"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, maio 17, 2009

Fogo Doce




Sentiste a minha mão
meus lábios a língua
o abraço que pedias
afecto e sensualidade
mas emudeceste
algo tornou a distância
de quilómetros
em anos-luz.

A tua ausência
nega a essência
do que fomos
na cama do amor
naquela noite de Abril.

Senti a tua língua lábios
mãos saliva a pele o olhar
e o sexo estrela rosa
florindo à madrugada do desejo
na dança das carícias
no ritmo das ancas
na musicalidade de um silêncio
partilhado com beijos e beijos e
beijos e beijos e beijos e beijos e
beijos e beijos e beijos e beijos e

A vida vai prosseguir
novas primaveras surgirão
e a saudade, terei de a enterrar
como um morto que dói, para esquecer
que fui feliz num lugar frio,
onde tu eras um fogo doce.

16 e 17-5-2009
Mértola e Lisboa
Luís Filipe Maçarico

1 comentário:

Pedro disse...

Luís... tu não tens uma veia poética... mas sim, uma grande Artéria.