"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

segunda-feira, agosto 28, 2006

Deolinda Vaz Afonso: Viúva e Filha de Mineiros


Deolinda Vaz Afonso fez 92 anos em Fevereiro. “Criada e nascida aqui. Tenho ido agora a Lisboa desde que os meus filhos lá andam.”

Natural de Moreanes, onde vive, é, como outros idosos, um manancial de recordações. Mas aparte este ou aquele curioso, quem ouve os nossos velhos? Quem quer saber do destino deles?

Vemo-los nos Centros de Dia, nos Centros de Saúde, à soleira da porta ou nos bancos das praças partilhando suspiros e memórias.

Dona Deolinda casou com 25 anos, o marido era de Moreanes. Chamava-se Francisco Leandro Baptista e tinha 27 anos.

“Ele, sabe...tinha 10 anos quando os pais morreram...diferença de 20 dias. A mãe tinha tido uma criança pequenina, ele tinha mais dois irmãos e uma irmã. E ficou a pequenina, quando a mãe morreu, com uma tia deles que tomou a posse. Eles foram para casa da avó da parte da mãe. E depois, nessa altura morreu um tio que tinha 3 filhos e juntaram-se todos na casa da avó. A avó era uma mulher muito forte. Com uma cuba à cabeça muito pesada ela ia ao poço. Punha-se conversando e com a cuba à cabeça...

Todas as pessoas de idade avançada, como a nossa interlocutora, ficam com outro brilho no olhar, quando reencontram o tempo em que foram novas e felizes, através da boa companhia das lembranças luminosas.

Deolinda solta uma risada:

“Ê cheguei a levantar-me da cama quando o mê pai estava na contramina. E ele ia-me a levar aos bailes à luz do gasómetro. Ê gostava muito de bailes. O mê marido não gostava, mas bailava eu. Nesse tempo lá aparecia uma grafonola.”

Deolinda recorda “as comadres e os compadres”...

“Íamos para o campo, fazíamos lá de comer. Mesmo que eles não estivessem, lá fazíamos.”

Recordam-se versos que se improvisavam, com o mote:

“Um raminho, dois raminhos”

Através desse versejar um rapaz declarava-se e na resposta a rapariga, dava a entender se aceitava ou não aquele homem como namorado.

Vizinho de ti Deolinda, José Rodrigues lembra-se de um dia um homem apaixonado ter-se declarado desta maneira:

“Um copinho, dois copinhos

três copinhos de aguardente

um beijo duma alentejana

faz andar um homem quente!”

Tendo assistido à recitação, logo o pai da rapariga entrou peremptório na desgarrada:

“Um copinho, dois copinhos

um copinho de licor

levas um murro nos cornos

passa-te logo o calor!”

Deolinda Vaz Afonso evoca um baile em 1934, “com flaita”. O tocador “deixou a flaita e ele não se cansava de dançar.”

Os factos e as épocas revisitam-na...

“Depois o mê marido, como só quem o auxiliava era a avó, admitiram-no na mina, era aguadeiro (aos dez anos). Depois puseram-no onde o pai trabalhava, na forja.”

É da sua memória que saiem outras informações:

“Ê cheguei a ir à máquina de enxofre à noite levar-lhe o comer. Fui muitas noites, íamos a levar o jantar ao sr. Guilherme chefe da Achada” (encarregado)

À residência dos ingleses encarregados da mina chamavam “a ilha”...

Ê saí de casa do Inglês...fui pra lá ainda não tinha feito 20 anos...”

“Esses ainda tinham casas. Os outros trabalhadores, um quarto e fazia-se tudo. Tantos filhos que tinham. Viviam num quarto, era cozinha, quarto e tudo!”

Agoirentos, os ingleses- para valorizarem o seu desempenho- diziam: “Quando vocês virem a mina na mão dos portugueses acaba a mina.”

O rosto muda de feição quando assomam ao espírito imagens tristes do passado...

“Morreu com 80 anos. Não sei que tempo esteve reformado, não me lembro já. A máquina...desmontou a máquina...ao desmontá-la, partiu-lhe a cara toda...”

As memórias são agora mais sombrias:

“O mê pai também teve um desastre na mina. Foi uma pedra de minério, estavam a tentar arrancar o minério de uma pedra ela caiu e partiu-lhe as costelas. Mandaram-no para casa e não o ligaram. Não chegou a uma semana em casa, passando o natal, no outro dia era 26 e morreu.

Fez-se o funeral e não deram uma pensãozinha à minha mãe. A minha irmã foi para Santana a servir. E o sargento como gostava dela, mexeram-se e então foram lá dois médicos desenterrar o meu pai e viram que ele tinha as costelas todas partidas e então tratou-se de dar alguma coisinha à minha mãe, já tinha um mês de estar sepultado.

Ainda conheci médicos que vinham a cavalo nas bestas e vinham a casa das pessoas. Pouca gente ia ao médico.”

Fotografo esta senhora e ela despede-se com um sorriso. Fico com as suas palavras, histórias de uma vida enredada noutras existências, que o sofrimento visitou.

Deolinda é testemunha de um tempo injusto, onde os trabalhadores não podiam viver com dignidade e morriam como se fossem animais de carga.

Há quem diga nas colunas dos jornais e noutras cátedras do desprezo pelo mundo laboral, que não foi bem assim, em nome do rigor científico, etc.

Em nome do Povo, há que guardar esta oralidade, tesouro decente dum vigor que resiste à manipulação mexeruca da cagança televisiva.

Deolinda é nome de papoila que no seu campo de sempre assiste à passagem dos dias e dos seres, até que um dia o sol da alegria a chame, para nunca mais ter a sombra triste por companhia.

Lisboa, 8 de Agosto de 2006

LUÍS FILIPE MAÇARICO: texto e fotografia

Bloqueios

Desde há algum tempo, quando chega o instante crucial de postar imagens no blogue, sou confrontado com a impossibilidade de o fazer, através deste aviso, que transcrevo: "De momento, a página que procura não está disponível. O Web site poderá estar com problemas técnicos ou talvez seja necessário ajustar as definições do browser".
Outra situação comum que se repete ad eternum é esta:
"The web server specified in your URL could not be contacted. Please check your URL or try your request again. This error could have been caused by: Bad / misspelled URL; Following an invalid link;Your network connection and/or transient conditions on the Internet; Load conditions on the web server"...
Eu hoje queria quebrar este cerco repetitivo que anda a dificultar a minha comunicação convosco.
As nuvens que há uma semana vi do comboio, e porque hoje é segunda-feira, e ontem foi tempo de lavar a casa e tentar arrumar coisas, vinham mesmo a calhar para vos exprimir o que sinto.
Restam as palavras. Se o blogger não as evaporar quando tentar publicá-las, o que também já sucedeu algumas vezes.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Festa do Anjo da Guarda em Alpedrinha: Um Bom Argumento para Reencontrar Amigos






Uma vez mais a ancestral festa do Anjo da Guarda realizou-se em Alpedrinha. É sempre no terceiro fim de semana de Agosto e assemelha-se às romarias de outras localidades, só que esta é das gentes da Sintra da Beira, que estejam onde estiverem acorrem à procissão e ao convívio que se segue no recinto da festa.
Na década de noventa do século passado acompanhei de perto este evento, pois foi tema de um trabalho meu para uma das cadeiras da licenciatura em Antropologia.
Há sempre um bem - estar quando regresso à terra mágica e reencontro pessoas que me são queridas que agora vivem longe, como é o caso da minha amiga Alexandrina, residente em Cambray, com os filhos, mãe e irmãos.
É sempre um prazer estar com o Hugo Caniça, a Maria dos Anjos, a Isaurinha, a Piedade, a Dona Maria Pires, o Nuno e os pais, a Paula Silva e o Paulo Grilo, o Nélson/Zidima Licasi, personagem de "A Talha" de Luigi Pirandello, que lhe ficou colado à pele.
Há uma série de pessoas que são referências como o Carlos Fatela, o Tomás, o Orlando Cacheno, o Manuel Mendes, o Carlos e a Monia, a Dona Luísa Estáquio, a Dona Gracinha Correia, o Raúl Paulo, o Francisco Roxo, o Eduardo Serra, o dr. João Costa, a dona Maria da ginginha e da conversa mais simpáticas.
A festa para mim é a possibilidade de rever e de conviver com amigos de há décadas, que me fazem falta para saber de mim. O Santo é um bom argumento.
(texto e fotos de LFM)
Legendas: O novo palácio do Picadeiro, que durante décadas os alpetrinienses acreditaram poder um dia ver reconstruído, Os Zabumbas desfilando junto da igreja da Misericórdia, a imagem antiga do Anjo da Guarda, dona Maria Pires à porta da Pensão Clara, dona Maria ao balcão da sua tasquinha.
NOTA: E mais não ponho porque o Blogger desde ontem está caótico: apenas consegui publicar textos; hoje de manhã gastei mais de uma hora a preparar este artigo, que tive de reconstituir à tarde, pois perdi todo o trabalho em que me empenhara para partilhar o que de bom usufruí.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Jorge Rua de Carvalho: "Retalhos da Vida Saloia"


Jorge Rua de Carvalho fez oitenta e sete anos e continua a sonhar. Autor de vários livros de poesia e contos, que começou a escrever depois de se reformar, para partilhar memórias únicas, vai apresentar no próximo mês (a 23 ou a 24 de Setembro), durante os festejos do centenário da colectividade "Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes", o seu novo livro "Retalhos da Vida Saloia"
Os textos são belíssimos e o livro constituirá um agradável presente para quem gosta de ler e saber mais.
Parabéns Jorge por mais este intenso pedaço de luz e parabéns à editora que apostou em mais uma edição deste autor, bem como à Maria José que ilustrou as estórias.

quarta-feira, agosto 16, 2006

A Língua do Poder


Não percebo esta gente do Poder. Parece que têm uma arrogante obcessão pela propaganda e debaixo dessa obcessão relativizam tudo: vidas humanas e de animais, espécies protegidas que desaparecem para sempre, haveres irrecuperáveis, porque afectivos e biográficos, arvoredo que não volta a ser o mesmo, sítios que ficam com a nódoa da mágoa matando de tristeza pelo menos os mais velhos.
O ministro responsável pela extinção dos fogos florestais proclamou que o balanço é positivo, pois apesar de se terem verificado mais incêndios do que no ano transacto, a área ardida é menor. Um responsável policial afirmou que a operação stop do último e longo fim de semana teve balanço positivo: 10 mortos (menos 3 que em 2005).
Escutei estas palavras e não queria acreditar. Como é que este país não há-de ser a tragicomédia que é? E se estes senhores estivessem calados, não era melhor?
Para mim, balanço positivo era não ter ardido nada nem ter falecido ninguém.
(imagem gentilmente enviada via net por Pedro Silva)

terça-feira, agosto 15, 2006

Dois Aniversários


Directamente de casa da Ana, com quem faço desde 16 de Agosto de 2005 o blogue APARIÇÃO 69, festejo esta deliciosa ideia que nos nasceu dentro de água, com leitores fiéis e participativos. A orgia anunciada nos posts daquela instituição foi entretanto adiada, devido a uma gastroenterite da minha partenaire.
Entretanto, dia 16 de Agosto é também dia de celebrar o nascimento de alguém que gostava de irreverência e que me ajudou a crescer como pessoa. Obrigado, Artur Bual!
(fotografia de Ana Fonseca)

segunda-feira, agosto 07, 2006

Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores




O fogo chegou às portas de Santarém e ameaçou casas, informava a locutora da Antena 1 em pleno noticiário de ontem, ao fim da tarde.
Governo e jornais andaram "a brincar com o fogo", deitando foguetes à falta de propaganda sobre mais emprego e melhor qualidade de vida para os portugueses, por este ano, com as medidas que Suas Excelências tinham tomado estar previsto que a ordem seria restabelecida durante a época de incêndios. Suas Excelências tinham decretado que este deveria ser o verão em que, depois de muitos anos de inferno, íamos atingir o paraíso.
Como sempre hão-de aguardar até à última para decidir se devem pedir reforços à UE ou se é melhor não chatear as Excelências amigas...
Baseando-me no que ouvi na rádio, há bocado, entre a meia-noite e as 19 e 30 desta segunda feira dia 7 de Agosto de 2006 tinham acontecido mais de 400 incêndios. A culpa, disse alguém, era do vento Leste. Já agora, da União Soviética, do Gonçalvismo e quem sabe se Che Guevara também não terá culpas no cartório...
Ainda hoje os níveis do ozono atingiram limites perigosos para a saúde em várias localidades e ninguém toma medidas para a circulação automóvel, leia-se um dos produtores de poluição, ser controlada.

Entretanto, troncos duma árvore caiem durante um piquenique, em cima de pessoas que fizeram uma longa viagem para a Morte, em Sintra, na frondosa Sintra exaltada por Lord Byron. Hoje mesmo outros troncos de outra árvore na mesma Sintra desabaram sobre um carro, causando estragos.Pergunto-me para que servem certas empresas municipais. Leio no site http://www.parquesdesintra.pt/ptmissao.html que "A Parques de Sintra, Monte da Lua (PSML) foi criada em 2 de Setembro de 2000 (decreto lei 215/2000, de 2 de Setembro), na sequência da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade e dos compromissos assumidos com a gestão integrada da zona: Recuperação, Preservação, Beneficiação, Divulgação do património classificado.
Nesse sentido, constituem objectivos programáticos da Sociedade a salvaguarda e valorização do património natural e edificado à sua guarda, designadamente através de um conjunto de acções de conservação e divulgação que visam dotar o Parque da Pena, o Parque de Monserrate, o Convento dos Capuchos e o Castelo dos Mouros de melhores condições de acolhimento ao público, permitindo a fruição e o conhecimento de um Património Natural e Cultural de excelência."
Passaram quase meia dúzia de anos. As notícias que tenho lido na imprensa acerca desta empresa resumem-se à disputa entre políticos locais para conseguir um lugar na administração da referida empresa. Caiem agora árvores. Ficam muitas interrogações. Quem puder que responda, que eu só pergunto porquê?
E para não dizerem que não falei de flores, lembro aquela canção com letra de Geraldo Vandré, que há muitos anos no Alto da Ajuda, Simone e Chico Buarque de Holanda cantaram com milhares de portugueses, que eu acredito que apesar de tanta lavagem ao cérebro também se interrogue como eu...

"Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer..."

Texto e fotografias (Tapada das Necessidades) de LFM

domingo, agosto 06, 2006

Moita dos Ferreiros: Um Dia Memorável Com Gente Que Ama o Associativismo e o Teatro de Amadores
















Ontem, quase toda a direcção mais a comissão de festas do Centenário do Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes" , encontrou-se na Moita dos Ferreiros, na casa da presidente Lurdes Pinheiro e do José Pedro Pinheiro (anterior tesoureiro, e actual membro da mesa da Assembleia Geral) para partilhar um dia memorável de convívio.
Aparte as deliciosas febras e a boa sardinhada e o belo do tintol, mais a impecável hospitalidade do simpático casal, o que me surpreendeu foi o facto de o Marinho, o Vítor, a dona Fernanda Correia, a Ana Correia, o Carlos, o Júlio, o próprio Zé Pedro e o Flávio saberem de cor diversos papéis da revista que a colectividade estreou este Verão, proporcionando-se uma representação hilariante da qual se dá conta para quem estiver interessado em reinvindicar que estes amigos saiam dos bastidores e pisem também o palco com uma versatilidade que pede meças aos actores que ajudaram a criar as personagens entretanto revisitadas na Moita dos Ferreiros, em casa da Lurdes e do Zé Pedro, entre sardinhas e febras, sangria e passeios ao moinho...
Ficou-me entretanto na lembrança um desabafo do Zé Pinheiro: "Enquanto houver guerras no Mundo não consigo ser totalmente feliz!"
Legendas das fotografias:
Foto 1-Sob um sol tórrido, Marinho e Correia conduzem a tarefa do churrasco;
Foto 2- os anfitriões Lurdes e Zé Pedro Pinheiro, depois de "baptizados" com uma mangueirada do Vítor...
Foto 3- o grupo à entrada da sede das colectividades da Moita dos Ferreiros, um verdadeiro palácio do associativismo local.
Fotos 4 e 5-Flávio e Fernanda, duas gerações, a mesma dedicação à Comunidade.
Fotos 6 e 7- dois instantâneos da ida ao moinho da Moita dos Ferreiros (Ana e Fernanda Correia, muito bem dispostas dançam com Júlio um quadro da revista, que decoraram)
Fotos 8, 9, 10 e 11- aspectos da alucinante representação, que fez rir a bom rir todos os presentes.
Fotos 12, 13 e 14-
Marinho representa uma cena que decorre entre dois quadros da revista "Isto É Que Vai Uma Crise!" Repare-se na mímica deste dirigente dos "Combatentes", habituado a trabalhar nos bastidores, morador nas imediações da colectividade, que cresceu com uma série de amigos que hoje estão na comissão de festas ou são associados. Com eles a colectividade e o teatro podem ter uma boa esperança...
(fotos e textos de LFM)

terça-feira, agosto 01, 2006

ÁGUAS DO SUL NASCEU HÁ DOIS ANOS


No dia 1 de Agosto de 2004 começou esta aventura, com poemas sobre o Alentejo e a Beira Baixa.
As asas permitiram trazer fotografias de diversos sítios, além das ofertas e da digitalização de algumas imagens antigas, que amigos nos ajudaram a aprontar para poder usar aqui, como é o caso desta imagem (LFM:Florença)
As visitas têm sido estimulantes e ainda que poucos comentem, o Águas é visto anualmente por milhares de cibernautas de todo o Mundo.
Hoje, ao assinalar a data, deixo uma palavra de PAZ e de SABEDORIA para os que governam o planeta e o país onde vivemos. É que neste momento não posso deixar de pensar nas imagens que nos bombardeiam em televisões e jornais, acerca dos que sofrem no LÍBANO, IRAQUE e PALESTINA, fugindo ou enfrentando a Morte.
Ficou-me na ideia o que José Rodrigues dos Santos disse no telejornal das oito (que vi enquanto aguardava o enfermeiro Tavares que nas últimas duas semanas tem tratado da unha do dedo grande do meu pé esquerdo, que decidiu entrar pela carne dentro) a propósito de cidadãos libaneses que preferiam morrer nas suas casas em Beirute em vez de mendigar comida e vida nos campos de refugiados.
O meu pensamento vai também, nesta hora, para todos os que em Portugal não têm emprego e como eu já estão nos "entas", vivendo angústias e pesadelos. É com o coração atento a todos os seres humanos que sofrem que assinalo dois anos de intervenção.
E é assim que quero continuar.