"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quinta-feira, setembro 30, 2010

Uma Europa de Sonho



Em nome do bem estar da União Europeia, proponho que sejam criados pelotões de fuzilamento, para procederem em conformidade com as directrizes de Bruxelas.
Através da sua acção higienizadora, esses patrióticos pelotões, poderão repôr o equilíbrio das contas dos países deficitários, eliminando-se de forma eficaz, milhões de pobres e de funcionários públicos.
Só assim poderá ser reposta a confiança dos agiotas fascistas.
À consideração dos Governos/Capatazes dos Interesses Vorazes
LFM

segunda-feira, setembro 27, 2010

Roseira Brava

Maravilhoso!
É bom encontrar jóias como esta, que nos dão força para começar a semana, num país com tantos espinhos.
Samuel, Maria do Amparo e a Oficina do Canto, bem hajam pela beleza partilhada! Pela luz que as vossas vozes transmitem! Pela grande qualidade!

domingo, setembro 26, 2010

A Imensa Minoria


Após os 11 dias úteis de férias que gozei recentemente em Odeceixe, tive alguma dificuldade em reinserir-me no quotidiano.
Não porque tenha propensão para sofrer do muito em voga stress pós-vacances, mas por não ver da parte de quem decide, atitudes exemplares.
Sinto-me cada vez mais farto (e penalizado) por aquilo que uma parte dos portugueses fazem.
Por isso, uma vez mais protesto: por os governantes da última década terem contribuído com as suas decisões, para o aumento da dívida pública.
Então nenhum desses cidadãos paga as consequências? Que raio de gente é essa, que só tem direitos (e pensões chorudas)? Numa Democracia assim, que um amigo de cepa alentejana já definiu como a extrema unção para os sonhos, não apetece respirar...tal é a poluição e agonia dos valores...
E que dizer dos tios e tias (e dos que andam à babugem desse status) da chamada Sociedade Civil, que contraíram dívidas - fomentadas pelos bancos - que não conseguiram pagar, enquanto desempenhavam a rábula de nice people, e que agora somos nós a ter de arcar com os encargos provocados por esses desvarios?
Quanto aos futebolistas e entidades bancárias, para quando uma séria intervenção do Estado relativamente aos ganhos elefantisíacos (ou tubarónicos, se preferirem) que continuam a não ser taxados, de acordo com os balúrdios que auferem, embora se reduzam apoios sociais a quem mais precisa e a reinvindicação da manutenção do Estado Social ande na boca cheia dos que o matam?
É por estas e por outras que me sinto inconformado e inadaptado.
Estou a dois anos dos 60 de vida e apesar de um percurso de trabalho e de intervenção cultural e até política, perante esta Sociedade de fariseus e vampiros, defronto-me com a situação de ser tratado como se tivesse começado agora a dar os primeiros passos na área laboral.
Não sonhei (nem contribuí com o meu esforço e dedicação) para esta javardice.
E o pior é que vejo um povo acomodado, para não dizer oportunista, manso, para não dizer sem tomates, a aceitar tudo o que tem acontecido, salvo a imensa minoria a que pertenço.
Dia 29 manifesto-me, como já o fiz inúmeras vezes. Não acredito que este Mal dure sempre.
Acredito, pelas lições da própria História, que a má sina (sobretudo de todos aqueles que não se contentam com a menorização com que nos tratam) há-de mudar.
Luís Filipe Maçarico (Texto e Fotografia)

domingo, setembro 19, 2010

POEMAS DA ÉPOCA BALNEAR






Em férias, se conseguimos descansar mesmo - e respirar ar puro, saborear alimentos de qualidade e conviver com pessoas fraternas, ficam criadas as condições para voltarmos a ser adolescentes e ficarmos próximos dos amores de Verão que já tivemos...
Não obstante o telemóvel interferir, em cada dia, despejando notícias, que podem deixar-nos ansiosos, na época balnear, a poesia pode acontecer.
Os versos que se seguem (e as imagens que os acompanham) são produto desse regresso à puerilidade...
Oh! Como adorava que quem me inspirou, conheça este blogue (o sorriso que me mostrou, parecia significar uma proximidade, todavia, como sou tímido, não consegui entregar-lhe estes versos, que passara a limpo, com esse propósito...).
Oxalá esta ideia peregrina corresponda à realidade e a musa inspiradora reaja e comente.

POEMAS DA ÉPOCA BALNEAR

olho-te e a beleza da tarde
és tu,
sorriso reencontrado
entre marés e vagabundagens
flor das falésias
lua crescente
(...)
olho-te e o universo
é a tua pele de nuvens.
(...)
14 e 15-9-2010

Chegas de mansinho
discretamente sais,
trazendo à paisagem
majestosa da arriba
rochosa a rútila
cintilação do corpo
mágico que embala
a lua e
o sol
na pegada.
(...)
16-9-2010

Hoje não vieste
as andorinhas do mar
cantaram todo o tempo
e o sol procurou a tua pele
mas esta tarde
tu foste a gaivota ausente.
17-9-2010

Diante de ti
escrevo este adeus
(...)
Para o teu sorriso
em longa e melancólica despedida
com sabor a medronho
e às amoras dos caminhos.
(...)
Contemplar-te
é respirar
todos os sonhos
que ainda falta
viver.
19-9-2010

Luís Filipe Maçarico (poemas e fotografias)

terça-feira, setembro 14, 2010

Etérea Espuma dos Dias


















Todos precisamos de caminhos de solitude para reflectir.
Aqui vos deixo alguns desses caminhos que me têm ajudado a respirar.
Há lugares mágicos, sítios para fruirmos a Natureza, enquanto as conversas com os Amigos são pedacinhos de lua que se partilham, em gestos fraternos.
Poesia das veredas, onde as amoras espreitam.
Etérea espuma dos dias.
Luís Filipe Maçarico (Texto e Fotografias)

segunda-feira, setembro 06, 2010

Festa do Avante Por Cada Camarada Mais Velho, Dez Camaradas Jovens












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Acerca desta Festa direi que foi intensa.
Muitos amigos reencontrados. Excelentes espectáculos, com destaque para o concerto de música clássica, com Mário Lajinha e António Rosado, interpretando, respectivamente, Gershwin e Rachmaninoff, ao piano e o magnifico desempenho da Sinfonieta de Lisboa, com o Maestro Vasco Pierce de Azevedo.

Sábado trouxe-nos um Pedro Abrunhosa pujante de Música e Mensagem. Antes do clássico "Talvez f...", o artista nortenho lamentou que a autarquia tripeira tivesse vetado o nome de Saramago para uma rua, acrescentando que há quem tenha nome de aeroporto sem ter o mérito segundo o seu ponto de vista, que Saramago apresenta.
Os pintores que inscreveram o seu nome no livro de ouro da acção cultural, estiveram em grande destaque na exposição de desenho, realizada com o apoio do Museu Joaquim Vermelho, de Estremoz.
Salientam-se Cipriano Dourado, Júlio Resende, Lagoa Henriques, Rogério Ribeiro,Graça Morais, Maria Keill, entre muitos outros.
Na cidade internacional, os galegos apresentaram a sua cultura, com discos, livros, gastronomia e a sua música tradicional.

Domingo foi há bocado, tempo de acabar a festa que dura 3 dias.
Luísa Basto que admiro bastante, com a sua bela voz que pede meças a muita gente das cantorias, não cantou a poesia de Manuel da Fonseca, que ela tão bem sabe interpretar, optando por Kalinka e pela melodia mais emblemática de Piaff, rondando o Alentejo e o Fado, mas sem ter potenciado o filão de temas e autores, que como ela merecem não ficar nas trevas do esquecimento, o que por ser comunista, marcou a sua carreira, pelo estigma que os preconceituosos lhe impuseram, além de alguns aspectos menos positivos da sua vida pessoal.
A Arte Popular esteve presente, deliciando quem por ela passou o olhar.
Mas o mais importante foi o Comício, que durou uma hora e meia, com uma multidão de jovens a assistir, muito interventiva, cuja participação se assinala na proporção de 10 jovens para um idoso.
Surpreendente, o poder catalizador da Carvalhesa, cujo ritmo é motivador de grandes momentos lúdicos, arrebatando todos os jovens, que a dançam com prazer sempre que ela é escutada.
Entretanto, fica a mensagem final de José Casanova e Jerónimo de Sousa: quiseram e querem acabar com esta festa. Mas não o conseguirão!
A LUTA CONTINUA!

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

sexta-feira, setembro 03, 2010

Alentejo: Reflexão (Im) Pertinente para quem gosta de Aromas Florais e Paisagens com sabor a Sconers do Chá das Cinco


O Alentejo é muito bonito, sim. E pode fazer sonhar. Mas vejamos: já é o paraíso?
Quem lá vive e é jovem, tem trabalho, ou, tal como as gerações anteriores, precisa de procurar, fora daquele território, a sua subsistência?
Que Alentejo era o da juventude daqueles, que como eu envelheceram: terra da felicidade?
Então não era tempo de Fascismo, de escravidão dos trabalhadores?

E hoje, o Alqueva serve para quê?
A compra, por estrangeiros, da terra sagrada, que os filhos desses velhos vendem a esmo, é o grande futuro? A agricultura, nada ecológica, de alguns desses estrangeiros é uma boa opção?
Parece-me que o Alentejo se tornou num postal, que esconde uma realidade, que devia ser mudada para melhor.
Mas quem luta por isso? Os nostálgicos que se exilaram nas grandes cidades? Os autarcas? Os reformados? Restam os Poetas.

Como não sou postiço, digo que sim, que o Alentejo é belo, mas que está de tal modo a mudar que daqui a uns tempos aqueles que floreiam a realidade terão grandes surpresas, quando nas suas "romagens de saudade" procurarem o que já não há: as pessoas, a sabedoria, o património, para lá das papoilas...
Quando falamos do Alentejo, de que Alentejo falamos? O celeiro da nação, que certas modas exaltam e que era um emblema salazarista?
Mas é evidente, que - e perdoem a imagem forte - cada qual tem direito a ter, como o Anthony Perkins, em "Psycho, a mãe morta guardada em casa.
Como também há quem compre réplicas dos livros fachistóides da classe primária dos anos sessenta e rejubile por se sentir criança. São gostos...

Ermelinda Duarte cantou: "Somos livres, não voltaremos atrás".
Já li notícias que estamos perto, em certos aspectos, do tempo de Marcelo Caetano. Pudera!
Olhem que eu jogo Farmville, falo aqui da tristeza de ter deixado de ver um pombo que criei, mas ainda não me deixei domesticar.
Como dizia uma velha amiga de Cacia, a Glória da Silva Pereira, então representante de Aveiro no Sindicato das Trabalhadoras do Serviço Doméstico, "Coragem na Luta contra os Filhos da Puta!"

Extraído da minha página no Facebook.
Texto e Foto: Luís Filipe Maçarico

quarta-feira, setembro 01, 2010

PERGUNTINHA DEPRIMENTE

(Imagem retirada do blogue Arrastão)


O Eça de Queirós faz muita falta!

Imagino o que ele escreveria, se vivesse dentro do contexto actual, quer do país, como da França, seu lugar de deleite dandy, tomado de assalto pelos Sarkozys da treta.

Os cronistas (e poetas) de agora estão "amochados" ao Poder.

Veja-se o Araújo das caretas (vá lá, faz mais um spot ao Meo, fiho, que tens de ganhar a vidinha!) ou o Alegrete do cravo murcho, desta vez a elogiar o Governo do Zé Carvalho, depois de o ter execrado.

Tope-se o Miguel Sousa Tavares, maldizente profissional, impiedoso a inquirir a maior parte dos que aceitam a encenação de "cair" nas suas garras afiadas, e a entrevista de ursinho de peluche, lambebotas, ao engenheiro domingueiro...

Relembre-se o hipercrítico Pulido Valente, que no tempo da AD comeu à mesa do Poder, qual manso cisne.

Atente-se no venenoso Medina Carreira, que andou anos e anos a mamar à pala do Estado a que isto chegou, tendo sido Ministro Sóarista e agora morde à força toda o dono.

Este senhor foi subsecretário de Estado do Orçamento entre 1975-1976, do VI Governo Provisório, dirigido por Pinheiro de Azevedo, Ministro das Finanças do I Governo Constitucional, conduzido por Mário Soares, entre 1976-1978, além de ter sido professor do Instituto Superior de Gestão (ISCTE) e do Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais e membro do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (informações recolhidas na sua Biografia consultável na Internet).

Uma perguntinha deprimente: Quantas reformas do Estado terá esta criatura?

O Eça de Queirós devia estar aqui, para desmascarar os farsolas pacóvios que nos indrominam, tratando-nos como se não soubéssemos distinguir um melão de uma cebola...

LFM