"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, fevereiro 28, 2010

Lançamento do Meu Livro "Jóias Imperceptíveis nas Portas de Lisboa"








Colegas e Amigas do trabalho, Antigos colegas do Sindicato dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa, Colegas de Escola, Companheiros do Associativismo encheram a sala da Fabula Urbis, para celebrar dois lançamentos de livros, um de Maria João Ferreira sobre os Restauradores e outro, de minha autoria, com fotos de António Brito e minhas, acerca de 14 portas das casas onde nasceram, viveram ou morreram personalidades da nossa cultura, como Agostinho da Silva, Amália, António Gedeão, Ary dos Santos, Camilo Castelo Branco, Conde Monsaraz, Carlos Botelho, Cesário Verde, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, , Herculano, Mário Sá Carneiro e Sophia de Mello Breyner.
A tertúlia que se seguiu com o património e a identidade como ponto de partida motivou debate acalorado. Foi bom estar rodeado de gente fantástica, como a Fernanda Frazão (editora) e a Margarida Almeida Bastos (directora da colecção "Vicentes", onde se integram estes livrinhos de cordel com a chancela da Apenas Livros).

Texto de Luís Filipe Maçarico e Fotografias de António Brito

Quando a Chuva se Faz Poema sem Palavras


A chuva permanece no olhar, no pensamento, no sono, nas pegadas, na respiração, no sangue... dia após dia, entranha-se em tudo...
Partilho esta imagem, que recolhi na Marinha Grande, nos jardins do Museu do Vidro. É um poema que não precisa de palavras para falar de asas, sonho, encontro. Ou de solidão e lágrimas.
Cada um encontrará na fotografia a linguagem mais adequada para o seu sentir.
Luís Filipe Maçarico

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

A Madeira, a Fúria da Natureza e o Resultado da Má Política



Há uma semana parecia que o fim do Mundo chegara à Madeira.
Retenho, das imagens que vi, a brutalidade das águas, que arrastaram haveres e vidas, o caos, a perda, o imenso sofrimento que merece todo o meu respeito, mas também o fatídico resultado de uma atitude, essa sim lamentável, que os pato-bravos da construção e da política, trauliteira, ali como em todo todo o país, aprofundaram até à exaustão: hospitais, escolas, quartéis de bombeiros e habitações, construídos em cima do leito das ribeiras. Não aprendendo nada com calamidades anteriores.
Mas na mesma - gigantesca - onda de facturar, em nome do sacrossanto turismo, o senhor Alberto não consentiu a declaração de calamidade pública, para não afectar as excursões dos cámones, ao invés de pôr o seu povo acima de tudo.
Quando muita gente está numa de coitadinhismo, em vez de se falar nos erros cometidos, aqui fica uma nota dissonante.
Este vídeo tem dois anos e é muito claro. Não preciso de dizer mais nada. São técnicos e não políticos demagogos e populistas que falam.
Vejam e tirem as vossas conclusões.
Pergunto apenas:
Vamos continuar a desculpabilizar a má política da construção desalmada, que desrespeita todas as regras, do tubaronismo dos banqueiros (em tempo de crise os bancos tiveram lucros escandalosos) e da gestão ruinosa dos que deviam evitar estas calamidades, cujas consequências estamos a pagar, com congelamento de salários, custo de vida imparável, desemprego galopante, cuidados de saúde caros e fora dos grandes centros inacessível, reformas fracas, ameaçadas e tantas outras evidências quotidianas que afectam muitos portugueses?

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Malditos Sejam!


Acabo de escutar - o que infelizmente já intuía, depois de saber que a Espanha tinha subido de 65 para 67 anos a idade da reforma - que Portugal vai imitar o país vizinho em mais esta marca de escravatura.
Há vários anos atrás, governava Guterres, a idade da reforma era 55 anos. Sonhei esse momento, porque aquilo que desejava fazer ainda ia beneficiar aquilo que antigamente se chamava pátria e hoje considero um abutre esfaimado e decadente. Com Durão Barroso, a idade da reforma subiu para 60 anos, o que foi penoso de saber. Com este senhor, que faz o papel de primeiro ministro, como se estivesse em cima do palco de um salão paroquial, a idade aumentou mais cinco anos e é ainda com ele, segundo o Correio da Manhã, que o massacre se prolonga mais dois anos.
Não consigo guardar a repulsa que sinto por esta matilha diabólica, que não cessa de nos vampirizar. Malditos sejam!
LFM (palavras e imagem)

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

RECADO


Refugias-te no pomar do silêncio

mas deixaste a verdade entrar, qual matilha de lobos famintos

O teu segredo de frutos intactos

é agora um vazadouro de mentiras e cobardia

A noite já não pode encobrir a máscara carcomida

E do perfume que foste

resta uma palavra triste

por seres esta nuvem que paira sobre os meus sonhos.


Lisboa, 22-2-2010; 01:38h

LUÍS FILIPE MAÇARICO (palavras e imagem)

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

DIA 25 LANÇAMENTO DO NOVO LIVRO DE MINHA AUTORIA "JÓIAS IMPERCEPTÍVEIS EM PORTAS DE LISBOA"





No próximo dia 25 pelas 21:30h na Livraria Fabula Urbis, R. Augusto Rosa, nº 27, Margarida Almeida Bastos apresenta "Jóias Imperceptíveis em Portas de Lisboa. Aldrabas Batentes e Puxadores nas Casas de Catorze Personalidades da Cultura Portuguesa", de Luís Filipe Maçarico, com fotografias de António Brito e do autor.


Na mesma sessão, Maria João Pacheco Ferreira apresentará uma obra de sua autoria, intitulada: "A Praça e o Monumento dos Restauradores. Contributos para a sua História."


Trata-se de dois livros de cordel, que por serem sobre Lisboa, integram a colecção "Os Vicentes", da editora Apenas Livros.


quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Rosas ou Espinhos?


Os meses de Inverno desta temporada 2009/2010 ressuscitaram a chuva e o frio, que estavam arrecadados nas brumas da memória.
Os rostos andam carregados. E como se já não bastasse uma certa forma - porca - de fazer política, se quisermos lembrar as caricaturas, infelizmente tão actuais, de Rafael Bordalo Pinheiro, o próprio clima fez e faz caretas, obrigando a cancelar Carnavais e sonhos.
Mas como me dizem em todo o lado, isto há-de melhorar.
No "Público" de hoje, falando do actual Partido Socialista, Ana Benavente, diz que "confundiu-se modernização com "coisas" tecnológicas, confundiu-se desenvolvimento com exploração e desregulação dos direitos dos trabalhadores, confundiram-se direitos individuais com causas avulsas" (página 29) e Pedro Baptista, ex-deputado e membro da distrital do PS - Porto afirma que aquele partido "tem vivido numa ditadura do silêncio e agora, porque o líder tem um problema, carrega-se no botão e acciona-se o rebanho." E este dirigente acrescenta: Este não é o Partido Socialista Nacional Alemão" (página 6 do referido diário)
Enquanto o São Pedro, os Deuses, enfim, quem pode, derrama chuva e chuva e chuva sobre os caminhos do povo, vamos dizendo uns aos outros: isto não pode ficar assim, havemos de ver a luz ao fundo do túnel!
Esperemos então a Primavera, que em Abril de 1974 trouxe cravos, demasiado mansos.
Que trará desta vez no seu regaço? Rosas ou espinhos? Papoilas ou cardos?
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografia)

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Actualidade Nacional


O panorama nacional, em termos políticos, está altamente crispado, devido ao desgaste por todos sobejamente conhecido. Cada dia que passa as notícias são piores para todos e quem se devia afastar permanece.
A nível carnavalesco, a chuva mascarou-se de boicote. Triste espectáculo ver umas gajas descascadas, bamboleando como se estivessem num país tropical. Como há-de o timoneiro sair, se quem vai no barco quer é folia, mesmo correndo o risco de apanhar pneumonia...
No que concerne à actividade musical, nasceu mais uma estrela: o Filipe dos Ídolos. Se não se deixar seduzir pela sociedade do faz-de-conta, do espezinhamento, da injustiça e da exploração/lucro em que somos obrigados a viver, pode ficar na História por bons motivos.
Por motivos ínvios ficará Sócrates, em cuja voz soa sempre mal um poema, de quem quer que seja, como foi o caso de algumas discursatas quando esse fingidor tentou impingir a imagem de homem e cultura, citando poetas...
Ouvi-lo é um pesadelo.
Quando tal personagem faz esse e outros números tristes, só há um recurso: fechar o televisor, porque todos os canais estão cada vez mais siameses...
Continuar com um engenheiro náufrago nesta jangada abalroada, será uma maldição, má sina ou praga que nos rogaram?
População aziaga, que depois de ter tido 50 anos de SAL e AZAR, parece dar razão a umas rimas de Fernando Gomes, o actor/criador de Ziguezague: "Dás-me facadas no peito/ Rebentas-me o coração/ Chagas-me os cornos/E não te sei dizer que não/ Inté t'ingulo as mentiras/ Mas tu atraiçoas-me p'las costas/Mas eu soudêliiiii...Ai se és dele ó minha p..., é porque gostas!!!"
Texto e foto LFM

domingo, fevereiro 14, 2010

MARCAS DAS CIÊNCIAS E DAS TÉCNICAS PELAS RUAS DE LISBOA


A Professora Doutora Ana Luísa Janeira coordenou uma equipa multidisciplinar para consumar o PROJECTO MARCAS DAS CIÊNCIAS E DAS TÉCNICAS PELAS RUAS DE LISBOA.
Clicando em cima da morada virtual que apresentamos, descobre coisas que certamente desconhecia. Experimente.

http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/pagina/inicio

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

A Ronda dos Quatro Caminhos e o AlCântaro








Nesta quarta feira 10, a RONDA DOS QUATRO CAMINHOS revisitou o país musical, ao fim da tarde, no Teatro Trindade.
Por cinco euros apenas, quem teve esse privilégio, assistiu a um grande espectáculo.
A sonoridade, o clima em palco, a interacção entre os músicos e o público bem como o repertório, foram aspectos afinados, que contribuíram para a assistência se envolver, acompanhando os temas que António Pratas, João Pedro Oliveira e Carlos Barata, à frente de um elenco de grande qualidade - com mais 3 caminheiros e 4 executantes da Sinfonieta de Lisboa - executaram com toada de festa.
João Pedro tem um timbre de voz muito agradável, consegue ser trovador inspirado, secundado por Prata e Barata, homens bem humorados, que tratam a música por tu e garantem um espectáculo com erudição e simplicidade.
Há muito que os oiço e muitos amigos receberam, através do tempo, discos deles. Ao vivo, foi ontem a primeira vez e as emoções irromperam.
Foi muito bom cantar com eles, curtir a alegria, trazida por tambores, acordeão, instrumentos de corda, as teclas e os coros, que espalharam a memória do sul num teatro aberto para o sonho.

O António é um ser humano especial: fraterno, sensível e culto, que mesmo que tente libertar-se dos acordes dos concertos, sorvidos um a um como se o último fosse o mais importante, tem o silêncio como desejo, embora dirija, com Letícia, a mulher, o restaurante AlCântaro, que recomendo pela ambiência, pela boa energia, pela música de fundo e pela gastronomia.
Consoante o dia, costumam apresentar Polvo à Contrabandista, Salmão em Molho de Laranja e Gengibre e Lombo de Porco com Ameixa em Molho de Tangerina, entre muitas outras iguarias de truz.
O AlCântaro situa-se entre a Praça da Armada e o Palácio das Necessidades (Rampa das Necessidades, 6) e de segunda a sábado serve almoços e jantares, com hipótese às sextas e sábados de poder ficar até às 2, bebendo mais um copo e tertuliando.
O espaço é muito aconchegante, o pessoal simpático e pelas paredes, a surpresa que não desvendo para ser saboreada pelos visitantes.
AlCântaro, um espaço de encontro com o melhor que os portugueses têm!
Fotografias de Ana Isabel Carvalho, a quem agradeço a gentileza da partilha.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Aldrabas e Batentes no Café Portugal










A jornalista Sara Pelicano realizou a entrevista, transformada no artigo que se partilha, desde o Café Portugal, onde o nosso património é bem divulgado e promovido.

http://www.cafeportugal.net/pages/iniciativa_artigo.aspx?id=1661

Com gratidão pelo olhar da Sara, sugerimos que estejam atentos ao Café, dirigido por Rui Dias José, jornalista, professor e conhecido radialista, que levou Portugal até casa dos ouvintes da Antena 1, durante imensos domingos, ao longo de anos e anos, dissecando patrimónios e identidades locais.

Fotografias de Luís Filipe Maçarico (Aldraba de Almada; Batente em forma de aldraba de Alpedrinha; Batente em forma de argola, de Alvaiázere e Batentes em forma de mão de Aljezur.)

domingo, fevereiro 07, 2010

Partilharei sempre o que é belo contra o ódio e o medo


Recentemente recebi de novo um mail intitulado a Religião da Paz, que vomita ódio ao Islão.
Respondi às diversas pessoas que mo repassaram, desta maneira:

"Já recebi este mail um milhão de vezes.
Preocupa-me muito mais que o sr. Provedor da Justiça mande arquivar dossiers, que juízes dizem ser provas de corrupção e que o sr. Presidente do Supremo não saiba definir se há muita corrupção ou não.
Que muitos se tenham reformado aos 45 e aos 50, com chorudas reformas e sejam ministros, secretários de estado e gestores de empresas.
Que os funcionários públicos não tenham auferido qualquer aumento, depois de terem estado 7 anos a pagar a crise, velha comó Constantino.
Que o presidente da República evite pronunciar-se sobre a situação do País e esteja mergulhado em optimismo e esperança.
Que o primeiro ministro e o ministro das finanças se considerem Messiânicos: ou eles ou o caos.
Que muitos tugas ainda tenham votado neles.
Que a televisão em Portugal seja a merda que é.
Que haja censura nos jornais.
Que tenhamos mais de 500 mil desempregados.
E que haja quem diga que o sucedido no Haiti possa estar relacionado com experiências subterrâneas (explosões) provocadas pelos americano, que mandaram para aquele pobre sítio do Mundo 20 mil marines (porquê? só para ajudar?). Dizem ainda esses que enviaram tal insinuação sob a forma de mail, que o terramoto teve a dimensão de 1755 aqui (que na altura afectou até Marrocos) estranhando que não tenha prejudicado a Rep. Dominicana e Cuba, "apenas" destruíndo brutalmente num raio de 50 km.
Que os EUA tenham levado a paz e a bem aventurança ao Iraque...
Que os mesmos estejam dispostos a aceitar talibans no Afeganistão, desde que estes assinem um papel a dizer que Bin Laden é mau, até poderão concorrer às futuras eleições naquele lugar do Mundo.
Preocupa-me de facto que Portugal esteja lá.
E também que Berlusconi diga que Israel deveria integrar a União Europeia (aí sim, seria assustador, pois é um país que atrai violência em vez de paz e lá ia a União Europeia toda para uma nova, ampliada guerra)
Preocupa-me, sim, que o FMI anseie meter aqui a pata, devido aos corruptos que deixaram Portugal de rastos.
E a lista seria interminável.
Assim como há nazis.
Assim como há maus professores.
Assim como há maus funcionários públicos.
Assim como há maus juízes.
Assim como há maus varredores de ruas...eu não me nivelo por baixo, nem meto tudo no mesmo saco.
Os meus amigos Mabrouk, Salem, Slah e tantos outros, merecem viver como eu com a sua cultura, com o seu Corão, com o seu trabalho, com os seus sonhos. São árabes que respeito. Os árabes não me assustam. Como não me assustam os portugueses, os franceses, os italianos.
Os grupos nazis preocupam, sim.
Os apaniguados do sr. Le Pen, oui!
Os berlusconistas, veramente.
Os arruaceiros em qualquer lugar, sejam meninos bem de pele branca ou filhos de africanos emigrados, romenos, brasileiros, sem ocupação profissional, que matam, assaltam, roubam - esses detesto. Tal como os que fazem da violência o quotidiano, por vezes sem terem uma causa para a sua luta.
A Revolução Francesa teve uma guilhotina.
A República um regicídio.
Mas tudo isso foi o culminar de revoltas, de turbulências decorrentes de grande sofrimento dos mais desfavorecidos.
É incompreensível muita coisa actual.
Também é verdade que este Mundo está podre.
Mas eu não meto tudo no mesmo saco e hoje tive paciência para comentar, julgo que com delicadeza e elevação, porque apesar de tudo, a vida merece este olhar, mesmo que haja obstáculos, perdas, doenças.
Não quero viver com terrores, para isso basta o telejornal. Com os amigos, os verdadeiros, partilharei sempre o que é belo."

"O homem pode viver sem ciência e até sem pão. Não pode prescindir da beleza." (Dostoievsky, citado ontem pelo padre que celebrou a missa na Igreja de S, Isabel, durante as cerimónias fúnebres em honra de Rosa Lobato Faria).

Texto e imagem de LFM

sábado, fevereiro 06, 2010

A Aldraba na Sociedade de Língua Portuguesa



Realizou-se no passado dia 3 de Fevereiro, na Sociedade de Língua Portuguesa, presidida pela Dr.ª Elsa Rodrigues dos Santos, mais uma sessão de divulgação do Caderno Temático da Aldraba, com a presença do presidente da direcção daquela associação do Espaço e Património Popular, Eng.º José Alberto Franco e de Luís Filipe Maçarico, que escreveu o livro.

Na sua intervenção, LFM abordou a distinção entre aldrabas e batentes, batentes zoomórficos e antropomórficos, a Simbologia da Mão e de alguns batentes. Histórias destes artefactos enquanto objectos biográficos, a aldraba na literatura, tradições, usos e costumes no Norte de África, Europa e América Latina (Argentina), Patrimonialização na Tunísia, trabalho científico em torno deste utensílio, contributos da Etnografia Portuguesa de do Jornalismo, o roteiro das aldrabas de Montemor-o-Novo, o museu vivo, a ameaça das imobiliárias e a desatenção dos municípios e a vergonha do património, estratégias identitárias para a prservação e o desenvolvimento local.



Após a intervenção do autor, a Dra Elsa afirmou: "Depois desta exposição interessante, até já me apetecia comprar aldrabas para pôr na porta."
Seguidamente,o Dr. Adalberto Alves comentou: "É um património discreto, porque as coisas humildes, normalmente são discretas. É um património com muito interesse. Em Beja, na Rua da Mouraria, tenho a casa toda com aldrabas. A par do problema da madeira das portas...já existem portas com alumínio lacado. Os Polis, esses fundos deviam ser aplicados para estar à disposição para fazer a substituição das portas e ferragens.
Quanto à palavra, Também se pode dizer aldrava. Deu origem a vários derivados.Do ponto de vista da homofonia confunde-se muitas vezes a aldraba com o aldrabão. Aldraba - bater à porta com a aldraba e aldrabar. Aldrabão - aldraba grande ou vigarista. Aldrabeiro - fabricante de aldrabas.
A palavra devia ser Adaba. Sem dúvida que os árabes diziam adaba... O termo deve ter tido um tratamento cultista (erudito) passou para os dicionários não do ponto de vista fonético mas da escrita. Este fenómeno existe noutras palavras, como aldeia.
Detectei mais de 20 mil palavras de origem árabe. Derivado do factor da dicionarística medieval. Foi feita uma transformação sistemática passado o árabe a travestido do latim.
Aldraba é fenómeno muito comum trocar o bê pelo vê...



Eng.ºJoão Coelho, presidente do Conselho Fiscal da Aldraba, disse que "temos de conciliar o moderno com o antigo. O preço das portas é proibitivo. Há que conciliar nos centros históricos a questão do património, pois quando uma porta surge com alumínio, o conjunto perde todo.
Margarida Alves lembrou uma viagem que fez a Rio d'Onor "Enquanto do lado espanhol se apoiava a recuperação, do lado português exigia-se a traça antiga, sem apoiar.
Eng.º António Carlota Branco: "As pessoas ou não têm formação, ou não têm poder económico."
Dr.ªMaria Eugénia Gomes: "No sistema de ensino...havia aí muita coisa a fazer e dar a conhecer aos jovens aquilo que é distinto das aldeias...
Sou tesoureira da Associação e quando fui abrir a conta no banco, pensavam que era uma empresa de cobrança de dívidas..."

Notícia e Recolha de Depoimentos Luís Filipe Maçarico; Fotografias: Margarida Alves.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Fonte da Fome


António Salvado Mota, na sua Monografia de Alpedrinha, fala das virtudes digestivas desta fonte (pp. 306-307)
Entretanto, uma lenda popular afirma que quem bebe água desta fonte, casa por tão lindas paragens, ou regressa sempre à bela vila da Beira Baixa, que a Marquesa de Alorna rebaptizou de Sintra da Beira...
Eu bebi desta água muitas vezes...mas não foi só por isso que voltei vezes sem conta e aprecio tanto aquela terra...
As pessoas são a essência de um lugar, além da paisagem. E eu sempre soube partilhar, com os mais velhos e os mais novos, o meu interesse por este lugar mágico.
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)
Nota: Esta imagem da fonte e uma referência à tradição aqui recapitulada apareceu já neste blogue...aqui se relembra:
http://aguasdosul.blogspot.com/2009/06/alpedrinha-terra-da-poesia.html

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Se eu morrer de manhã


Poema distribuído esta tarde na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, pela família de Rosa Lobato Faria.
Clique em cima do texto para ler.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Rosa Lobato de Faria e a Lua Misteriosa


Conheci-a primeiro através da Esmeralda Veloso, que falava dela com muita admiração e diz magistralmente a sua poesia.
Depois, foi tempo de conhecer o ser humano: uma senhora adorável, divertida, sensível e que gostava de coisas belas como a lua, grande, vermelha daquela noite em que regressávamos da Arruda dos Vinhos, onde analisámos os trabalhos concorrentes ao prémio Irene Lisboa, porque éramos júris.
No carro, ela olhou para o céu e disse-me "Está uma lua como no desenho que fez ". Eu pintara aquela lua com vinho sobre uma terra castanha de café (que eu aprendera a fazer com Bual, que por seu turno aprendera com Stuart) numa toalha de papel.
Voltámos à terra da autora de "Solidão" e "Uma Mão Cheia de Nada e Outra de Coisa Nenhuma", para dizermos Poesia. Era Abril e ela levou um cravo vermelho ao peito e disse poemas como quem celebra a Vida.
Era uma mulher muito bonita e suave.
Estivemos ainda em Alpedrinha, num Outono de boa memória, com o calor de uma lareira, nas instalações do Centro Paroquial, onde o encontro se efectuou, à volta das suas palavras, deliciando os inúmeros alpetrinienses que quiseram escutar e falar com aquela senhora elegante e educada, que só conheciam da televisão.
Excedeu as expectativas, pois era espontânea, bem humorada e ternurenta.
Há meses enviei-lhe "Cadernos de Areia". Sei que se terá comovido com o gesto, falaram-me do brilho nos seus olhos, de algum bem estar que a minha lembrança lhe deu. Telefonei-lhe perto do Natal. A voz era frágil, agradecendo a afectividade da minha fala.
Esta noite, as televisões deram a notícia triste. Rosa Lobato de Faria está agora mais perto daquela lua que a surpreendera, tão igual à do desenho que eu esboçara com tinta permanente preta e vinho: grande, rubra, misteriosa. E a actriz - escritora a surpreender-me, quando após revelar-lhe que tinha uma imagem diferente dela, respondeu: "Pois é, eu faço aqueles papéis de mulher tonta e frívola e depois pensam que sou assim!"
Até sempre, Rosinha!

Luís Filipe Maçarico

Nuno Pires e o seu olhar sobre o património imperceptivel de Asilah






Acabei de receber, desde Marrocos, estas imagens, enviadas pelo meu amigo Nuno Pires, que conheci há alguns anos em casa da sua tia Maria dos Anjos. O Nuno é natural de Póvoa de Atalaia, a terra natal de Eugénio de Andrade. Trabalhador aplicado, depois de ter sido um estudante atento, o Nuno foi convidado a desempenhar funções numa terra de além-mar que já foi portuguesa. Nas horas vagas, fotografou batentes de porta, que apresentam formas diversas e ainda se encontram nas portas da zona histórica.
Este blogue fica aberto à colaboração deste beirão, que procura descobrir a essência do Norte de África, nomeadamente a culinária, que já o cativou.

"Bom dia caro Luís,

Numa pequena incursão pelo forte português de Asilah, ou medina como lhe queiram chamar, encontrei estes exemplares de batentes, a visita foi rápida e não houve muito tempo para ver bem todo o forte, ficam aqui algumas fotos by: telefone que retirei; também deixo a promessa de retirar mais, encontrei o grandes vestígios portugueses em que um deles é o forte mas também registo de vários encontros culturais com portugueses, com rastos de pinturas nas paredes e com presença de políticos(em registo fotográfico) de Mário Soares com o rei de Marrocos.
Aguardo a sua visita, para se deslumbrar com Asilah que acho que vai gostar imenso."

Texto introdutório: Luís Filipe Maçarico; Fotografias e texto: Nuno Pires (correspondente do Águas do Sul em Arzila/Asilah (Marrocos)

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Em 2010, vai nascer o Museu da Música de Alpedrinha













Monia Roxo é a presidente da Liga dos Amigos de Alpedrinha. A direcção actual da Liga teve a sorte de receber, graças a Dona Gracinha Correia - Maria da Graça Correia (antiga presidente daquela instituição, senhora que tem o seu nome numa rua da vila e já fez 90 anos de idade), a doação de uma casa de músicos e compositores (a família Osório de Azevedo), que será o futuro Museu da Música daquela terra.
A donatária, será a directora do Museu, coadjuvada por Francisco Roxo.
A Comissão Científica integra nomes importantes, em termos nacionais e regionais, como a Catedrática da Universidade da Beira Interior, Professora Dr.ª Antonieta Garcia, o Dr. Paulo Fernandes, actual Vice-Presidente da Câmara Municipal do Fundão e o director do Jornal do Fundão Dr. Fernando Paulouro Neves, entre outros.
No passado domingo, após a Assembleia Geral da Liga, associados e dirigentes daquela instituição deslocaram-se ao futuro Museu, apreciando o espaço e o espólio que ali será exposto, no âmbito desse novo projecto.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)


Assembleia Geral da Liga dos Amigos de Alpedrinha





Realizou-se na tarde do passado domingo dia 31 de Janeiro uma Assembleia Geral da Liga dos Amigos de Alpedrinha, que tive a honra de dirigir, acompanhado pelos amigos Francisco Roxo e Eduardo Serra.
A presidente da direcção Professora Monia Roxo apresentou aos associados o relatório e contas de 2009, o plano e orçamento para 2010, o primeiro com aplauso dos presentes e louvor pelo trabalho efectuado, imenso e sem grandes apoios, ambos aprovados por unanimidade.
Foi ainda divulgado o projecto base para um novo museu, decorrente da doação à Liga, da casa Osório de Azevedo, família de músicos e compositores, cujo espólio constitui notável acervo para esse futuro espaço museológico,onde a par da música erudita haverá lugar para celebrar o adufe, as filarmónicas que existiram na vila e os bailes da inspecção, entre outras evocações.
A doação foi aprovada em Assembleia extraordinária efectuada em 6 de Dezembro passado.
Parabéns à Liga e à sua direcção pelo trabalho exemplar.
Texto e fotos Luís Filipe Maçarico