"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, maio 27, 2008

Maria dos Anjos



Somos da mesma geração. Eu na cidade, ela na Póvoa de Atalaia e Alpedrinha, buscámos a paz que iluminou os nossos passos quando subimos um destes dias a Gardunha numa aberta desta chuva que se agarrou à pele dos dias e das cerejas.
Há muito que me habituei a encontrar nos seus olhos uma luz alegre que contraria as mágoas do quotidiano.
Fizeram-nos mal, alguns seres que utilizaram a pureza que tínhamos no coração.
Reconciliamo-nos com a vida perante a beleza da Primavera, derramando-se em cores e aromas, pelas veredas da Gardunha.
No silêncio habitado pelos pássaros vadios, saltitando de árvore em árvore, recolhemos a preciosa energia para resistirmos ao que se passa cá em baixo, nas vilas e cidades.
Somos de uma geração que acreditava nas pessoas. Reduzimos a crença, mantemos lealdades e o brilhozinho nos olhos para os amigos que a existência mostrou que são verdadeiros.
Desta amiga tenho recebido desde 1988, quando a conheci, grandes e belas provas de compreensão e fraternidade.
Aqui deixo a minha gratidão para que toda a gente saiba que a Maria dos Anjos é uma pessoa de grande categoria. Porque sempre a vi cuidando de pessoas idosas (a tia Clara, a sogra, a mãe e agora uma tia ) com uma paciência, um carinho e um espírito humanista que é raro...
Bem Haja!, minha irmã de infortúnios, sonhos e gentilezas!
Luís Filipe Maçarico

1 comentário:

Elvira Carvalho disse...

Bonita homenagem à amiga, e mais do que à amiga, é a própria amizade que homenageia na figura desta sua amiga.
Um abraço e bom fim de semana