"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, agosto 01, 2004

dois poemas alentejanos

Num mar de brasas
as oliveiras resistem.
Viessem agora os corvos
de Van Gogh e o olhar
encontraria pétalas
de música no coração
das alcachofras.

Luís Filipe Maçarico

Ao sol de fogo
As palavras sussurram
claridades
Na cal dos muros
uma canção de sombra
imprime ritmos de sede.
Um vento breve
roça o céu de seda
Nos lábios da manhã
o silêncio queima.

Luis Filipe Maçarico

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