Hoje, ao regressar de Odeceixe, onde estive oito dias, quando a camioneta entrou em Porto Covo, vi um Bem Vindos ao Parque Natural da Costa Vicentina e fiquei a pensar na mentira daquele letreiro.
Afinal que Parque pode sobrar, depois de todo o concelho de Odemira ter ficado irreconhecível, por quilómetros e quilómetros de estufas e eucaliptos?
Que Parque restará, quando animais exóticos (que não é possível ter noutros locais do país, com excepção dos zoológicos, como o de Sete Rios ou o Badoca Parque) começam a abundar, por exemplo, as avestruzes mas também a surpresa de vermos na paisagem bisontes, gnus, lamas, zebras e outras espécies, que não fazem parte da fauna do Alentejo (altos valores se levantam!), em herdades que pertencem a estrangeiros?
Que Parque existirá ainda, depois da avalanche de negócios (desde Tierry Russel, trazido por Cavaco, lembram-se?) que inverte o ambiente do sul, dividido em estufas, eucaliptais e inúmeras "Village" (repetindo o caos urbano do Algarve)?
Que Parque poderá haver, quando os furos da prospecção petrolífera acrescentarem mais poluição ao mar do sul, onde rareiam já as algas, face à contaminação dos solos?
Que Alentejo e Algarve Atlântico subsistirá?
Adeus, Natureza!
* A designação "plantação de estufas" é da autoria de Natércia Duarte, que assim comentou este artigo, no chat do FB"...
* A designação "plantação de estufas" é da autoria de Natércia Duarte, que assim comentou este artigo, no chat do FB"...
LFM (texto e fotos)
1 comentário:
Podes crer amigo. Parque natural só mesmo para inglês ver quando vai comprar uma viagem. Neste país é assim, NADA do que é PÚBLICO se preserva. Alguns privados é que o fazem, nada mais. Vou todos anos à milfontes e cada dia fico mais triste dali para baixo
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