Porque fui até à Beira Baixa, estes último quinze dias passaram-se, vivendo uma festividade reinventada, - a Festa dos Chocalhos, em Alpedrinha, fruíndo do prazer das pequenas coisas, como apanhar pinhas, na estrada entre a Portela e o Fundão, ou ir ao Mercado das segundas feiras, naquela cidade.
As Manifs de 15 e 19 de Setembro, foram apenas informações de jornal ou página do Facebook...
Estive porém, em espírito, o meu coração pulsou de emoção, perante as notícias que trouxeram o eco das lutas, dos anseios de milhares e milhares de trabalhadores portugueses, que estão a ser espoliados da saúde, da educação, do trabalho, da protecção social, por ladrões de sonhos, que têm por objectivo destruir Portugal. Basta ver o que há pouco tempo foi dito por um fascista, que insultou os empresários, por não aderirem à malfadada taxa TSU, chamando-lhes ignorantes, com uma pose tão arrogante, que explica afinal porque razão o FMI o vomitou.
As reacções do tecido empresarial, se isto fosse um país decente, seriam motivo suficiente para o porem a andar, pois houve um dos patrões, que o acusou de nunca ter trabalhado na vida.
Todavia, como é um serventuário do Neoliberalismo mais cavernoso, continua a receber balúrdios, ditando cortes às pensões dos mais idosos e aos subsídios dos desempregados, desrespeitando o Estado Social consagrado na Constituição que o Tempo Livre trouxe, reduzindo a escombros, qual nazi perseguindo os grupos de proscritos - os pobres, os reformados, os trabalhadores.
E o outro senhor, que para nosso azar é ministro, que classificou quem trabalha e ajuda a segurar isto, como cigarra e considerou que são poucas as formigas? Esqueceu-se foi de dizer que estas formigas, de tão iluminadas, constituem uma praga destruidora...
Tenho a noção, que a qualidade de vida se tem perdido a um ritmo impensável, mês após mês, e que se nada for feito para travar o descalabro, é sempre a caminhar para o abismo.
Infelizmente, e contrariando todas as boas almas, que de forma quase poética, pacífica, dita cívica, tipo - capa de revista, para correr mundo, do género aqui está o exemplo do português suave, abrem a garganta militante, repetindo uma frase, daquelas que se escutam, desde a década de 70, ao mesmo tempo que oferecem malmequeres e abraços a polícias, convém alertar que isto já lá não vai com folclore, pois esta gentalha está tão agarrada ao poder e às benesses inerentes, que em tempo de austeridade, não abdicou sequer de uma parte do que ganha por aquecer a cadeira. Sendo assim, é preciso retirá-los do bem bom. Duvido é que seja com a Democracia que eles invocam para a minar.
Como disse Arménio Carlos, durante a manifestação da CGTP, se não saírem a bem, saiem a mal!
Afinal o que é preciso mais, depois de tantos "tiros no pé", o último dos quais a cargo do Papa Borges, para se irem embora?
LFM (texto e foto)