"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, julho 31, 2018

Catorze Anos Depois: "Águas do Sul" Continua a Caminhada

No dia 1 de Agosto de 2004, "Águas do Sul" começou com poemas (ainda sem imagens) que falavam do Alentejo.
Catorze anos decorridos, celebro a data com oliveiras da Beira Baixa (Póvoa de Atalaia, a terra natal de Eugénio de Andrade). E afirmo, com gratidão, a todos os que seguem regularmente este blogue, que ele vai prosseguir, ancorado sempre nos ideais de partilha, resistindo ao desconcerto do Mundo com o Sonho. Lutando pela Cultura, pela Fraternidade, pela Justiça.
BEM HAJAM!

Texto e fotografia de Luís Filipe Maçarico

Memórias do PAN 2018 em Morille: 4- Rodrigo Dias Pintou ao Vivo no Arco do Peregrino

Falar de Rodrigo Dias é evidenciar a dádiva da sua Arte, partilhada no início de Julho, com o povo de Vilarelhos e a meio do mês, no Ayuntamiento de Morille (Arco do Peregrino).

Em ambos os casos, o imaginário e a poesia irromperam das pinturas (ao vivo) e tocaram a sensibilidade de um Fernando Fitas ou de um Raúl Vacas, poetas raianos que admiraram os traços e  cores utilizados.

O eterno D. Quijote de la Mancha e a Dulcineia, bem como o Sonhador - mergulhado na Natureza e na festa dos dias intensos e limpos, constituem duas obras, que celebram a Vida e a Memória, a passagem do Tempo pelos caminhos de cada um de nós, presentes ou ausentes deste PÃO, que sacia a fome de Cultura de dois Povos mais próximos, que se dão a conhecer, através de formas variadas e enriquecedoras: música, literatura, escultura, gastronomia (Vivam as cozinheiras de Vilarelhos!!!) celebrando os horizontes desmedidos dos futuros possíveis.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

Memórias do PAN 2018 em Morille: 3 -Três Pilares da Organização

Seria injusto, não evidenciar a qualidade do trabalho de organização do PAN [evento dirigido por Manuel Ambrosio Sánchez Sánchez), no desdobramento Vilarelhos + Morille/ 2018, que pude fruir, como dezenas de outros participantes, uns só em Portugal, outros apenas em Espanha e muitos outros, em ambas as edições deste ano.

Sá Gué foi o coordenador das mesas de apresentações de livros e honra lhe seja feita, pela eficácia e discrição. Este subdirector, a par de Francisco Lopes e Carlos d'Abreu, contribuíram para que os tempos mortos não existissem, face aos objectivos atingidos, nos mais diversos aspectos, que permitiu uma presença e resposta atenta. 
Todos eles escrevem, todos eles têm um enorme interesse pelas questões culturais e pareceram-me estar à altura do desafio.

Quero saudar todos, incluindo o autarca de Morille, perguntando-me como terá sido a primeira edição deste certame...Como diria o poeta "quanto caminho andado"!
Obrigado a todos os que proporcionaram este PÃO de Espantos e Partilhas, tão Gostoso, quanto envolvente!

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

Memórias do PAN 2018 em Morille: 2- Regresso ao Hotel Rural de Mari Carmen em San Pedro de Rozados

Mari Carmen recebeu-me com a fraternidade que a caracteriza. Costuma ser assim, por isso regressei a San Pedro de Rozados…

O Hotel Rural VII Carreras fez dez anos e na noite que cheguei festejava-se, era uma surpresa que a juventude local e também gente mais idosa fizeram à afável proprietária daquele espaço, que é um oásis na paisagem - quase alentejana - da região.

Recomendo a quem se dirija para os lados de Salamanca, embora haja algum constrangimento na estrada de acesso, com obras infindáveis.

O preço (incluindo o pequeno almoço) é acessível, coisa que em Portugal nem sempre se encontra, em termos de qualidade/ preço. "Quieres más tostadas, quieres más café com leche?"pergunta Mari Carmen, que cozinha com talento, embora os hipertensos devam pedir isenção de sal.
Ali se come o melhor leitão estaladiço que alguma vez provei.
Muchas Gracias, Mari Carmen, por su hospitalidad!

[Já dormi algures na raia portuguesa, num quarto (pelo mesmo preço) cuja instalação eléctrica assustava, havendo uma colcha com a N.S. de Fátima, tendo por acólitos gnomos e na parede a menina da lágrima uivava.]

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias - de 2017 e 2018)

Memórias do PAN 2018 em Morille(*) 1- José Figueiras no Cementério de Arte

Pela terceira vez, desde 2015, participei activamente no programa do PAN (*) Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda em Meio Rural.
Depois de ter ido a Vilarelhos (Alfândega da Fé), para apresentar três livros, dois de poesia e um de etnografia, de três amigas e de ter dito poesia, acompanhei Laurinda Figueiras, sua filha Carolina e Nicolau Veríssimo, no Cementério de Arte, concretizando-se o grande sonho da presidente da direcção da Ronda Típica da Meadela, numa singular celebração do fundador daquele grupo e seu pai, José Figueiras.
O ritual arrastou uma pequena multidão [composta por elementos da população local e participantes e organizadores do PAN].
A Imprensa local destacou esta cerimónia, que impressionou, pela marca genuína que Laurinda e Carolina souberam imprimir, sendo os gestos do enterramento sublinhados por salvas, em honra do homenageado, cuja memória já passara por aquela localidade de Salamanca em 2017, quando foi apresentada a obra "Por Feitiço, Por Magia".

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias).

sábado, julho 14, 2018

Uma postura, com escala humana, tendo o Associativismo por lema

Recentemente distinguido como personalidade associativa, o Presidente da Mesa do Congresso da CPCCRD, está de parabéns. 

Conheço o Dr. Francisco Barbosa da Costa há alguns anos, pois quando desempenhava o cargo de conselheiro nacional (um dos onze eleitos por Lisboa, exercido durante dois mandatos) da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, tive o prazer e a honra de com ele partilhar os meus livros de poemas, retribuídos com preciosos volumes dos seus estudos, acerca das colectividades do Porto e da história de Gaia, a sua pequena Pátria.

Escutá-lo, enquanto Presidente da Mesa do Congresso da CPCCRD, exortando os associativistas a darem o melhor de si à Sociedade, criticando os poderes que não entendem o contributo decisivo dessas instituições, para o desenvolvimento e bem estar local, fez parte da minha aprendizagem contínua e de uma mundovisão, em torno destas realidades, ultimamente tão afectadas pelos despejos, pelo "tsunâmico" aumento do egocentrismo, pela continuada e grave ausência de apoios, pela escassez de quadros [envelhecidos] que se vão desdobrando, pela dura vida dos jovens que trabalham, com salários minguados, obrigando-os a procurar segundo emprego - para poderem ter vida familiar, casa própria, etc.
São tantos os engulhos, que uma parte dos associativistas, que se entregam de alma e coração aos seus ideais para melhorar o mundo em que vivemos e tornar o quotidiano menos penoso para quem tem fracos recursos e não tem acesso ao desporto, à cultura e assim pode conviver, crescendo e sonhando uma realidade mais humanizada, podem rever-se nesta distinção. É o meu caso. Com enorme júbilo.
Parabéns Dr. Francisco Barbosa da Costa!

Na sua página Facebook deixei esta mensagem, que agora partilho com todos os leitores deste blogue: 

"Distinção merecida - por uma postura, sempre com escala humana e tendo o Associativismo como lema, para uma existência espiritualmente rica em prol da Comunidade. Uma pessoa assim nos tempos que decorrem começa a rarear. Porque verdadeiramente servindo o seu povo, não abundam os exemplos. Vejo outras coisas menos dignas, que antes supunha solidárias e fraternas. Há quem tenha "orgasmos" mentais (perdoe-me a liberdade de expressão) só por ser presidente de um vão de escada. Forte abraço de estima e admiração."

Luís Filipe Maçarico (texto) Fotografia: Net

sexta-feira, julho 13, 2018

Este País Não é Para Portugueses Velhos...


Em Maio deste ano, num dia em que o Eurofestival fazia transbordar as ruas de Lisboa, com milhares de fans, perdi uma consulta de higiene oral, pois o autocarro - entre o Cais do Sodré e o Marquês de Pombal demorou mais de uma hora, ao contrário das minhas previsões...

Além desse infortúnio - no Terreiro do Paço funcionava um local, para essas pessoas acompanharem em écrans gigantes o evento, assistindo igualmente a espectáculos ao vivo, o que entupia o trânsito - o autocarro [da Carris, cujo motorista estava acompanhado por seguranças da empresa 2045] parou na Avenida da Liberdade, para saírem, entre outros, três idosos aleijados, com muletas...

Eis senão que o motorista fecha a porta e entala um dos velhos, perante o protesto de um negro aflito, que pedia para aquele abrir a porta...
Comentário de um dos tais seguranças (da mesma empresa que no Porto ficou tristemente famosa pela agressão a uma jovem colombiana): "Tem de falar mais baixo...A porta esteve aberta tempo suficiente".

Não se pode ser português, velho e aleijado neste país, onde seguranças dos transportes colectivos das principais cidades- em que escolas adquirem formação?- olham para a "diferença" com uma tão desmedida "humanidade"...

LFM (texto e fotografia)

segunda-feira, julho 09, 2018

Rodrigo Dias pintou ao vivo em Vilarelhos

Rodrigo Dias voltou ao PAN, na primeira versão de Vilarelhos, após a sua exposição em Morille, no ano passado.
Desta vez, o Pintor transmontano pintou ao vivo uma tela, chamando para esta experiência crianças, cujos pais assistiam à sua performance.
A tela ficou marcada pelo tema do Festival de 2018, "Caminhos" e o artista escreveu a frase "O Amor é Redondo", que trouxe certamente do atelier de Artur Bual.
Com uma pintura singular, Rodrigo Dias estava manifestamente feliz pelo envolvimento dos participantes, em torno da sua obra.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

Jantar e Recital de Poesia no belíssimo recinto do Santuário da Senhora dos Anúncios

Trás-os-Montes é fabuloso pelas paisagens únicas que tem e pelas Ermidas que se erguem nos montes mais surpreendentes.
É o caso do Santuário da Senhora dos Anúncios, onde a organização do PAN de Vilarelhos entendeu que seria feita uma confraternização especial, com Poesia, iguarias e vinho.
Mas o cenário ficaria incompleto, se a noite não fosse quente e o horizonte, repleto de trovoada e respectivos trovões.
Momentos assim nas nossas vidas, apenas sucedem excepcionalmente.


Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

"Usos de Antanho" de Laurinda Figueiras, apresentado no PAN de Vilarelhos


"Estou muito orgulhoso por poder apresentar o livro "Usos de Antanho", de Laurinda Figueiras, que traz costumes do Minho até este "reino maravilhoso", onde trabalho e poesia rimam, onde a vida e a natureza ainda se entrelaçam com suavidade.
A sementeira, a desfolhada, a malhada, o caldo, a luz e o silêncio, integram a memória de momentos que não morrem, enquanto existirmos. Parabéns ao editor e à autora."

Luís Filipe Maçarico (texto lido na apresentação do livro "Usos de Antanho", de Laurinda Figueiras, em Vilarelhos e fotografias do evento, também da autoria de LFM)

Maria José Lascas e o livro "O Meu Amor é Árabe" em Vilarelhos

"O livro de Maria José Lascas traz-nos perfumes de jasmim e verbos do Sul, que nos transportam aos odores, cores e gestos de mundos onde a Poesia ganha asas para abarcar "relâmpagos de doçura, arrepios de açucena, beijos de oliveira"

Palavras de minha autoria, introdutórias à apresentação do Livro "O Meu Amor é Árabe", de Maria José Lascas, no PAN de Vilarelhos.

Texto e fotografias de Luís Filipe Maçarico

domingo, julho 08, 2018

Cristina Pombinho apresentou "O Felino Anjo Branco" em Vilarelhos

"Nos seus poemas intemporais [profundos e suaves] Cristina Pombinho fala-nos do tempo das amoras, do desejo, do corpo, da ternura, das flores de Outono, dos anjos, da sede e da água, da lua e dos gatos.
Passaram vinte anos mas a beleza desta voz poética continua a cintilar nos versos que se apresentam numa terra tão mágica quanto humana."

Palavras com as quais introduzi o livro "O Felino Anjo Branco", de Cristina Pombinho, no PAN/Vilarelhos 2018.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

Catorze Cadernos de Viagem à Tunísa Em Exposição no PAN de Vilarelhos

Há muitos anos, o manager de uma galeria de Beja (entretanto afastado) teve a ideia - que não passou disso - de expor cadernos meus (estes) de viagem, onde relato itinerários, menús, conversações acerca dos mais diversos temas, alguns tabú, colando bilhetes, marcas de água, vinho, tabaco e pintando com café, saliva  e chá e escrevendo poemas, tudo reflectindo as 14 viagens de norte a sul, nos oásis e nas praias da ilha de Jerba.
Foi preciso passarem décadas e existir o PAN, fraterno Festival, para finalmente ter tido hipótese de mostrar esta faceta da minha caminhada.
Grato à Organização do PAN/Vilarelhos 2018 e a todos os que visitaram este cantinho.
Além dos cadernos mostrei fotografias de Jorge Cabral e alguns livros de versos meus inspirados nesta temática.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)