"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, julho 31, 2009

Uma Semana na Costa Vicentina












A Lurdes trouxe a Becas. A Ana trouxe boa disposição.
A casinha de Malhadais ficou na história dos nossos convívios de férias e amizade.
Todos os dias escutávamos os pássaros...
A nossa praia foi ali, naquele campo de estrelas e pinheiros.
Os pores do sol foram saboreados com muita alegria e partilhados em grupo, na praia, em casa ou na estrada dos pinheirais com rumores de vento.
Ainda tivemos tempo (e vontade) para procurar e (re)encontrar a Ponta da Atalaia e os vestígios do ribat onde viveram cavaleiros monges. E também o Brejão (as minhas amigas queriam ver a casa de Amália...parece que aquela que fotografámos nunca terá pertencido à fadista...)
Entretanto, almoçámos no restaurante rústico e de gastronomia cuidada, dos amigos Orlando e Dulce, seres humanos muito simpáticos, que gostam de receber bem...
Quase inaugurámos o Quintal dos Sabores da Dona Maria, que faz lembrar as esplanadas da Tunísia, com palmeiras e flores. Onde também se está muito bem.
Visitei o amigo Cláudio Duarte, uma referência familiar, cuja residencial do Parque é um oásis de partilha de bons sabores e de amizade. Olá, amigo Cláudio, obrigado por me teres deixado ver o meu correio electrónico e o blogue da Maria José onde ela evoca a forma como nos conhecemos (noutro lugar mágico, Alpedrinha). Obrigado amiga por essas palavras poéticas e solidárias.
As férias são esta mescla de emoções, sentimentos, olhares, recordações.
Malhadais foi expoente do que há de melhor na vida: amizade, companheirismo, descoberta, silêncio, poesia.
Luís Filipe Maçarico

sábado, julho 25, 2009

Soltando Asas


Brevemente estarei de novo aqui, libertando poesia, asas, sonhos...se a vida me deixar!
Curioso, há três meses eu estava mais a norte e sentia-me feliz.
Com pouco me satisfaço:
O céu azul, rios ou o mar (quando há), árvores, sorrisos e olhares cativantes, burros e borboletas, montanhas, o silêncio, segredos, amoras, beijos, o amor que não existe.
LFM

sexta-feira, julho 24, 2009

Seixal Crepuscular




Ao fim do dia de ontem, a paisagem do Seixal apresentava esta aguarela crepuscular.
Aproveitem o tempo de calor para saborear o Mar, recarregando baterias.
Ou o Campo, respirando o ar puro.
Bons dias de descanso.
LFM

A Sagração da Amizade




Trabalhei com ele na Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. O Vítor era vice-presidente da direcção, onde eu era primeiro secretário, em regime de voluntariado. Ficámos amigos.

A Lurdes presidiu ao lançamento de um livro meu, no Clube Desportivo Cova da Moura, no tempo em que foi presidente da Junta de Freguesia de Prazeres. A fraternidade desde então acompanha a nossa partilha.

Voltei a estar com eles, ontem, num lugar especial. O Restaurante "O Bispo", no Seixal.
Juntam a uma gastronomia, de cozinha com saberes internacionais, a música e a poesia, enriquecendo o proveito dos comensais.

Vê-se que fazem daquilo que para outros é rotina, uma aventura criativa e ternurenta.
Recebem o forasteiro com um entusiasmo juvenil que encanta.
O espaço é bonito. Há tradição, património e bem estar no que se come, no que se escuta, nas conversas que fluem suavemente, enquanto crepúsculo desce sobre a baía do Seixal.

Gostei muito de estar com eles.
O pretexto era a caminhada do poeta, os versos, o sonho.
Ficou do encontro, a que se juntaram o José Mutela e a Tonicha, o sabor de um vinho (Monte Velho) envolvente, o choco frito à moda da casa, que aconselho, o bolo de bolacha do Duarte, também muito recomendável e a luz das palavras, que permanecem, acima de todas as marés.
Essa intensa serenidade, que espero seja sempre o farol da navegação quotidiana destes dois ousados pássaros.

Bem Hajam, Amigos!


Praça da Republica, 2 Seixal
Telefone| 21 096 39 42
Telemovel| 91 488 74 68
www.restauranteobispo.com

Texto de Luís Filipe Maçarico (Fotos de LFM e VS)

quinta-feira, julho 23, 2009

Lisboa Subterrânea - o Núcleo da Rua dos Correeiros








Lisboa subterrânea é um fascínio. Jacinta Bugalhão deu a conhecer tesouros que o silêncio de séculos escondeu no subsolo. E um Banco (em cujo terreno, durante obras, se fez este achado, cuja extensão é enorme) deu à luz - para fruição de quem desejar e puder visitar o espaço.
As imagens falam-nos de cerâmica islâmica descoberta, de poços e de uma fábrica de conservas de peixe romana, com os seus tanques de salga, bem como da piscina de umas termas, que terão sido pertença do proprietário da referida unidade conserveira.
Aconselho todos os que possam (e não sofram de claustrofobia) a visitarem. Vale a pena (e é grátis).
Luís Filipe Maçarico (fotos e texto)

Luís Miguel Nava, poeta de Viseu


Faz-me lembrar alguém, o poeta Luís Miguel Nava, nascido em 1957 em Viseu, assassinado em Bruxelas, em 1995, com 38 anos...

Retiro de um poema, esta passagem que me impressionou

"Com a sua pele de poço,
pele comprometida com o medo"

Luís Miguel Nava escrevia assim:

"Poder-me-ão entender todos aqueles
de quem o coração for a roldana
do poço que lhes desce na memória.

Se alguma coisa vi foi com o sangue.
De alguém a quem o sangue serviu de olhos poderá
falar quem o fizer de mim."

O CÉU

Assoam-se-me à alma, quem
como eu traz desfraldado o coração sabe o que querem
dizer estas palavras.

A pele serve de céu ao coração.

quarta-feira, julho 22, 2009

Vagabundo dos Momentos




Quero morrer num país estrangeiro
sem ninguém saber
Apagar-me como uma memória
Não ter ninguém que me chore
ser um corpo mais como naquela noite
quando fui teu e ardi na troca
de carícias com tempo marcado
Ser o vagabundo dos momentos
que se dissolve na areia de uma praia
na poalha da luz do deserto
numa explosão de asas sobre o Mar
Quero morrer na página deste poema
e riscar aquele dia do mapa dos afectos
quero tornar a ser aquele que era
antes dos teus beijos ferirem de morte
o meu coração pois nessa noite morri
ao nascer para ti e nunca mais fui eu.

11-6-2009

Luís Filipe Maçarico

terça-feira, julho 21, 2009

Solidão Alentejana




Noite de estrelas
e silêncio.

Solidão alentejana
enquanto caminho
procurando sílabas
para escrever

Que talvez
seja amor o meu olhar
pousado nos teus lábios.

Teu corpo idealizo
perseguindo cada gesto
que inventas,
cada passo...

E quando me deito,
é como se abrisse
uma seara
para voar contigo.

27-4-2008

Luís Filipe Maçarico

domingo, julho 19, 2009

Poema Telúrico




Mais um ano diante
destas árvores, destas oliveiras,
destas fontes, destes rostos.

Alpedrinha floresce
depois do vento do orvalho
do sol e das palavras,
que não criaram raízes na água.

Alpedrinha saboreia-se
no voo dos versos, que amam
sem pedir nada em troca.

Alpedrinha é o sorriso e o
mel de um cântico matinal
o mar sonhado de braços enluarados
a remar no sentido do abraço.

Alpedrinha é um céu de estrelas
coroando o desejo de permanecer.
Gardunha eterna,
para além dos homens e
da passagem do tempo.

Alpedrinha é regressar a estas
casas e respirar a tranquilidade
de ter chegado a casa.

No coração do futuro
habitaremos a luz de cada dia
em versos necessários como o pão,
ousando sílabas de Maio:
papoila trigo cravo e asas
trompetes de água
clarinetes de sol
pianos de nuvens

para dançarmos renovados
sobre vidros, sobre brasas.

17-5-2008

Luís Filipe Maçarico

sábado, julho 18, 2009

Da Escola à Empresa: O Percurso de Milhões de Portugueses e o Insulto de um Palhaço Desprezível






A minha primeira formação profissional foi o Curso Geral do Comércio da velha Escola Comercial Ferreira Borges.
O tempo que sucedeu aos anos da aprendizagem de conhecimentos técnicos - o curso tinha Contabilidade, Noções de Comércio, Técnicas de Vendas, além de Português, História, Francês, Inglês, Noções de Higiene, Calculo Comercial, Caligrafia, Dactilografia, Físico-Química, - foi o tempo da tropa - Cavalaria (Santarém), a recruta e Administração Militar (Póvoa de Varzim), a especialidade. Seguiram-se os quartéis de Mafra, Ajuda e Nampula.

No regresso da vida militar, encurtada, graças ao 25 de Abril, Portugal respirava uma era de promessas, sonhos e esperança e foi então possível o prazer da participação no Associativismo de bairro e o primeiro emprego - numa loja da Avenida Almirante Reis.
Escola, quartéis, colectividade e empresa desapareceram, conferindo actualidade ao poema de Luís de Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"...

Olhando para o meu rosto actual, apetece citar Ary dos Santos: "Quanto caminho andado..."

Como já disse há uma semana, sou um dos rostos que dá corpo à lista da CDU, da freguesia dos Prazeres.
Em nome do meu percurso, é com pesar que oiço um repugnante dignatário, que nos habituou a palhaçadas infelizes, insultar milhares de portugueses, que deram e dão o seu melhor para que a Democracia não seja pior relativamente àquilo que vemos, ouvimos lemos, devido à desarmonia que grassa em muitas coutadas, como é o caso da Madeira.
Confesso que após ouvir o homúnculo proclamar que o Comunismo devia ser proibido, me deu vontade de escrever um post, onde dissesse apenas: "Façam um Referendo que eu voto pela independência da Madeira".

Prefiro contudo deixar aqui um grande VIVA ao PCP, pela luta de muitos homens e mulheres contra a Ditadura Fascista de Salazar, suportando clandestinidades, prisões,torturas e morrendo pela Liberdade. E também por ser um alicerce das mudanças que ocorreram num país atrasado, onde uma parte substancial do povo vivia sem condições, no limiar da pobreza.
Ouvi palavras semelhantes a este meu pensamento, na Antena 1, da boca de um comentador de Direita. E até o incrível Vasco Pulido Valente, ressalvando que "Infelizmente, em Portugal (...) existe comunismo - e comunismo organizado com um partido " e um movimento, que em conjunto "representam 20 por cento do elleitorado", escreveu no "Público" de 17 do corrente, que "Ilegalizar o comunismo implicava assim prender uns milhares de pessoas, perseguir umas dezenas de milhares (na televisão, na imprensa, no Estado e por aí fora), restabelecer a censura e criar uma polícia secreta como a PIDE ou pior do que a PIDE."

Curioso, como este Partido ainda incomoda tanto fantoche. Como alguém escreveu num blogue, salvo erro no do Samuel, afinal, para quem dizia que os comunistas estavam liquidados com a queda do muro de Berlim... pois é, em Portugal não foram nas cantigas de embalar onde se deitaram os PCS de Espanha, Itália e França. E basta constatar onde andam dissidentes como Zita, Vital e Lino, para perceber o que ansiavam. E verificar quem insiste em defender as classes mais desprotegidas clamando e lutando contra a injustiça, o desemprego, a ilegalidade, a precariedade laboral e tanta patifaria sobre os mais fracos, enquanto os poderosos afiam as garras e ganham cada vez mais bens materiais e financeiros, à custa do sofrimento do povo.
As manifestações que nos últimos anos o PCP encabeçou, concerteza que assustaram esta gentalha, que devia pensar que a "populaça" se portaria como ratos assustados, perante as afrontosas investidas do Capital.

Os Comunistas têm uma grande Dignidade, não amocham perante as patas opressivas dos endinheirados que arrotam arrogância.
A minha revolta é enorme, ao ponto de escrever assim, desta forma inabitual, pois privilegio o diálogo, a ponte entre diversas formas de agir, não sendo adepto do confronto.

Continuo anojado por o bobo da corte ser capataz de grandes potentados. Num país civilizado, ele sim, teria há muito sido proibido de exercer o poder.
Até quando, as autoridades que deveriam salvaguardar os valores da Democracia permitirão estes desaforos?
Citando de novo um artista, neste caso Jorge Palma, "Ai Portugal, Portugal, do que é que estás à espera?"

terça-feira, julho 14, 2009

ALMA NÓMADA


Em teus braços renasci
A ternura incendiou
a minha solidão.

Permanece ainda
na pele das madrugadas
a avidez dos lábios
sequiosos de luz
lambendo
seios e sílabas.

Trago na língua o sabor
da tua alma nómada
voando sobre a neve e
o granito nessa noite
de Abril.

Meu corpo foi palácio
adornado
para as tuas carícias e
na tua boca mergulhei

Estremeci no ardor
nupcial do sexo
num verso com odores
de jasmim e da selvagem
doçura das tamareiras

Em teu corpo renasci...
Desde então meus passos
atravessam o silêncio
dos desertos no incerto
delírio dos dias...

13-6-2009; 10:45, Mértola

Luís Filipe Maçarico

domingo, julho 12, 2009

Música em Mim




Respiro as cores
do silêncio
na saudade
de um verso.

Para lá desses montes
a imaginação voa,
perseguindo sonhos
e memórias.

Na cama dos beijos
Fui música em mim
Alimentei-me de ti,
Poesia e desejo...

Luís Filipe Maçarico (palavras e fotografia)

Deputado Miguel Tiago - a Tapada das Necessidades Ganhou mais um Amigo








Com a presença e intervenção do deputado Miguel Tiago, do PCP, decorreu na Tapada das Necessidades a apresentação da lista da CDU à Assembleia de Freguesia de Prazeres.
O acto teve a assistência de moradores da freguesia, que no final confraternizaram em torno de um pastel, de uma empada ou de um doce.
Falou-se das dificuldades que os comunistas encontrarão para divulgar as suas propostas e da necessidade de enfrentar as batalhas de 27 de Setembro e de 11 de Outubro.
Alguns dos Amigos da Tapada presentes, independentes, que foram convidados para assistir a esta sessão, aproveitaram o ensejo para desafiar Miguel Tiago a visitar a Tapada das Necessidades.
O jovem deputado aceitou o convite e após a visita comentou que no seu GPS mental a Tapada ficou gravada, tendo ganho mais um amigo. Pelo caminho foi-se apercebendo das inúmeras deficiências que este espaço apresenta, apesar de em Outubro a CML ter prometido a sua recuperação.
LFM (texto e fotos)