Felicito o Museu do Neorealismo, de Vila Franca de Xira, pela magnífica exposição sobre a vida e a obra de Alves Redol "Horizonte Revelado".
David Santos e o filho do escritor, António Mota Redol, realizaram um trabalho fantástico, de grande qualidade e rigor, que se estende pelo primeiro andar do Museu, na distribuição dos materiais expostos, como na organização dos temas abordados.
O espólio fotográfico, os cadernos de campo, a revelação dos bastidores da escrita, que passa pela própria existência do autor, uma entrevista radiofónica a Igrejas Caeiro, o repositório dos inúmeros recortes da sua colaboração na Imprensa, os artigos acerca da sua obra, assinados por grandes vultos da nossa cultura, objectos pessoais, exemplares dos seus livros, são alguns dos emocionantes momentos desta exposição.
Da África ao Douro, passando pelo Ribatejo, o visitante acompanha o percurso de Redol, decifrando uma história de vida, que é circunstância decisiva, para a força da sua escrita. Com Gaibéus (1939) inaugura-se na literatura portuguesa um "compromisso estético e social"... E como ele escreveu em "Avieiros", "O escritor não é ser passivo ante o mundo que o cerca."
Notável, o dedicado "trabalho de campo" do escritor, recolhendo, através da fotografia e de muitas notas, que registou em cadernos de observação etnográfica, a informação fundamental para criar os personagens de alguns romances.
Redol comentou, a este respeito, que "Muitos chamam recolha, talvez impropriamente, a esta busca de contacto humano (...) Na verdade, não se recolhem os materiais da vida; vivem-se."
Recomendo vivamente uma visita, aos que admiram a obra de Redol, pois a exposição termina no próximo dia 11 de Março.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)
David Santos e o filho do escritor, António Mota Redol, realizaram um trabalho fantástico, de grande qualidade e rigor, que se estende pelo primeiro andar do Museu, na distribuição dos materiais expostos, como na organização dos temas abordados.
O espólio fotográfico, os cadernos de campo, a revelação dos bastidores da escrita, que passa pela própria existência do autor, uma entrevista radiofónica a Igrejas Caeiro, o repositório dos inúmeros recortes da sua colaboração na Imprensa, os artigos acerca da sua obra, assinados por grandes vultos da nossa cultura, objectos pessoais, exemplares dos seus livros, são alguns dos emocionantes momentos desta exposição.
Da África ao Douro, passando pelo Ribatejo, o visitante acompanha o percurso de Redol, decifrando uma história de vida, que é circunstância decisiva, para a força da sua escrita. Com Gaibéus (1939) inaugura-se na literatura portuguesa um "compromisso estético e social"... E como ele escreveu em "Avieiros", "O escritor não é ser passivo ante o mundo que o cerca."
Notável, o dedicado "trabalho de campo" do escritor, recolhendo, através da fotografia e de muitas notas, que registou em cadernos de observação etnográfica, a informação fundamental para criar os personagens de alguns romances.
Redol comentou, a este respeito, que "Muitos chamam recolha, talvez impropriamente, a esta busca de contacto humano (...) Na verdade, não se recolhem os materiais da vida; vivem-se."
Recomendo vivamente uma visita, aos que admiram a obra de Redol, pois a exposição termina no próximo dia 11 de Março.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)