"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, fevereiro 18, 2023

ASSOCIATIVISMO- O OXIGÉNIO QUE DÁ SENTIDO À VIDA


                                                                                    

                                                                                     

                                                                           




Ontem, sexta 17 de Fevereiro de 2023, realizaram-se as Assembleias gerais Ordinária (para discussão e aprovação do Relatório e Contas de 2022 e do Plano e Orçamento para 2023) e Eleitoral da Aldraba, na Casa do Alentejo. Votaram 28 associados tendo sido os documentos aprovados por unanimidade e a lista A eleita por todos os votantes, Fui reeleito Vice-presidente da Direcção.

Hoje, prosseguiu a Assembleia Geral Eleitoral iniciada em 4 de Fevereiro, onde também se discutira e aprovara o relatório e Contas de 2022 do Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes". Chegou ao conhecimento da Mesa da Assembleia Geral uma lista preparada pela direcção cessante e votaram os 25 associados presentes tendo havido 23 votos a favor da lista A, 1 contra e 1 abstenção.
Fui reeleito para a vice-presidência da Mesa da Assembleia Geral.

Amanhã, realiza-se a Assembleia Geral da Liga dos Amigos de Alpedrinha, em cujos corpos sociais participo há mais de uma década. Aceitei participar novamente, desta vez enquanto 2º secretário da Mesa da Assembleia Geral. Peço desculpa a todos os associados da Liga por não poder estar presente, dado não haver intervalo entre estas reuniões todas sucessivas, obrigando a que se realiza na Sintra da Beira a uma hora e meia de transportes de Almada para Santa Apolónia e a dormir escassas horas para poder apanhar o Intercidades das 8 e 15 que chega ao Fundão perto do meio-dia.
Ontem, cheguei a casa perto das 21h. Hoje, cerca das 19h. Tive boleias no regresso de Lisboa. Neste sábado saí de Almada às 12 e 30 e tive de apanhar metro de superfície daqui, cacilheiro, autocarro 758 até ao Rato e aí o 733...
Motivos suficientes para amanhã não poder estar presente.
Contudo, para quem como eu já chegou aos 70, o Associativismo tornou-se no oxigénio que dá sentido à vida, a par da Poesia e da Amizade.

Texto de Luís Filipe Maçarico
Fotografias: As primeiras duas registam a Assembleia da fundação da Aldraba com Odete Roque (reeleita para a direcção) e um dos primeiros encontros, realizado no Alqueva, entre as aldeias da Estrela e da Luz (nova); As duas fotografias seguintes documentam a minha participação no palco do GDEC ao lado de Jorge Rua de Carvalho, Jorge e Lavínia Neves na revista "O Teatro Segue Dentro de Momentos" e a Assembleia de revisão estatutária presidida por Maria Eugénia Gomes; As 3 últimas fotografias registam actividades patrocinadas pela Liga dos Amigos de Alpedrinha - um livro apresentado pela Professora Doutora Maria Antonieta Garcia e outro apresentado por Adriana Rodrigues, mãe do Professor Doutor Barata Moura e ainda o meu cartão de associado daquela colectividade da vila do concelho do Fundão.

domingo, janeiro 08, 2023

Um Poema Meu na Antologia "Um Extenso Continente"


Em 2014, Maria do Sameiro Barroso, Maria de Lurdes Gouveia Barata e Alfredo Pérez Alencart organizaram a Antologia de Homenagem ao Poeta António Salvado "Um Extenso Continente".

Participaram duzentos poetas, além de portugueses, da Espanha, do Brasil, Chile, México, Colômbia, Argentina, Perú, Uruguai, Venezuela, França, Itália, Moçambique e Marrocos.

De entre os inúmeros poetas de Portugal presentes neste volume, encontramos poemas de Albano Martins, António Ramos Rosa, Isabel Mendes Ferreira, Leocádia Regalo, Luís Filipe Castro Mendes, José do Carmo Francisco, José Jorge Letria, João Rui de Sousa, Ruy Ventura. Dos estrangeiros cito Raúl Vacas, espanhol e José Miguel Santolaya Silva, peruano, os quais conheço há décadas.

Para quem tiver curiosidade em ler a obra completa deixo aqui o link:

https://www.crearensalamanca.com/wp-content/uploads/2021/06/Un-extenso_continente_1-interior.pdf

Partilho a página 204, onde se encontra o meu poema:


ESCREVO-TE 

Escrevo-te. Na alva folha do bloco. 

Risco e torno a dizer o quanto as

palavras são água para a sede de poesia

 na terra seca de homens com outra sede. 

Escrevo-te para celebrar a tua pegada

na terra deserta de música, onde as asas

 da liberdade há muito deixaram de passar.

 Escrevo-te contra a nudez dos muros

 do impiedoso silêncio, de um vazio que dói

 este cheiro que anuncia a prematura morte das palavras.

 Celebro-te apenas e é tanto. Por seres o clarão

 iluminando de esperança um tempo sombrio.

 Luís Filipe Maçarico (Portugal)

sexta-feira, janeiro 06, 2023

JANEIRAS DO MINHO, DA BEIRA E DO ALENTEJO. HOJE COM AS CANTADEIRAS.


 

No final dos anos setenta fui convidado a integrar um grupo de jovens de Alpedrinha para cantar as Janeiras nas casas de ricos e pobres.
Quatro décadas decorridas, acompanhei a Ronda Típica da Meadela, que cantou as Janeiras na freguesia, rumo ao casario que fica perto do rio que atravessa aquela freguesia urbana de Viana do Castelo. E reparei que algumas casa iluminadas, fechavam as luzes, quando se tocava à campaínha para os moradores assomarem à entrada das habitações, pois evitavam o convívio que todos os anos se repetia, não desejando ser saudados e retribuir com alguma dádiva, conforme um hábito ancestral.
Hoje, dia de Reis, no café Sino Doce de Almada Velha, as Cantadeiras de Essência Alentejana vieram cantar as Janeiras, trazendo nas vozes e nos trajes as tradições do sul.
De Norte a Sul conheço esta mágica forma de preservar costumes muito antigos. E celebro-os, porque só pode entender o futuro quem respeita o passado.
BEM HAJAM!
LFM (Texto e fotografias)

LUZ DE LAGOS- A GRANDE DÁDIVA


 





Uma vez mais a passagem de ano foi vivida longe de casa, na bela aldeia da Luz de Lagos, redescobrindo pormenores que em anteriores viagens não foram observados.
O clima algarvio, enquanto no Norte e no Centro a chuva e o frio dominavam, continuava ameno, como se estivéssemos no Norte de África.
Não acredito nem desejo reincarnar. Pena tenho por a vida me ter oferecido família pobre, sem direito a um canteiro de alfaces e cuja herança se traduziu em doenças que dinamitam a qualidade de vida.
Em vez de uma casa no sul, calharam-me tectos invadidos por infiltrações, ao longo da existência.
Abensonhada Tia Bela que ao menos ajuda a amenizar a tristeza que sinto, emprestando a sua maravilhosa casa nesta altura do ano. Longa vida a quem tão belo gesto realiza todos os anos.
E o agradecimento à boa companhia das Anas e da Cristina, que todos estes anos têm tornado estes dias em pura magia.
Começar cada ano desta forma, tão luminosa, é a grande dádiva.
LFM (texto e fotografias)