"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, julho 13, 2011

Acordo Ortográfico? Não, Obrigado!



Recuso-me a escrever, segundo o acordo ortográfico, embora compreenda que os professores estão obrigados a uma espécie de vómito para dentro...


A tese que estou fazendo, será redigida, sem respeitar essa treta. Não desperdiço a liberdade, onde puder manifestar o meu apego à ideia de soltar asas.

Não me identifico com mais uma imposição, neste caso de pseudo-eruditos poderosos e de pesporrentes literatos e outros camafeus academistas, em que para variar, não houve discussão pública.


Estou farto desta pseudo democracia, que nos impingiram, que para efeitos de lana caprina, faz o frete adormecendo, enquanto finge ouvir todos... mas de uma forma obscena, nos obriga a beber o fel das decisões dos engravatados, sumos - sacerdotes da demagogia, sejam eles burocratas ou banqueiros, todos devotos da desenfreada Gula - Maior, que nos (des) governa, a caminho do abismo.


Amar a liberdade, é a respiração daqueles, que resistem ao desvairo, pois todo o voo é possível, no cérebro dos homens solidários, a começar pelo das palavras livres.

Nada na vida é decisivo. A própria morte o confirma. Por isso, avanços e recuos (como agora se vê, relativamente ao sistema capitalista, mais feroz que nunca, com as majorettes Moodies a espalharem lixo - rating sobre tudo e todos...) são uma evidência, no percurso colectivo da Humanidade.


Saibamos todos os que não se revêem nos ditâmes dos Senhores, colocar as necessárias pedrinhas na engrenagem, e o futuro será sempre degrau para o sonho, ao alcance das nossas realizações.

Porque no dia em que deixarmos de ter capacidade de sonho, deixámos de ser humanos...


Luís Filipe Maçarico (texto e fotografia)

3 comentários:

zmsantos disse...

Subscrevo inteiramente, Luis. Abraço.

Paula Silva disse...

Luis, amigo, como te compreendo...
Mas eu sou daquelas que para o próximo ano lectivo não vai saber escrever e não tenho liberdade para escrever a voar nas minhas asas de criança, que aprendeu que as letras mudas têm importância, como os acentos, etc, etc...
Vou andar às aranhas... eu e os meus alunos... vamos reaprender em conjunto... ou então recuso-me a escrever no quadro e tenho que fazer tudo com ajuda informática... Enfim... é a vida que nos oferecem, a liberdade que nos oprime, sempre.
Como sempre, adorei o teu texto e subscrevo, mas não posso seguir as tuas pisadas por motivos profissionais.
Bjs, saudades.

Pete disse...

Andaram 20 anos para conseguirem um desacordo ortográfico que quase ninguém quer, exceptuando as grandes editoras e uns quantos pacóvios das duas parvónias que aprovaram o dito cujo.
Eu não vou adoptar o desacordo, e se me obrigarem, em termos profissionais, faço uma coisa simples, uso o corrector ortográfico para traduzir o texto para a querido língua desses doutos seguidores da nova língua. Gente triste que faz coisas tristes, assim anda o nosso país. Isto só me faz uma coisa; mete-me nojo até mais não.

Um Abraço,

Pedro Gonçalves.