"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, junho 23, 2013

NÃO PODEMOS IGNORAR!!!

Inúmeros factos merecem registo, porém, com a espuma dos dias, vão ficando esquecidos, amontoando-se numa arca imaginária, para serem evocados no momento seguinte, que nunca ocorre...
Vem isto a propósito do que tem sucedido na Turquia, na Bulgária, no Brasil...depois da Grécia, do Egipto e de tantos outros territórios, à escala global.
O Capitalismo está perante o dilema, que o provérbio traduz: "Quem com ferros mata, com ferros morre..."
Os recentes acontecimentos em oitenta cidades brasileiras, que levaram à rua um famoso admirador de Pinochet, de seu nome Filipe Scolari, e fizeram, num primeiro momento o Povo desvairar contra os injustos aumentos dos transportes, transformaram-se num terrível sintoma de mal estar, talvez desta globalização, onde a escala humana não existe, o que pode ser aproveitado por quem não tem boas intenções...


Estamos perante acontecimentos, que porventura se tornarão num virar de página da nossa caminhada comum, ou no compasso para um novo retrocesso.
Assistimos e tomamos posição perante o que nos rodeia. Não podemos ficar alheios aos sinais. É todo um Mundo conhecido, que se torna estranho, perturbante, à espera do futuro.
"Como será o Amanhã/ Responda quem souber..." dizia a canção. É o que sentimos agora, solidários com quem não se conforma. Porque o Ser Humano, nesta breve passagem, não merece o sofrimento que, para lá da fragilidade social e das doenças, os Poderes impõem, na sua actividade - débil, para com os poderosos,  governando, ao invés, através da força, para empobrecerem os fracos.
O desconcerto actual merece-nos esta nota, que ao longo do tempo se tornou urgente, pois se vemos, ouvimos e lemos, como disse Sophia, Não Podemos Ignorar!!!

Texto e fotos (da Manifestação dos Indignados de 15-10-2011) de Luís Filipe Maçarico

sexta-feira, junho 07, 2013

Resistir, Desfraldando as Bandeiras Rubras, no Grito da Voz Acesa

Todos os dias, numa velocidade vertiginosa, sucedem-se acontecimentos marcantes, que transformam, quer o presente, como o futuro.
Muitas vezes, sinto vontade de chegar aqui e escrever, para demonstrar estupefacção e até revolta, pois há situações tão prejudiciais, para a evolução digna da nossa caminhada colectiva, que, por falta de reacção, ou com fraca resistência, avançam, lesando-nos, em relação à esperança, aos sonhos legítimos, que merecemos realizar.
Pergunto-me: que mundo é este, ouvem-se coisas repugnantes, os comentadores políticos são manadas ululantes, com grande frenetismo em aparecer, debitando uma ou outra crítica, para não parecer que defendem um status apodrecido, mas que na essência concordam com o que está estabelecido - e a degradar-se.

Ontem, entre a cremação de um bom amigo e a participação numa manifestação, os meus passos estiveram onde considerei - em consciência - que devia estar.
Do muito que agora podia dizer, fico-me por um esboço poético:


AS BANDEIRAS RUBRAS
(Ao João Rodrigues)

Saíram à rua
uma vez mais
as bandeiras rubras

e as muitas vozes acesas
que não se cansam
de gritar

pois é preciso lutar
contra uma existência penosa
sem trabalho e dignidade.

Saímos à rua, na certeza
que um dia o vento muda

e mais vozes e mais bandeiras
se juntarão, na caminhada

por uma vida mais justa
por uma terra habitável

onde o poder não será dos que massacram
o direito a sermos livres e felizes.






Luís Filipe Maçarico (Texto e fotos)