Os desprotegidos da sorte, não.
Trabalham uma vida inteira e nem sequer conseguem receber na totalidade das dezenas de anos esforçadas o equivalente a um mês do ordenado dos futebolistas ou dos políticos que elegem para ficar à frente dos governos.
Por isso, em todo o Mundo há quem viva bem e passe o tempo com um sorriso no rosto, pois tem a lareira acesa e há quem viva na rua e mendigue, seja na Europa, em Nova Iorque ou numa lixeira de Nampula.
Olhando as oliveiras, a poesia pede tréguas. Mas não depende dos poetas haver Paz no Mundo.
Depende dos Povos tomarem consciência que este Mundo é injusto, não de braços cruzados... No dia em que a força do trabalho se opuser ao parasitismo dos mercados, dos agiotas, de tantos bandidos encartados, de tanto incompetente a cantar de galo nos poleiros que se multiplicam como cogumelos, para servir uma imensa pandilha, no dia em que a multidão dos que nada têm a perder lhes fizer frente, talvez haja futuro e mundo.
Se tudo continuar nas águas turvas em que caminhamos, é a Guerra que nos espera, devastadora, mortífera, para que os senhores de todas as injustiças, grandes patrões mafiosos, chefes sem qualidades humanas, toda a cáfila de malfeitores com poder, aumentarem os lucros, através da especulação e do armamento letal.
2011 pode ser tudo o que quiseres: mau ou bom, pântano ou viragem!
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografia)