"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, novembro 14, 2021

CANTADEIRAS DE ESSÊNCIA ALENTEJANA: VOZES QUE DESAFIAM O FUTURO(*)

 


Um dos valores patrimoniais de referência que Almada possui encontra nas “Cantadeiras de Essência Alentejana” a marca inigualável de uma tradição ciosamente salvaguardada.

São mulheres que vieram do sul, atraídas – tal como os maridos – por uma vida mais compensadora.

Trouxeram a memória do vestuário que usavam nas fainas do campo, costumes que são a sua pele, práticas que enriqueceram a Alma (nunca traída), modas que as transportam no tempo para a beleza da juventude, deixada para trás, não esquecendo nunca como era difícil viver nesse sul de então, cercado de interditos, que alguns gostariam de ressuscitar.

 

Após ano e meio de pandemia, superada parte das dificuldades e impedimentos que inviabilizaram a aproximação, a reunião, a actuação, apresentar um novo CD é o Milagre da Resistência deste punhado de Mulheres Corajosas que permanecem, desafiando o Futuro com as suas vozes acesas, incendiando com sílabas que são Clarões, o caminho de todos nós.

 

Escrevo estas palavras à luz de um deslumbrante crepúsculo de Outono, grato pelo convite de poder participar em tão empolgante evento, penso nos cambiantes musicais envolventes que o cante delas emite, partilhando a generosidade e a alegria de se entrosarem de novo diante de nós, assumindo o Amor à Terra.

 

Celebro os sorrisos e as lágrimas contidas nas suas vozes de gente genuína.

Enquanto houver esta transmissão de tradições, apenas a elas caberá, através do Encontro e na partilha – a defesa das várias facetas da vida que enfrentaram no território identitário (tão amado), onde aprenderam a respirar, saboreando o sol crú, os perfumes de um chão sedento, ora seco ora florido, o pão e as iguarias, nem sempre acessíveis a todos – o espantoso horizonte de asas e chilreios, a poesia passada de geração em geração, e as pequenas grandes dores do quotidiano.

 

O Alentejo é muito mais que um texto ou um livro bem intencionados.

O Alentejo é, acima de tudo, os gestos, a fala, os passos destas Cantadeiras admiráveis, na sua vivência diária.

Fiéis aos lugares onde nasceram e onde regressam, várias vezes, para limpar os olhos da Alma e poderem cantar com o Coração a verdade intransmissível de tudo o que viveram e são.

 Almada, 16-10-2021

Luís Filipe Maçarico

 (*) Artigo publicado na revista Aldraba nº 30 e lido durante o lançamento do CD das Cantadeiras, no Clube Recreativo do Feijó na tarde do dia 14 de Novembro de 2021.

sábado, outubro 23, 2021

A Aldraba visitou o Parque Mayer






Guiados pelo Actor, Encenador e Escritor de Revistas, Flávio Gil, os 44 participantes nesta Rota em Lisboa, visitaram o actual Parque Mayer, que se transformou num parque de estacionamento, com um único restaurante sobrevivente dos muitos que em tempos teve, apresentando ainda o velho teatro Maria Vitória, um renovado Capitólio que parece não ter as melhores condições para Teatro e um Variedades em execução que parece não augurar boas perspectivas, pois não está dotado de teia italiana, importante na arte de talma, por proporcionar a mudança de cenários da forma mais eficaz.
Muitos dos participantes desfrutaram no final deste encontro de um almoço saboroso, bem regado com vinho alentejano tinto, tendo usufruído a hipótese feliz do reencontro entre amigos e da confraternização há muito desejada. Parabéns à Aldraba por mais esta iniciativa e agradecimentos a Flávio Gil pelo simpático acompanhamento dos visitantes.
LFM (Texto e imagens)

segunda-feira, outubro 04, 2021

Caminhadas no Parque da Paz

 



A semana passada caminhei quase todos os dias por este espaço maravilhoso, de vistas aconchegantes, sobretudo ao crepúsculo.
As dezenas de patos que vivem no enorme lago, de raças diversas, animam os fins de tarde buscando alguma dádiva dos peregrinos da Natureza.
Há lugares que se renovam e nunca cansam para quem gosta de caminhar e admirar a paisagem sempre mágica.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

sexta-feira, outubro 01, 2021

A Barragem do Tua e a Destruição de Uma Linha Férrea Maravilhosa

 






Passaram vários anos e já lá diz o ditado "Promessas leva-as o vento..."

A EDP construiu a barragem do Tua, prometendo reconstruir a linha férrea respectiva (que no total tinha 134 quilómetros), que uns tempos antes sofreu vários descarrilamentos para justificar o seu fecho e o esquecimento de um património que motivou o trabalho esforçado há muitas décadas (desde1887) da construção de uma das mais belas linhas de comboio portuguesas, que tive o privilégio de fruir, quando era uma das atracções turísticas antes da avalanche de estrangeiros que veio conhecer este país.

O povo português parece hipnotizado. Os nossos antepassados protestavam, exigiriam a reposição, em tempos adversos à liberdade. Actualmente, o vírus do comodismo tolhe mentes e emoções. Tudo é abafado diante do televisor ou na presença de supostos elementos de modernidade evolução e progresso. Contudo é retrocesso o que constatamos, vãs promessas em troca de determinadas perdas, e nada acontece. O silêncio impera - e envergonha.

Luís Filipe Maçarico (Texto e fotografias)

Com a CDU em Santa Marta de Penaguião

 


 

Na derradeira semana da campanha eleitoral, participei na distribuição - com camaradas da Régua e Vila Real - do Programa da CDU. Coligação Democrática Unitária, pelas freguesias do concelho de Santa Marta de Penaguião.
Apesar de ser proposta a Gestão Pública da Água, um Plano de Mobilidade ao serviço das populações urbanas e rurais, com vias de comunicação mais dignas e melhor qualidade do transporte colectivo, Feira Mensal de produtos da terra, Aumento de Apoio às Associações e Colectividades desportivas e culturais, Valorização da Agricultura Familiar, entre outras questões com importância fundamental, os eleitores preferiram outras propostas.
Fica na memória a alegria e fraternidade desses dias.
Até Amanhã, Camaradas!
Luís Filipe Maçarico (Texto e Fotografias)

domingo, setembro 12, 2021

A Bienal


Algumas das muitas obras expostas na Bienal da Festa do Avante de 2021

Um dos espaços que mais aprecio visitar na Festa do Avante é a respectiva Bienal, onde as Artes Plásticas têm a sua habitual mostra, sempre muito visitada.

Gostava de ver alguns dos meus Amigos Pintores e Escultores ali representados, exibindo as suas obras. Será que terei esse prazer algum dia? 

São milhares os visitantes, contribuíndo esta exposição para aproximar a Arte de Todos...

LFM (textos e fotografias)

sábado, setembro 11, 2021

Ecos da festa


 Ecos da Festa do Avante, que ocorreu há uma semana. A fotografia apresenta três elementos dos corpos sociais do Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes" (Andreia, Tiago e eu) e a família Duarte-Fernandes (Fernando, Rita e Jessica).

Do muito que se vivenciou, dos inúmeros encontros que se desenvolveram, um mojito uniu seis pessoas esmagadoramente jovens (nem que seja de espírito). Os três dias foram sorvidos com grande alegria e partilha. Nem outra coisa se espera deste evento.

Oxalá para o ano ainda seja melhor!

LFM