"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, novembro 09, 2012

Professor Jorge Crespo no Colóquio "Alves Redol e as Ciências Sociais"

No início dos anos 90 do século passado, frequentei e completei a minha licenciatura em Antropologia, na Universidade Nova/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, tendo sido brindado com um naipe fabuloso de professores e de cadeiras, que muito enriqueceram a minha formação, pela sábia partilha de conhecimentos, pela bem delineada estrutura do curso.
De Mesquitela Lima, José Anes, José Gabriel Pereira Bastos a Paula Godinho, Yannez Casal e Jorge Crespo, passando por Carlos Jesus, bebi aquelas aulas, com o entusiasmo de ter entrado num mundo novo, e o privilégio de ter tido, como colegas, jovens de muita qualidade, como Cláudia Casimiro, Daniel Rocha e Inês Fonseca, só para citar alguns dos muitos e destacados antropólogos que se formaram na Instituição.
Nos anos do curso, apresentei trabalhos tão diversos, como A Obra de Bual à Luz da Psicanálise, A Lógica na Poesia de Eugénio de Andrade, A Festa das Papas em Póvoa de Atalaia, A Festa do Anjo da Guarda em Alpedrinha, cujos títulos deixam entrever como a observação - participante foi fundamental para aprender no terreno, os rituais, a tradição, o património, os gestos, o saber-fazer, os comportamentos, as atitudes, as mentalidades...

Na passada quarta feira, regressei à "minha escola", para escutar, deliciado, o Professor Crespo, com uma conferência de abertura, introduzindo o Colóquio "Alves Redol e as Ciências Sociais".
O Professor Jorge Crespo, que foi Presidente do Júri, que avaliou a minha dissertação, sobre os "Barbeiros de Alcântara", e arguente na dissertação de Mestrado em "Patrimónios e Identidades" ("O Processo de Construção de um Herói do Imaginário Popular - O Caso do Pugilista Santa Camarão") durante a sua comunicação, contextualizando a época em que o escritor viveu, falou assim do autor de "Gaibéus": 

"Alves Redol convivia de perto com o Saber. Antes de escrever e durante a escrita ia ao terreno. O romance de Redol fazia-se com documentos, como faz o historiador e o antropólogo."

Parabéns à Organização, pela excelência deste evento.

Texto e Fotografia de LFM


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