"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, março 02, 2014

Vampirizados

Dei comigo, ao fim destes anos, a fazer contas - e a constatar, como o euro e as políticas seguidistas dos matarroanos que nos têm governado, reduziram aqueles que só têm o seu trabalho, e nenhumas posses (terras, heranças, poupanças), a um tremendo empobrecimento, que com a insistente austeridade, em breve ficarão na penúria...
Ainda hoje recusei, que um cobertor que me ofereceram, fosse para a lavandaria, cujo custo de limpeza dá para comprar um cobertor novo. Dez euros, ou seja dois mil escudos.
E depois, somos bombardeados com campanhas para poupança e reciclagem...Andam mesmo a gozar com o pagode!
Cada vez mais defendo a saída do euro, esse castelo em ruínas, onde reina um séquito de déspotas, dirigido pelo Fuher da actualidade, que dá pelo nome de Merkel.
As viagens que pude fazer no tempo - que agora dizem que foi uma ilusão - são difíceis de repetir, a não ser que não coma o essencial, nem pague as contas, cujo montante sobe cada mês que passa...E contudo, estar duas semanas na Tunísia, à minha maneira, em residenciais, comendo nos restaurantes populares, viajando em táxis colectivos, comprando apenas a viagem de ida e volta, custava-me o equivalente a uma semana aqui...por isso, não me atirem as Jonets e os Passos Coelho com areia para os olhos...
Mingua o salário, os cortes (do IRS à CES, que passou de 61€ para 178€) asfixiam a dignidade e os sonhos desmoronam-se deixando antever um futuro indesejável...
Eduardo Lourenço diz que fomos vampirizados. Eu digo que os portugueses já foram tão sugados, que se transformaram em zombies.
Em vários cantos do Mundo, a mesma seita inflingiu derrotas a povos e anseios.
Mãos estendidas, em saudação nazi, surgiram na Grécia, França, Ucrânia...
Não conheço outro caminho, senão lutar por um tempo respirável. Merecemos viver os melhores sonhos.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

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