No Verão passado e naquele que está a decorrer os trabalhadores da CP representados por inúmeros sindicatos insistem em prejudicar os utentes. As ligações, por exemplo, entre Lisboa e Porto ou Braga, apenas se concretizam através dos Alfas e a ligação com a linha do Minho falha. De um dia para o outro, sobretudo no caso das ligações por comboios regionais, nada é assegurado e não podemos comprar bilhetes antecipadamente.
Este ano, 17 sindicatos assinaram acordos com a CP. Bastou um (o dos cobradores itinerantes) não concordar para os utentes serem prejudicados.
Já é tempo das lutas prejudicarem empresas, na reivindicação e não os próprios trabalhadores em luta para alcançarem os seus objectivos - melhoria de direitos, condições laborais, salários, etc em vez de penalizarem aqueles que pagam os passes e garantem todos os meses o funcionamento mínimo.
Já é tempo dos Sindicatos terem outro olhar e reinventarem formas de luta inovadoras. Ou será que os Sindicatos querem que por exemplo a Transtejo passe a ter como acontece com o comboio da ponte sobre o Tejo, concorrência? É que continuamos a ter (todos os dias) barcos suprimidos...E no caso dos comboios, será que estão a abrir caminho para transportadoras alternativas, estrangeiras, entregando à concorrência (camionetas privadas, empresas ferroviárias com origem em Espanha ou noutros países) o serviço nacionalizado?
Dá que pensar a complexidade destas questões.
A primeira pergunta que a situação suscita é: Para que serve um Sindicato
*(pergunta que coloquei aos dirigentes daquele onde fui director, nos anos 70, quando pedi a reforma em 2012 e apenas ter a confirmação da aposentação quase 1 ano e meio depois de ter descontado para a Segurança Social durante um longo tempo de espera, cujos descontos não contaram para a pensão, pois o advogado sindical tinha uma postura oposta à de um defensor daqueles que trabalham...).
Sinto-me decepcionado com esta postura que repete até à náusea e ao desespero o que se faz há décadas. E ocorre-me lembrar a greve da mala da Carris antes do 25 de Abril em que não foram cobrados bilhetes e apenas a companhia foi prejudicada.
O Futuro é cada vez mais incerto, ainda que haja muita gente a lutar pelos valores de Abril - que outros tantos vão minando e destruíndo a esperança num mundo melhor.
Luís Filipe Maçarico (texto). Imagem retirada da Internet.
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