"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, abril 03, 2011

A Aldraba em Castro Verde - 1ª Parte
























A Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular, foi este fim de semana a Castro Verde. Nas viaturas de alguns dos associados, viajaram os que quiseram participar, partilhando portagens e gasolina.
Na Aldraba, desde sempre, o Comunitarismo faz caminho, até porque os associados que privilegiam o conhecimento de costumes, tradições e patrimónios dos mais diversos pontos do país, de Loulé ao Fundão, passando por Montemor-o-Novo e Alcoutim, não dispensam a ida aos concelhos, para contactar os protagonistas do desenvolvimento local, pelo prazer de reflectirem em conjunto as grandes questões da nossa identidade colectiva.

Neste sábado, 2 de Abril, após a viagem inicial, os visitantes, oriundos de Loures, Lisboa, Aljustrel e Mértola, foram-se juntando ao longo do dia, durante as diversas fases do evento.
Tudo começou, à medida que íamos chegando, com um passeio exploratório, pelo centro histórico de Castro Verde. À hora marcada, a direcção da Aldraba orientou, com o apoio do jovem guia do majestoso templo, uma visita à Basílica Real e seus tesouros sacros, que deliciou todos, pelas descobertas que proporcionou.
Subimos depois ao Coro e à torre sineira, desfrutando de uma panorâmica belíssima.

Seguiu-se o almoço, de cozido de grão, uma caminhada para desmoer e nova surpresa, com a fabulosa revelação do museu da Lucerna, tendo a guia do Museu sido excepcional ao revelar os segredos dos inúmeros exemplares de lucernas apresentados.

António José Brito, responsável pela Cortiçol desvendou o percurso daquela associação cultural, nas suas vertentes de promotora do Cante e da Rádio Local, proporcionando uma simpática visita à sede da instituição que coordena e às instalações (estúdio) da entidade radiofónica castrense.

Paulo Nascimento (vereador da Cultura da Câmara Municipal de Castro Verde), Manuela Florêncio (professora), Manuela Barros (investigadora), Alice Fernandes (investigadora) e Miguel Rego (historiador), dinamizaram a acção cultural mais relevante da tarde, onde foi debatida a forma de falar dos alentejanos. Duas horas de puro prazer, com grandes intervenções e uma participação e envolvência dos que assistiram, que vale a pena realçar.
O barranquenho, a dialectologia algarvia, as características galego-portuguesas e moçárabes, os traços galegos e minhotos no falar dos alentejanos, foram algumas das pertinentes abordagens.

O guisado de borrego coroou o intenso dia dos peregrinos do Saber, que diziam uns aos outros ter sido este um dos grandes momentos, que a Aldraba já promoveu, ao longo da sua existência.

Texto e fotografias: Luís Filipe Maçarico

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