Hoje, talvez porque nao há sol, insisto em falar nas asas da criatividade,na ternura que nos pode aliviar em tempo de solidão e desatino. Lembrei-me de Selma Lagerlof, da companhia que me fez com a sua"A maravilhosa viagem de Nils Holgerson através da Suécia", livro comprado em alfarrabista, que se perdeu em mãos pouco amigas. Emprestar livros ou discos é sempre este desgosto, de ficar sem uma parte do património encantador que alimentou o nosso crescimento, quando aqueles a quem emprestamos se descuidam meses, anos, uma vida, do cumprimento de uma qualidade básica que caracteriza a amizade- o respeito pelos pertences do outro, que podem e devem ser partilhados, mas nunca usurpados.Tudo isto a propósito de um livro que me marcou pela beleza, pela riqueza de imagens, pela escrita envolvente, pela palpitação da fantasia, tão susceptível de ser tocada, tão credível...Selma Lagerlof nasceu em 1854. Em 1909 foi-lhe atribuído o Nobel da Literatura e no meu coração de menino deslumbrado com os criadores de sonhos, ganhou um lugar que ainda hoje, mesmo sem o livro amado, se mantém luminoso.Recomendo àqueles que gostam de presentear os amigos com a magia das palavras.(foto de Vanda Oliveira)
2 comentários:
Ai as coincidências!... A Sónia fala nisso ontem, e eu vou á boleia e pranto lá o meu comentário...:))
Gostei de me passear nestas águas do sul carregadas de grande sensibilidade..., voltarei!
Um beijo da Mar Revolto
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