"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, outubro 31, 2009

Tejo


O rio está perto da minha rua. Descendo uma travessa e chegando a uma avenida, é já ali, como se diz no Alentejo.
Cheguei há pouco de Mértola, de mais um fim de semana de aulas.
Na quinta à noite, o Zé Alberto, a Maria Eugénia, o Zé, a Dina e o Hélder, brindaram-me com a sua amizade, à hora em que nasci. Fomos aos "Duques", comemos bem e encontrámos a Graça, o Vítor e o Pedrinho.
No final, o sr. Mário ofereceu-me uma coisa que um dia destes mostrarei.
Dia 29 celebrei estas quase seis décadas, sonhando, respirando, trabalhando ao pé do Tejo.
Partilho mais uma vez. Para vocês também se deliciarem. Como se fosse uma fatia do meu bolo de anos...
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)

quinta-feira, outubro 29, 2009

Publicidade








A minha avó paterna, que me criou, costumava dizer que "a água tudo lava, só não lava é a má língua..." Havia nesse tempo uma canção em que o cantor berrava "Tudo passa, tudo passará!!!"

Vem isto a propósito destas imagens recolhidas à beira-Tejo, enquanto esperava um grupo de colegas com quem fui almoçar (organização delas, diga-se de passagem), na Portugália do Rio, que todos os anos, desde que preenchi um questionário sobre o célebre bife da Portugália, me convida para festejar o aniversário, com oferta de bolo para todos (estava uma delícia, sim porque a Fátima deixou-me saborear uma fatia, hummmmm) e almoço grátis para o aniversariante.

A iniciativa é tão simpática que, nos novecentos e setenta posts deste blogue, deve ser a primeira vez que faço publicidade...

Faltou só uma mensagem, por mais simples que fosse, de alguém que está longe e deixou de se importar comigo, apesar de eu lhe ter provado muitas vezes quão importante era para mim e de lhe ter escrito poemas, com um amor que já não há, nem no Mundo, nem agora dentro de mim. Custa-me, confesso, não ser correspondido. No entanto, sei isso há bastante tempo, porque as palavras, quando são ditas por pessoas que não têm palavra, valem o que valem...

Mas voltemos a quem me quer bem no quotidiano...
Aqui ficam imagens da tarde maravilhosa que estas pessoas muito bonitas me proporcionaram.
Um abraço de carinho e amizade a todos!
Bem Hajam!

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

Cinquenta e Sete


Em miúdo, ia a pé até ao Castelo ou Alfama, livre como a pardalada, que timidamente procura tesouros no mesmo território onde os pombos abundam e dominam.
No mundo dos adultos, recusei-me sempre a ser um daqueles seres enfatuados e empaturrados de regras. Em Lisboa passei meia década de vida, desde que naquele dia 29 em Évora, fui despejado este mundo, sem poder voltar atrás, pois como Gedeão escreveu na Fala do Homem Nascido, "Eu nem sequer fui ouvido no acto em que nasci!"
Continuo a ser o Luís Pássaro, mas o peso dos anos insiste em deixar marca. À beira de completar 57 anos de vida, as restrições que as maleitas do envelhecimento provocam, fizeram-se sentir, coartando a minha vontade de voar. Insisto. Não sei quanto tempo mais durarei, todavia vou lutar sempre com todas as forças que conseguir reunir, para continuar desalinhado.
Ocorre-me citar um grande poeta esquecido, Armindo Rodrigues: "Juro nunca me render!"
Vivi como Ary definiu: "Serei tudo o que quiserem, Poeta castrado, NÃO!"
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)

quarta-feira, outubro 28, 2009

Pôr do Sol em Lisboa






Lisboa tem, como todas as cidades, perspectivas, características, espaços encantadores, que a definem como um território único (o património identitário).
Esta tarde, descendo a Rua Augusto Rosa e depois a Costa do Castelo e São Cristóvão e São Lourenço, deparou - se -me um pôr do sol mágico, que partilho. Para atenuar as coisas menos boas que Lisboa (e a vida) tem...
Luís Filipe Maçarico (texto e imagens)

Pátio do Tijolo






Até ao início de Novembro, é possível desfrutar uma paisagem muito envolvente, a partir de um miradouro-esplanada, que está a funcionar no Pátio do Tijolo, onde durante várias décadas esteve sediada a Caixa de Previdência dos Trabalhadores da CML.
Lisboa espreguiça-se diante dessa varanda, onde se desenrola a beleza de cada tarde, com música suave e a passarada em coro, a saltitar de ramo em ramo, onde até uma palmeira se despenteia diante do Tejo, tecendo deslumbres, na cor melada do entardecer...
Lisboa também tem este alimento para o espírito.
No entanto, em breve, este espaço ficará inacessível à populaça e dará lugar a um hotel de charme. Certos políticos (dos partidos alternadeiros) enchem a boca com esta espécie de descoberta da pólvora. Desfazem-se do património público, e em vez de continuarmos a ter a esplanada, um palácio para exposições e o miradouro, situados num local privilegiado, eis que num abrir e fechar de olhos, há mais dinheiro fresco nos cofres municipais, em troca de um liliputiano mónaco para endinheirados.
Luís Filipe Maçarico (texto e imagens)

terça-feira, outubro 27, 2009

Tesouros do Património Desprezados






A incultura, a ignorância e o desprezo pelo passado, de uma parte dos cidadãos e dos responsáveis autárquicos, produzem aberrações, ao invés dos belos postigos e gradeamentos de ferro forjado que resistem em algumas artérias. Das belas mãos ferro para bater à porta. Dos anjos moldados para embelezar e guardar janelas (e habitações) dos males do Mundo. Dos prédios pombalinos, que o abandono invade...
Lisboa tem ainda alguns destes materiais, mas há ruas completamente arrasadas, saqueadas, onde só encontramos portas de alumínio anodizado, de um brilho que agride, de um vazio que fere. Como é possível, ao contrário do que foi feito em Faro e Loulé, deixarem o centro da cidade descaracterizar-se, perder uma identidade forte, permitirem que jóias de arte, oriundas de forjas extintas tivessem sido retiradas e no seu lugar surgirem portas de vidro e alumínio abomináveis?
Um exemplo: a porta do prédio onde nasceu Fernando Pessoa!
Lisboa - que tenho percorrido num escasso período de férias, que vai coincidir com o meu 57º aniversário - entristece-me, pela falta de atenção das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal, relativamente ao património imperceptível.
Tínhamos tesouros únicos nas portas. Um dia destes acordamos e as entradas dos prédios estão todas forradas de alumínio de todas as cores, vomitando mau gosto.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

segunda-feira, outubro 26, 2009

Feira Popular de Lisboa




Gerações de portugueses fruíram horas de lazer nos carrocéis, na grande roda, na montanha russa, nos carrinhos de choque, no comboio do terror, na sala dos espelhos, na ciganita Dora, que lia a sina e nos restaurantes, que privilegiavam o frango e a sardinha assada.
O que resta desse território mágico da infância é uma dilacerante ruína. No lugar onde algum dia fomos felizes, habita agora um desmedido vazio...
O antepenúltmo presidente da Câmara Municipal de Lisboa acabou com aquele espaço e desde então ninguém mais idealizou devolver ao povo de Lisboa o Luna Parque de Entrecampos.
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

domingo, outubro 25, 2009

João Manuel Santos Costa


Após ter redigido o anterior post sobre a Póvoa, mal entrei no Facebook, recebi on line a notícia do falecimento de mais um amigo - João Manuel Santos Costa deixou-nos esta madrugada.
Quando o Dr. João Costa era Presidente da direcção da Liga dos Amigos de Alpedrinha, travámos conhecimento e mais tarde, em 1996, fomos a Poitiers apresentar uma edição, patrocinada pela Escola Profissional do Fundão do livro "Os Pastores do Sol".
Ao longo de décadas este homem interveio na vida associativa, cultural e política da "Sintra da Beira" e da região, pois foi Presidente da Assembleia Municipal e Vereador da Câmara Municipal do Fundão, além de presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha.
Era um prazer conversar com ele e ir de boleia até à sede do concelho, no seu fabuloso Diane.
Destaco, de entre as memórias que me deixou, aquele dia chuvoso em que pegou ao colo na Cristina Martins, que tinha cegado uns tempos antes, para ela não perder pitada de um passeio, em redor da Gardunha e da ribeira de Alpreade, em Castelo Novo, que nos proporcionara.
Nesta hora penosa, deixo um caloroso abraço nas pessoas da esposa e dos filhos e também dos amigos, como o Eduardo Serra, a quem João Costa faz muita falta.
Bem Haja, por tudo o que fez de bem nesta Terra!

Póvoa de Atalaia, Eugénio de Andrade e Orlando Ribeiro












Em finais de Setembro, passei brevemente pela terra natal do poeta Eugénio de Andrade.
Terminava a última festa de verão das gentes da Gardunha e a luz deixava em tudo tonalidades de mel, que a lira do autor de "Branco no Branco"certamente absorveu.
Perto de Alpedrinha, Póvoa de Atalaia é uma das trinta e tal freguesias do concelho do Fundão.
Orlando Ribeiro escreveu que as terras da Póvoa apresentavam características do Portugal Mediterrânico.
Olhando para as velhas, que se aninham nos cantos, em conversas, ou respirando o silêncio, verificamos que aqueles chapéus, coroando cabelos de neve e vestes de negro, lembram os chapéus que as ceifeiras alentejanas usavam.
A Gardunha é uma mãe, como todas as serras. Da Póvoa vê-se a montanha, onde as amoras me tentaram. Eugénio homenageou-as desta forma:

As Amoras

O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")

Texto e fotografias: Luís Filipe Maçarico

quarta-feira, outubro 21, 2009

Vanda Oliveira: Um Beijo de Amizade





Tenho a sorte de a ter como amiga. É uma das mulheres mais ternas que conheço. Bonita, jovem, traquinas, tímida, discreta e leal.
A Vanda é tão maravilhosa colega de tarefas profissionais, quanto fraterna confidente de cumplicidades risonhas.
Conheço-a há década e meia, mas verdadeiramente somente a partir da viragem do milénio, circunstâncias laborais proporcionaram, que ficássemos, durante anos, nas mesmas salas, trabalhando em equipa.

É de um companheirismo notável, com uma serenidade e uma ponderação que pede meças.
Devo-lhe este blogue, pois é uma das madrinhas.
O primeiro telemóvel, a primeira máquina digital, o primeiro portátil, chegaram às minhas mãos com a sua intervenção.

Com ela escrevi um conto premiado pela "Alma Alentejana", tendo a inspiração sido colhida numa noite inesquecível de Verão em S. Cristóvão, Montemor-o-Novo.
Estivemos em Loulé e no Solar dos Javalis, na Cortelha, confraternizando com amigos.
Integrou a primeira equipa do Conselho Fiscal da Aldraba, associação da qual foi um dos 80 fundadores.

Socióloga, escreveu para a revista desta instituição sobre os Fofos de Belas, e antes, participou em equipas de recolha patrimonial em 3 freguesias de Loures e numa Jornada de Cultura Saloia, além de ter ajudado a inventariar aldrabas e batentes dos Olivais Velhos. Escreveu artigos sobre esses utensílios, preparou power point (com Leonel Costa) apresentado nas Jornadas Culturais da Freguesia dos Olivais.

Esteve comigo na apresentação da minha tese de mestrado.
E há dias fomos ao Coliseu saboerear o Projecto Amália.
É, sublinho, uma das pessoas que mais amo.
Tem estado sempre perto, até quando as lágrimas bailam nos meus olhos, pela tristeza que alguns seres, pelo seu comportamento desconcertante provocam na nossa alma.
Tem estado nos jantares dos aniversários, teclamos muito no msn...é uma pessoa presente.

Hoje é um dos dias mais decisivos da sua jovem existência.
Estou com ela, para sempre, acreditando que vai vencer, porque é uma pessoa cheia de força e de vontade de viver.

Uma manhã destas vamos voltar a rir do desconcerto do Mundo, mas até lá, todas as energias positivas do cosmos estão em redor da Vanda, através de uma forte roda de amigos, que pensa nela, com carinho, desejando-a feliz na sua caminhada futura e no coração dos melhores gestos e sentimentos, desta passagem tão cheia de obstáculos e de heroísmos.

Para mim, a Vanda é, neste momento o Herói que mais admiro, pela coragem e pela vontade de viver, demonstrados nos bons e nos instantes menos luminosos. Por isso, tomo a liberdade de lhe dar este beijo de amizade.
Retribuo a sua mensagem de há horas, reenviando aqueles "beijos de esperança". Com toda a esperança desta vida.

Luís Filipe Maçarico (texto)
Fotos de LFM e Mário Sousa.

terça-feira, outubro 20, 2009

PARABÉNS, MANÉ!


Conheço-o há muito tempo. É um lutador, um criativo, um sonhador. Merece destaque nestas águas do sul.
Descreveu como ninguém a essência do seu bairro de infância - a Musgueira. Os textos foram publicados na revista da Aldraba.
Hoje faz anos. E a forma que encontrei de homenagear este irmão que a vida me deu, foi partilhar um pedaço da sua escrita:


PASSARINHEIRO

Senhor Alfredo, passarinheiro, de média estatura com umas bochechas rosadas das horas passadas ao vento e ao sol, na busca de um pássaro raro ou em apuros que pudesse acolher na sua gaiola gigante. Vestido de fato-macaco azul, quase sempre igual, em suspensórios, com bolsos grandes e abertos utilizados para guardar apetrechos do oficio e da paixão, ao qual tinha que estar sempre pronto, no caso de ser necessário fazer uma intervenção cirúrgica para salvar a vida de um passarinho. Não sei qual era a sua profissão, mas o amor que tinha pelos pássaros podia trabalhar no zoo. Tentava descobrir pelos utensílios, que levava e trazia do trabalho mas as suas botas pretas de biqueira de aço enganavam com excrementos de pássaro, parecendo mais tinta de caiar os muros.

Solteiro e muito bom homem dedicava mais tempo aos seus animais que à família e a si mesmo, por vezes perguntava-me, como seria a sua casa?

Será que tinha cama ou um ninho?

Será que tinha pratos para comer ou tigelas?

De certeza que não tinha banheira, para além de serem muito raras neste local também afogava os pássaros.

Tanto amor, dedicação, espaço e vontade de ocupar o tempo a tratar dos seus bichinhos evitando, talvez assim, pensar na pobreza e nas dificuldades. Não sei se o Sr. Alfredo conseguiria ser tão feliz com uma mulher, pois essa tirava-lhe algum do tempo que ele dedicava aos seus filhotes, não consigo velo de outra maneira, feliz e a cantar imitando os coloridos.

Seria eu também um especialista, se conseguisse falar de todas as raças de pássaros que ele tinha na traseira da sua casa, telhado, janela e até mesmo no interior, que mais parecia uma grande capoeira. Certo que tirava um pouco da estética ao bairro, já um pouco entrelaçado de cores, mas era bonito ouvi-los cantar e ver o sorriso dele ao tentar explicar e ensinar os mais curiosos, sobre uma ou outra melodia, cores de penas, bicos, machos e fêmeas.

O Sr. Alfredo tinha uma regra precisa e muito simples. Havia certos pássaros na sua gigante gaiola que nunca se iria desfazer deles, pois o cantar desses já tinha conquistado o lugar mais vazio da casa.

Era incrível como conseguia falar com eles, lógico que a resposta era sempre a cantar, talvez por isso, os problemas não existiam para ele.

Só um problema com os seus pássaros é que destronava a sua disposição, raramente vi-o chateado com o trabalho, mesmo não sabendo o que fazia, não posso esquecer a melodia dos seus pássaros assim como o seu grande sorriso.

03/2/2005

Manuel José Graça da Silva
Fotografia de Ana Fonseca (também de parabéns pelo aniversário do seu maior tesouro - o Nuno Mathiotte, seu filho)

domingo, outubro 18, 2009

Emoções


A vida é feita de alegrias e revezes.
A semana que passou foi extremamente rica em emoções.
Fui ao Teatro S. Luís ver João Perry e Lia Gama à frente de um grande elenco, onde também aparece Mariema - "Seis Personagens à Procura de Um Autor", de Luigi Pirandello.
Como escrevi ontem, voltei a Mértola, às aulas e ao convívio. Mas também fui à Sociedade de Geografia de Lisboa, participar na homenagem a Rocha Peixoto, apresentando uma comunicação.
E fui fazer análises ao sangue e aos olhos. Fui ao médico. E continuei o meu desempenho profissional.
Entretanto, preparo um novo livro. Por enquanto é segredo.
Pois é, continuo a viver o dia a dia, como se não tivesse a idade que o BI anuncia.
Amanhã é sempre outro dia. A esperança e o sonho são companhias eternas.
(dedico este post à minha amiga Vanda Oliveira, desejando uma enorme vitória)

Luís Filipe Maçarico (texto) Mena Brito (fotografia - Porto, início dos anos 90)

sábado, outubro 17, 2009

Terceiro Semestre




Todos os fins de semana, entre Outubro de 2008 e Setembro de 2009, calcurreei as ruelas de Mértola, buscando mais conhecimento e a camaradagem dos colegas de turma do Mestrado "Portugal Islâmico e o Mediterrâneo".
Voltámos na semana passada e esta sexta e sábado continuámos. Jantámos e almoçámos no "Tamuge" (eu agora só como dieta - peixe e hortaliças) e estive na esplanada do "Lancelote Bar" (bebendo água) cumprindo um ritual delicioso.
Sexta feira 9 e sábado 10 escutámos Juan Zozaya, ontem e hoje, foi a vez de Claire Deleury.
Vou ter saudades destes dias. Aliás, já tenho do Outono, Inverno, Primavera e Verão passados.
O tempo só não voa quando temos a alma ferida...
Começámos há pouco o 3º Semestre e vou continuar a lutar com os meus sonhos, mantendo a média de 16 que tive nas cadeiras do primeiro ano.
A hérnia discal e os diabetes (desceram de 440 para 122, graças ao fruto do Imbondeiro e ao medicamento receitado pelo meu médico) é que vieram complicar a caminhada semanal.
Mas também hei-de vencer essa luta e voltar a ter algum equilíbrio nos meus dias. Até morrer hei-de lutar sempre por um mundo melhor e pelo bem estar que (nos) falta!
Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

terça-feira, outubro 13, 2009

Mário Elias



As suas gargalhadas irrompem pelas ruas de Mértola, em certos dias. Noutros, a filosofia é evidenciada na conversa lúcida e diversa, fruto de muita sabedoria.
Um dia destes, soube pelo próprio que havia nova publicação, ainda a cheirar à tinta da impressão.
Como eu não tinha momentaneamente possibilidade de comprar a obra, o Mário Elias autografou o seu novo livro e ofereceu-me, dizendo: "sempre me deste os teus livros, agora é a minha vez!" E fez um auto retrato que é uma delícia.
Há gente assim, na nossa terra, gente que deambula, vagabundeia, calcurreia espaços, como as abelhas, de flor em flor, trazendo-nos depois o mel da vida num gesto.
Mário Elias é um desses casos.
Não podia deixar de partilhar o génio deste Mestre da aguarela, que espalhou a sua arte pela vila onde nasceu e percorre todos os dias, trazendo sempre uma nova perspectiva para falar da vida, essa fantástica aventura, este permanente desafio!
Luís Filipe Maçarico

domingo, outubro 11, 2009

Portugal 2009






Portugal parece uma plataforma de comboio abandonada, como as imagens documentam (recolhidas na Funcheira em Julho).
Quem anda por esse país fora, através das linhas ferroviárias, encontra inúmeras estações maltratadas, uma desertificação insuportável, por via do envelhecimento das populações.
Olhando para as últimas eleições legislativas e autárquicas, encontramos um povo adormecido, em perigosa modorra, que raramente ousa a ruptura. Assim, não saímos do pântano...
Os partidos alternadeiros vão-se revezando. E o comodismo vai fazendo o seu ninho.
A Juventude faz falta nos projectos do futuro, há que dar lugar aos mais novos, é preciso que eles tragam propostas adequadas aos novos tempos. É preciso ouvi-los!
Senão, perdemos o comboio do futuro.
Luís Filipe Maçarico