
Estive no Coliseu, no derradeiro espectáculo. Não esquecerei. 
Acompanhou-me em dias de sombra e névoa.
Aqui o relembro com um poema igualmente inesquecível e bem actual, porque os dias tornaram a ser de névoa e sombra:
Quando a corja topa da janela
O que faz falta 
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta 
O que faz falta é avisar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é avisar a malta 
O que faz falta 
Quando nunca a noite foi dormida 
O que faz falta 
Quando a raiva nunca foi vencida 
O que faz falta 
O que faz falta é animar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é acordar a malta 
O que faz falta 
Quando nunca a infância teve infância 
O que faz falta 
Quando sabes que vai haver dança 
O que faz falta 
O que faz falta é animar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é empurrar a malta 
O que faz falta 
Quando um cão te morde a canela 
O que faz falta 
Quando a esquina há sempre uma cabeça 
O que faz falta 
O que faz falta é animar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é empurrar a malta 
O que faz falta 
Quando um homem dorme na valeta 
O que faz falta 
Quando dizem que isto é tudo treta 
O que faz falta 
O que faz falta é agitar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é libertar a malta 
O que faz falta 
Se o patrão não vai com duas loas 
O que faz falta 
Se o fascista conspira na sombra 
O que faz falta 
O que faz falta é avisar a malta 
O que faz falta 
O que faz falta é dar poder a malta 
O que faz falta 
 
 
2 comentários:
Que saudades do Zeca Afonso!!! No meu entender, o melhor cantor do 25 Abril 1974, ou seja, da Liberdade!...
Abraço.
Como sempre bem atento, o nosso amigo Luis, pertinente e carismático.
Zeca Afonso, um marco na música portuguesa, na luta pela liberdade,
e que nos faz falta, sim...
Não haverá ninguém como ele... nunca mais.
Aquele abraço Luis
Enviar um comentário