhadas, esses locais onde a energia se concentra e aflora à superfície como mistério a respeitar. O número quatro acolhe também a ideia de totalidade, que pretendem abarcar e está bem presente no título este seu trabalho.
Quando ouvires estas melodias, caminha dentro delas, pois dizem aquela que é a tua gente e contam a tua própria história, inserida na caminhada colectiva que vamos fazendo para nos erguermos e mantermos dignos e humanos.
As canções seleccionadas são apenas picos de uma cordilheira de sons e de vidas que, à medida que os conquistamos, sempre outros picos encobrem, num convite à descoberta de um legado que, sendo embora da humanidade, apenas se deixa conquistar numa renovação constante,porque só assim se pode erguer como bandeira deste tempo que é o nosso."

25 de abril de 2014


*Amadeu Ferreira – Escritor, poeta, ensaísta, historiador, tradutor e dinamizador do mirandês, e das tradições das Terras de Miranda.

- See more at: http://ww1.rtp.pt/antena1/index.php?t=Disco-A1-Ronda-dos-Quatro-Caminhos-Tierra-Alantre.rtp&article=7735&visual=10&tm=2&headline=14#sthash.ZfdIclBn.dpufA Orquestra Sinfónica Nacional e o Coro do TNSC, dirigidos pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo, o apuradíssimo rancho dos cantadores da Aldeia Nova de São Bento, todos vestidos de preto, com seus chapéus, onde Pedro Mestre, cantou, as vozes mágicas do Grupo de Cantares de Évora, e ainda os amigos minhotos, galegos e transmontanos, - como Sara Vidal ( que cantou no grupo galego "Luar na Lubre"), a sanfoneira Maria Xosé Lopes e Chico Carinho, no realejo, ou gaita de beiços, cintilaram em São Carlos e no disco "Tierra Alantre".
Os membros da Ronda transcendem, como é o caso de João Pedro Oliveira, com interpretações soberbas, acompanhado pelo savoir faire do Resistente António Prata, pela contagiante alegria do inigualável Carlos Barata, pela bateria fabulosa de Pita Gros, mais o talento de Marinho e pelo excelente pianista Pedro Fragoso. Em São Carlos, como no CD, todos contribuíram para a Poesia de um espectáculo muito belo, envolvendo centena e meia de intervenientes, que se repetirá pelo país. Assim o queiram autarquias e mecenas, que farão muito pela cultura nacional se apoiarem o grupo e a sua mais recente criação.
Naquela noite de final de Maio saímos da vetusta sala de São Carlos, com a alma lavada, por o património luso, da música tradicional, ligada à oralidade, ter estado tão bem entregue... É nestes momentos que nos comovemos por sermos daqui e haver gente tão maravilhosa, que insiste em celebrar o que temos de melhor. Que faz disso caminho. Em frente.
Entretanto, antes e depois, o prazer de reencontrar amigos, como o poeta Ruy Ventura, Francisco Duarte, presidente do município de Castro Verde, Luis Garcia, um homem fraterno, que tem a cultura como farol do seu percurso de animador, o autarca de Évora, Carlos Pinto de Sá, a responsável regional da Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, Maria Adelaide Ferreira, Natércia Duarte, Jorge Cabral, Pedro da Mata, Maria Do Céu Ramos, Rosa Calado, etc. 
Todos entusiasmados, porque esta música, estes sons e estas gargantas, trouxeram a essência do quotidiano e da memória, a uma das salas mais importantes do país.
Já na rua, os Cantadores da Aldeia Nova de São Bento lembraram algumas modas, antes de entrar no autocarro, que os levaria de regresso ao Alentejo. Um obrigado especial a Luis Castanheira, pela sua gentileza e uma vez fora do palco, comentando o quanto nos agradou esta noite tão especial.
Luís Filipe Maçarico (fotografias e texto)