"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sexta-feira, dezembro 10, 2021

HERBICIDAS E PESTICIDAS NAS NOSSAS RUAS


 Não sou defensor do passado. Mas em relação a práticas actuais, não posso deixar de manifestar o meu repúdio. Explico o que pretendo partilhar.

Dantes, as ervas daninhas que cresciam nos passeios das cidades eram combatidas com sal. Agora os municípios usam herbicidas e pesticidas (que renomearam de produtos fito farmacêuticos).

Acontece que os animais que se purgam naturalmente com as ervas que encontram no seu caminho, são envenenados.

Foi assim que perdi o "Migão" (para a dona que o acolhia numa casinha no átrio da sua casa "Miau") que era o meu talismã para cada dia me correr melhor, através da sua fala e dos seus beijos na minha mão, recebendo em troca festinhas que o regalavam.

Perdi um amigo por causa da estupidez do mundo dito desenvolvido que acabou com a biodiversidade através do agro negócio que abunda no Alentejo e se expande até estas ruas onde habitamos e os animais indefesos são atacados de uma forma absurda.

LFM

sábado, dezembro 04, 2021

A ALDRABA NO LARANJEIRO


 




Realizou-se na tarde deste sábado 4 de Dezembro, na Junta de Freguesia do Laranjeiro, a apresentação dos números 27 a 29 da revista da "Aldraba", Associação do Espaço e Património Popular, editadas durante a pandemia e os diversos confinamentos, a cargo do autarca e associativista Luís Palma.
Participaram nesta sessão associativistas das duas margens, designadamente Andreia Abrantes do Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes", Nazaré Avó das Cantadeiras de Essência Alentejana, Manuel Verdugo da Casa do Alentejo, e diversos elementos, ligados à associação Farol, associação de reformados, associação de Murtosa e Estarreja. Foram inúmeras as intervenções dos cerca de vinte participantes nesta tarde muito enriquecedora e de reflexão pertinente.

Luís Filipe Maçarico (Texto e Fotografias)

quarta-feira, dezembro 01, 2021

NA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA APRESENTANDO SALVADO MOTA E A MONOGRAFIA DE ALPEDRINHA





 No derradeiro dia de Novembro de 2021, participei num colóquio sobre Etnógrafos na Sociedade de Geografia de Lisboa. Evoquei alguns Etnógrafos da Beira Baixa, como José Alves Monteiro e Jaime Lopes Dias (Etnografia da Beira) e o Jovem, felizmente vivo e criativo Eddy Nelson Chambino (Pastores, Guardiões de uma Paisagem).



Após contextualizar Alpedrinha em termos históricos e geográficos, falei de António Salvado Mota e da sua Monografia de Alpedrinha, editada em 1933 e reeditada sete décadas depois.

Os restantes intervenientes foram José Fernando Reis Oliveira que evocou Azinhal Abelho, alentejano de Elvas e a Presidente da Secção de Etnografia, Maria Helena Correia Samouco que abordou a vida e obra do etnógrafo algarvio Francisco Ataíde de Oliveira.

LFM (Fotografias e Texto)

NA CUBA COM A ALDRABA


 






No passado sábado 27 de Novembro a Aldraba, Associação do Espaço e Património Popular realizou o primeiro de dois dias de visitas nos concelhos de Cuba e Vidigueira, que envolveu 3 dezenas de associados e amigos, confraternizando em simpáticos restaurantes, seguindo um programa delineado pelo casal Manuela Bolinhas e Jorge Graça, que foram inexcedíveis.
O Museu Literário Fialho de Almeida, que foi apresentado pela historiadora Francisca Bicho, a fruição das ruas e seus pormenores arquitectónicos, o conhecimento aprofundado da Igreja de Cuba, a cargo de Nuno Sota, de História de Arte e a assistência a um espectáculo de Cante com os grupos do concelho actuando, foram alguns dos aliciantes principais desta visita.
Parabéns aos associados e amigos da Aldraba pelo sucesso deste evento.
Luís Filipe Maçarico (texto e imagens)

domingo, novembro 14, 2021

CANTADEIRAS DE ESSÊNCIA ALENTEJANA: VOZES QUE DESAFIAM O FUTURO(*)

 


Um dos valores patrimoniais de referência que Almada possui encontra nas “Cantadeiras de Essência Alentejana” a marca inigualável de uma tradição ciosamente salvaguardada.

São mulheres que vieram do sul, atraídas – tal como os maridos – por uma vida mais compensadora.

Trouxeram a memória do vestuário que usavam nas fainas do campo, costumes que são a sua pele, práticas que enriqueceram a Alma (nunca traída), modas que as transportam no tempo para a beleza da juventude, deixada para trás, não esquecendo nunca como era difícil viver nesse sul de então, cercado de interditos, que alguns gostariam de ressuscitar.

 

Após ano e meio de pandemia, superada parte das dificuldades e impedimentos que inviabilizaram a aproximação, a reunião, a actuação, apresentar um novo CD é o Milagre da Resistência deste punhado de Mulheres Corajosas que permanecem, desafiando o Futuro com as suas vozes acesas, incendiando com sílabas que são Clarões, o caminho de todos nós.

 

Escrevo estas palavras à luz de um deslumbrante crepúsculo de Outono, grato pelo convite de poder participar em tão empolgante evento, penso nos cambiantes musicais envolventes que o cante delas emite, partilhando a generosidade e a alegria de se entrosarem de novo diante de nós, assumindo o Amor à Terra.

 

Celebro os sorrisos e as lágrimas contidas nas suas vozes de gente genuína.

Enquanto houver esta transmissão de tradições, apenas a elas caberá, através do Encontro e na partilha – a defesa das várias facetas da vida que enfrentaram no território identitário (tão amado), onde aprenderam a respirar, saboreando o sol crú, os perfumes de um chão sedento, ora seco ora florido, o pão e as iguarias, nem sempre acessíveis a todos – o espantoso horizonte de asas e chilreios, a poesia passada de geração em geração, e as pequenas grandes dores do quotidiano.

 

O Alentejo é muito mais que um texto ou um livro bem intencionados.

O Alentejo é, acima de tudo, os gestos, a fala, os passos destas Cantadeiras admiráveis, na sua vivência diária.

Fiéis aos lugares onde nasceram e onde regressam, várias vezes, para limpar os olhos da Alma e poderem cantar com o Coração a verdade intransmissível de tudo o que viveram e são.

 Almada, 16-10-2021

Luís Filipe Maçarico

 (*) Artigo publicado na revista Aldraba nº 30 e lido durante o lançamento do CD das Cantadeiras, no Clube Recreativo do Feijó na tarde do dia 14 de Novembro de 2021.

sábado, outubro 23, 2021

A Aldraba visitou o Parque Mayer






Guiados pelo Actor, Encenador e Escritor de Revistas, Flávio Gil, os 44 participantes nesta Rota em Lisboa, visitaram o actual Parque Mayer, que se transformou num parque de estacionamento, com um único restaurante sobrevivente dos muitos que em tempos teve, apresentando ainda o velho teatro Maria Vitória, um renovado Capitólio que parece não ter as melhores condições para Teatro e um Variedades em execução que parece não augurar boas perspectivas, pois não está dotado de teia italiana, importante na arte de talma, por proporcionar a mudança de cenários da forma mais eficaz.
Muitos dos participantes desfrutaram no final deste encontro de um almoço saboroso, bem regado com vinho alentejano tinto, tendo usufruído a hipótese feliz do reencontro entre amigos e da confraternização há muito desejada. Parabéns à Aldraba por mais esta iniciativa e agradecimentos a Flávio Gil pelo simpático acompanhamento dos visitantes.
LFM (Texto e imagens)

segunda-feira, outubro 04, 2021

Caminhadas no Parque da Paz

 



A semana passada caminhei quase todos os dias por este espaço maravilhoso, de vistas aconchegantes, sobretudo ao crepúsculo.
As dezenas de patos que vivem no enorme lago, de raças diversas, animam os fins de tarde buscando alguma dádiva dos peregrinos da Natureza.
Há lugares que se renovam e nunca cansam para quem gosta de caminhar e admirar a paisagem sempre mágica.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

sexta-feira, outubro 01, 2021

A Barragem do Tua e a Destruição de Uma Linha Férrea Maravilhosa

 






Passaram vários anos e já lá diz o ditado "Promessas leva-as o vento..."

A EDP construiu a barragem do Tua, prometendo reconstruir a linha férrea respectiva (que no total tinha 134 quilómetros), que uns tempos antes sofreu vários descarrilamentos para justificar o seu fecho e o esquecimento de um património que motivou o trabalho esforçado há muitas décadas (desde1887) da construção de uma das mais belas linhas de comboio portuguesas, que tive o privilégio de fruir, quando era uma das atracções turísticas antes da avalanche de estrangeiros que veio conhecer este país.

O povo português parece hipnotizado. Os nossos antepassados protestavam, exigiriam a reposição, em tempos adversos à liberdade. Actualmente, o vírus do comodismo tolhe mentes e emoções. Tudo é abafado diante do televisor ou na presença de supostos elementos de modernidade evolução e progresso. Contudo é retrocesso o que constatamos, vãs promessas em troca de determinadas perdas, e nada acontece. O silêncio impera - e envergonha.

Luís Filipe Maçarico (Texto e fotografias)

Com a CDU em Santa Marta de Penaguião

 


 

Na derradeira semana da campanha eleitoral, participei na distribuição - com camaradas da Régua e Vila Real - do Programa da CDU. Coligação Democrática Unitária, pelas freguesias do concelho de Santa Marta de Penaguião.
Apesar de ser proposta a Gestão Pública da Água, um Plano de Mobilidade ao serviço das populações urbanas e rurais, com vias de comunicação mais dignas e melhor qualidade do transporte colectivo, Feira Mensal de produtos da terra, Aumento de Apoio às Associações e Colectividades desportivas e culturais, Valorização da Agricultura Familiar, entre outras questões com importância fundamental, os eleitores preferiram outras propostas.
Fica na memória a alegria e fraternidade desses dias.
Até Amanhã, Camaradas!
Luís Filipe Maçarico (Texto e Fotografias)

domingo, setembro 12, 2021

A Bienal


Algumas das muitas obras expostas na Bienal da Festa do Avante de 2021

Um dos espaços que mais aprecio visitar na Festa do Avante é a respectiva Bienal, onde as Artes Plásticas têm a sua habitual mostra, sempre muito visitada.

Gostava de ver alguns dos meus Amigos Pintores e Escultores ali representados, exibindo as suas obras. Será que terei esse prazer algum dia? 

São milhares os visitantes, contribuíndo esta exposição para aproximar a Arte de Todos...

LFM (textos e fotografias)

sábado, setembro 11, 2021

Ecos da festa


 Ecos da Festa do Avante, que ocorreu há uma semana. A fotografia apresenta três elementos dos corpos sociais do Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes" (Andreia, Tiago e eu) e a família Duarte-Fernandes (Fernando, Rita e Jessica).

Do muito que se vivenciou, dos inúmeros encontros que se desenvolveram, um mojito uniu seis pessoas esmagadoramente jovens (nem que seja de espírito). Os três dias foram sorvidos com grande alegria e partilha. Nem outra coisa se espera deste evento.

Oxalá para o ano ainda seja melhor!

LFM 

segunda-feira, agosto 16, 2021

Guerra Inútil


Porque razão os Estados Unidos estiveram vinte anos no Afeganistão, depois de afastar os Talibãs e agora abandonam a região, deixando àqueles a quem chamam "insurgentes" a possibilidade de se reinstalarem no Poder? Duas décadas perdidas... 

Está à vista de toda a gente a inutilidade destas guerras... 

LFM

quinta-feira, julho 15, 2021

Realizou-se o Festival Transfronteiriço de Poesia, Arte de Vanguarda e Património em Meio Rural, em Vilarelhos, no passado sábado 10 de Julho de 2021


                                       

                                       







Decorreu durante o sábado dia 10 de Julho de 2021 o PAN mínimo de Vilarelhos, que retomou, embora de forma reduzida um evento que acompanhei entre 2018 e 2019. Essencialmente consistiu numa troca de impressões entre os organizadores e alguns dos convidados que puderam comparecer, os quais falaram na forma como enfrentaram a pandemia e que perspectivas têm para o PAN de 2022. 

Após o almoço e visita à Galeria Municipal de Arte em Alfândega da Fé, junto ao Solar do Morgado realizou-se um recital de Poesia, em que os poetas e recitadores foram acompanhados pela jovem cantora local, Joana Cancela.

Antes do encerramento, os participantes jantaram e confraternizaram, realçando a qualidade da cozinha, a cargo das senhoras que sempre participam nesta verdadeira mostra de gastronomia e gentileza.

Ir a este Festival Transfronteiriço de Poesia, Arte de Vanguarda e Património em Meio Rural, que nasceu há duas décadas em Morille (Salamanca) sob a égide de Manuel Ambrósio Sanchez Sanchez,  alcalde daquele município, também professor da Universidade de Salamanca e deputado provincial, tendo tido vários subdirectores do Festival, enquanto representantes e angariadores dos artistas portugueses que participaram nas várias edições, ir a este Festival, dizia, é neste tempo tão difícil, um Renascimento.

Actualmente e com agrado, Francisco Lopes e António Sá Gué são os dois subdirectores, ambos transmontanos, tendo as primeiras edições do PAN em Portugal decorrido em Carviçais (Torre de Moncorvo). Parabéns à organização, aos participantes e ao Povo deste belo concelho de trás-os-Montes.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

domingo, junho 13, 2021

Monografia de Mosteiro, de João Coelho apresentada na Associação Mosteirense, com numeroso público





Após a evocação do centenário da ponte sobre a Ribeira de Pera e dos zeladores da água que corre por magníficas levadas, que um grupo numeroso de cidadãos percorreu, foi apresentada a Monografia de Mosteiro (Pedrógão Grande) da autoria de João Coelho, no espaço da associação local e na presença de autarcas, amigos, associativistas da Aldraba e povo da localidade.
Na ocasião tive o ensejo de intervir, por sugestão do autor.
Eis o que disse:
"O evento que testemunhamos hoje é a festa de um povo que fica mais honrado com um livro idealizado e escrito por um dos últimos carolas do associativismo voluntário, que tem um percurso que fala por si, não necessitando de acrescentar ao curriculum para vaidade pessoal este título.
O esforço que está à vista nas páginas da obra foi enorme, vencendo vicissitudes, teimosamente, para entregar à posteridade, aos vindouros, as memórias, as sabedorias, a vida difícil dos antepassados.
Trata-se de um profundo levantamento etnográfico, onde a geografia humana se evidencia. As tradições os costumes, o saber médico do povo, a natureza pródiga envolvem-nos de tal modo que apetece ler este livro até ao fim.
Enriquecemo-nos todos ao sabermos que um lugar entre serras, com uma ribeira mágica a cantar com os pássaros, tem tanto para contar."
Luís Filipe Maçarico (Texto e fotografias)