Quando esta imagem apareceu no Facebook (e tem sido reproduzida inúmeras vezes) fiquei estarrecido.
Vivi perto deste lugar, um dos Jardins da minha infância, com miradouro fabuloso sobre o Tejo: Jardim e Miradouro das Necessidades.
Tantas vezes contemplei o rio e me inspirei, acalmando ansiedades, com a Poesia, pois Lisboa foi pertença de seis décadas.
Quem conhece este sítio, quem mora há muitos anos perto do Miradouro (já que a maior parte das Juntas de Freguesia, mesmo quando não são da cor maioritária pouco ou nada fazem) não deveria movimentar-se, protestar, criticar, em vez de se limitar a comentar, com desagrado no Facebook, como se cumprisse um dever cívico, ficando quite?
Como é possível que a Câmara Municipal de Lisboa permita aberrações como esta [um novo hospital privado]?
Para não falar do gigantesco imóvel que pretendem construir junto à Sinagoga, "esmagando-a". Ou o bloco de apartamentos, projectado para o Miradouro da Senhora do Monte, roubando também ali as vistas a quem procura na capital a magia das colinas e a beleza que se desfruta em cada uma delas. Ou ainda a interdição do Miradouro de Santa Catarina.
Citando e adaptando um velho poema meu:
"Quando a cidade não ama
O seu património, que medalha
deverá um Poeta pôr no peito
dos que a governam?"
"Quando a cidade não ama
O seu património, que medalha
deverá um Poeta pôr no peito
dos que a governam?"
Entretanto soube que o Palácio do Machadinho (uma das jóias da coroa) terá sido vendido, porventura para ser mais um hotel de charme ou espaço privado, como fizeram com o histórico Palácio do Barão de Quintela, onde Junot ficou alojado, no início das Invasões Napoleónicas, [ficando "a ver navios" e a "comer à grande e à francesa"] o qual se tornou em comedouro chique de sushi e outras gastronomias para turistas.
Não entendo o silêncio dos eleitos, no executivo e na assembleia, ditos consequentes. ´É que nem no "Avante" encontramos referência a estes dislates.
Se acreditasse em Deus, diria que toda a gente fez um pacto com o Diabo e o Povo que restou, nesta triste história contemporânea - tão triste - que se f...
Luís F. Maçarico
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