"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Fadiga e Magia


No fim de semana passado vivi momentos tão cansativos, que ainda não me sinto completamente refeito do que sucedeu.
Então, foi assim: sábado, a conferência que se seguiu às aulas do Mestrado "Portugal Islâmico e o Mediterrâneo" começou tarde e tarde acabou. Percebi que já não havia hipótese de apanhar o comboio de regresso a Lisboa, pois os 50 km que distam entre Mértola e Beja e a época natalícia mais as rotundas da capital do Baixo Alentejo deixar-me-iam sem hipótese de cumprir um compromisso com Alpedrinha, no dia seguinte.
A Sandra deu-me boleia (e à Ana Dias) para Faro onde apanhámos camioneta para Sete Rios. Fiz mais quilómetros e saí de Faro à hora que normalmente chego a Lisboa.
Domingo antes das 8 já estava num comboio para a Beira Baixa.
Sendo vice-presidente da Mesa da Assembleia da Liga dos Amigos de Alpedrinha, tinha convocado uma assembleia extraordinária, não podia falhar. Havia uma doação para votar (o que se fez em quinze minutos, depois de pedir a todos um minuto de silêncio em memória do presidente deste orgão associativo, que faleceu recentemente, tendo eu de o substituir nesta reunião magna.
O funeral do pai de um amigo motivou a assembleia relâmpago, após quatro horas de viagem. Incorporei-me com outros amigos na caminhada entre a vila e o cemitério, debaixo de uma chuva ininterrupta e de grossas bátegas.
Reuni de novo, desta feita com a direcção da Liga para sugerir hipóteses de trabalho para um futuro museu que funcionará na casa doada.
Fiquei até terça, tentando recuperar da fadiga...
Não foram férias, foram dias de estudo e de trabalho associativo voluntário.
Voltei ao Picadeiro, onde reencontrei Pedro Salvado e conheci Alexandre, tendo assistido a um filme sobre pastores, que os dois idealizaram e já podem partilhar. Muito bonito, esse trabalho.
E a Maria dos Anjos entrou pela primeira vez nesse espaço mágico, que durante décadas esteve sem destino, abandonado.
Agora, os sóis não são os mesmos diante do seu terraço, sob o qual se espreguiçam hortejos, casas e penedos, a Gardunha e esta vila que adoro. Onde tenho bons amigos. Terra que me dá uma energia renovadora.
Este fim de semana, em apenas três dias fiz cerca de 1200 km, entre o sul e o centro.
Sexta feira já estou de novo a caminho de Mértola e perto do Natal espero voltar às terras onde o Mediterrâneo cede lugar ao Atlântico, no dizer do professor Orlando Ribeiro.
LFM (texto e foto)

2 comentários:

Anónimo disse...

Seria fantástico que a Vila mais islâmica que você adoptou fosse igualmente um cenário de igual energia e dinâmica,como Alpedrinha a vila do seu coração e da minha enorme simpatia.

Anónimo disse...

É jovem e dinamizador.Do seu tempo em Mértola tire um tanto,e deixe um registo de iniciativa e criatividade,exemplo para os jovens e menos jovens,locais.Mértola tem tanto potencial!aceite o desafio
O ano passado estive em Alpedrinha na altura das festas da Vila.Foi um prazer,assistir e ser recebida com tanta simpatia e alegria.São generosos e a atitude renova o convite para o ano seguinte.