"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, fevereiro 24, 2008

Tapada Aberta - notícias de uma caminhada feliz














Dez horas da manhã e os moradores começaram a chegar. A caminhada começou pouco depois...
No final olhámos o mamarracho do IDN e não passaram despercebidas as crateras abertas pelas últimas chuvas. Como se diz em
http://gatnecessidades.blogspot.com/2008/02/mais-de-setenta-caminheiros-percorreram.htmlcom
São Pedro apenas deixou cair uns pingos inofensivos, duas horas após o início deste convívio, onde falaram além dos Amigos da Tapada, a vereadora Rita Magrinho, do PCP, o representante dos vereadores do PSD, dr. Luís Newton e o presidente da Junta de Freguesia dos Prazeres, engenheiro Magalhães Pereira.
Durante a caminhada, que constituiu mais um protesto cívico, o dirigente da Associação Lisboa Verde João Pinto Soares e o engenheiro do ambiente Carlos Moura esclareceram os visitantes acerca do jardim de cactos e dos dragoeiros.
Aderiram a esta iniciativa, em prol da salvaguarda do espaço público, dezenas de moradores, associações, deputados municipais e comerciantes, todos unidos em torno do lema Tapada Aberta, que motivou a capa e as páginas centrais do número 29 do jornal Conversas de Café, representado pelo seu director e por um repórter fotográfico.
E leiam também em
http://aaldraba.blogspot.com/2008/02/os-amigos-da-tapada-juntaram-mais-de.html
Realizou-se esta manhã, com o apoio de São Pedro e o empenho do GATN, a caminhada na Tapada das Necessidades, onde participaram sete dezenas e meia de cidadãos.
Incorporaram-se nesta iniciativa, que visa a preservação e fruição pública daquele espaço verde histórico, dezenas de moradores, associações, deputados municipais e comerciantes.
Visitem estes dois blogues e vejam as diversas imagens.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Dia 21 no Espaço Santa Catarina Começa Projecto Minha Lua, Nossa Lua com Inauguração de Exposição Fotográfica e Peça de Teatro


Os organizadores deste projecto que integra teatro, conversas sobre a temática do imaginário popular e da influência da cultura árabe, dizem que tiveram "como ponto de partida a Tunísia, país no Norte de África que é muito mais do que os complexos turísticos em moda na Europa. A Tunísia tem uma cultura forte e tradições ricas, que se expressam na literatura, nas artes plásticas e na música, entre outras. Um universo criativo capaz de inspirar uma míriade de outras expressões culturais em todo o mundo, nomeadamente em Portugal.
Minha Lua, Nossa Lua espelha essa realidade, o quotidiano dos tunisinos, o dia-a-dia da pessoa comum, as suas vivências e os seus espaços.Os momentos registados durante duas viagens ao sul da Tunísia deram o mote para a longa caminhada que é este projecto. O objectivo principal é a experimentação, a partilha, a comunhão ou simplesmente a convivência entre a fotografia, o teatro, o multimédia, a literatura e todas as formas de arte e de expressão necessárias para comunicarmos as nossas ideias.
Não é pretensão inventar nada de novo, mas sim beber tudo o que nos rodeia, deixar-nos contagiar pelo que nos emociona, utilizar todas as formas de arte para criar algo nosso, transmitir o nosso olhar e revelar quem somos. A Tunísia e os momentos vividos a Sul foram transportados para o espaço da criação e serão levados para onde houver pessoas receptivas a viajar connosco. Não se trata de um retrato de um país, através de várias formas de expressão artística, mas sim do nosso olhar sobre a vida na Tunísia. Pretendemos expressar o mundo por via da arte. Do trabalho de criação resultou uma exposição de fotografia, uma instalação multimédia e uma peça de teatro, direccionada especialmente ao público infantil. O projecto foi desenvolvidos por artistas profissionais da área da fotografia e do teatro, aos quais se juntaram poetas, artistas plásticos, historiadores e antropólogos, entre outros, que participarão no espaço palavras do deserto, partilhando conhecimentos, conversas, poemas, experiências…"
Os primeiros momentos deste projecto ocorrem no próximo dia 21. A exposição inaugura-se às 19h e duas horas depois será a primeira representação da peça de teatro.
Uma semana depois começam as Conversas do Deserto e as Noites de Poesia de Autores Árabes.
A exposição fotográfica é constituída por 40 ampliações fotográficas (50x70), a preto e branco, da autoria de Jorge Ismael Cabral, fotojornalista.
As fotografias retratam o quotidiano do Sul da Tunísia, onde o autor se embrenhou na vida comum, em escolas, nos transportes públicos, nos locais de trabalho, nas ruas, nas casas e no deserto. Um olhar carregado de vivências.
A exposição fotográfica estará patente ao público de 21 de Fevereiro a 14 de Março de 2008, todos os dias da semana, entre as 11 e as 21 horas, no Espaço Santa Catarina, Largo Dr. António de Sousa Macedo, nº 7, 1200-153 Lisboa.
Tendo como base o conto Minha Lua, Nossa Lua de Anahita Taymourian, as personagens da peça de teatro são transportadas das fotografias de Jorge Ismael Cabral para o palco. Cada uma delas dá resposta à pergunta "O que fariam se fossem donos da lua?", enquanto no palco vão surgindo tradições, hábitos, costumes, cheiros e sabores da Tunísia.

A peça é fruto de uma criação colectiva, interpretada por Cristiana Castro, Lúcia Caixeiro e Patricia Reategui, dirigida por Jorge Cabral, estando os figurinos e espaço cénico a cargo de Carla Ferreira.O texto utilizado na peça resulta não só das improvisações próprias da criação, baseadas no conto infantil Minha Lua, Nossa Lua, mas também da recolha de textos já existentes, que estejam relacionados com o universo da peça, e que principalmente sirvam para transmitir uma mensagem que responda aos objectivos a que se propuseram os artistas participantes no projecto. Principal destaque, vai para as letras de algumas canções de Zeca Afonso, que se inserem no contexto da peça pela sua universalidade e actualidade, podendo ser empregues na transmissão de valores humanos, de sentimentos e de emoções, quer seja em Portugal, na Tunísia ou noutro local do mundo.

As apresentações da peça ocorrerão no Espaço Santa Catarina, Largo Dr. António de Sousa Macedo, nº 7, 1200-153 Lisboa, nos dias 21, 22 e 26 de Fevereiro de 2008 às 21.30h; 22, 27 a 29 de Fevereiro de 2008 e 3 a 7 de Março de 2008 às 11 horas; 23 e 24 de Fevereiro de 2008 e 1 e 2 de Março de 2008 às 17 horas.
Preços: Crianças 3€ / Adultos 5€
Consulte o programa em:
Fotografia de Jorge Cabral.

domingo, fevereiro 17, 2008

Caminhada domingo dia 24 na Tapada das Necessidades






O Grupo dos Amigos da Tapada das Necessidades, convida-vos para uma Caminhada à volta daquele maravilhoso pulmão verde de Lisboa, que decorrerá no próximo domingo dia 24 de Fevereiro, a partir das 10 horas da manhã.
A Tapada situa-se na freguesia dos Prazeres, junto ao Palácio das Necessidades.
Apareça e venha desfrutar de momentos de convívio, desfrute cultural e algum exercício, que fazem bem ao corpo e à mente!
Aderiram já a esta iniciativa (e estão a divulgá-la): a Junta de Freguesia dos Prazeres, a Associação Lisboa Verde, o jornal Conversas de Café, a Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular e o Grupo Dramático e Escolar "Os Combatentes".
fotos de LFM

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Inês Leitão - No Território Mágico da Palavra


No dia 7 de Junho de 2007 conheci em Évora a minha sobrinha Inês Leitão, que com 14 anos escreve assim (com todas as forças e debilidades da sua juventude):

ÁLIBI

"Já não há fumo dentro de mim,
O teu cheiro morreu.
A tua voz soou num desses becos
Iluminaste-me e no fim
Amei-te depois de tudo o que fizeste
E tu ainda me viras a cara…

Tenho um álibi
Que confirma que eu vi.
Alguém que me defenda
Que me dê uma oportunidade
De ser quem sou sem cair.
Vivo num mundo fechado
E nesse mundo o meu sonho
É ilibado por questões ambíguas.

Se deixar de ter esperança,
Ela desaparece,
Se deixar de te ter a ti,
O mundo não valerá nada."

A Inês, posso assegurar-vos, tem um caderno de poemas com muita originalidade, onde o ritmo colorido dos seus textos, a metáfora, a escolha vocabular e a musicalidade da palavra espelham leituras e nos convidam a saborearmos sílabas de uma sensibilidade ímpar. Se continuar a ser a rapariga que é, poetisa com personalidade (e qualidade) vamos ouvir falar dela no futuro. Na sua breve biografia, a Inês diz que: "nasceu no dia 20 de Abril de 1993. Um dia, quando tinha 13 anos, tentou escrever um poema, foi quando descobriu que tinha uma grande paixão pela poesia...quando se apercebeu que gostava realmente de escrever continuou a fazê-lo. Hoje com 14 anos conheceu o seu maior Ídolo: O seu tio Luís Filipe Maçarico (também poeta). Quer vir a ser uma grande poetisa, mas sabe que apesar de tudo é preciso um esforço enorme e ela está disposta a fazê-lo. Não quer ser famosa, apenas quer que toda a gente saiba que em Portugal pode haver bons poetas!
O seu blog está disponivel em: http://www.inesmargaridaleitao.blogspot.com/"

POEMA DO TEMPO SEM FIM

Tu, partiste, o céu ficou escuro,
Eu sei que custa, mas viver sem ti é duro.
Se o tempo fosse mais e mais sem fim
Era só em ti que eu pensaria e não em mim.

Mas tudo parece o fim,
Quando sem querer penso em ti.
Mesmo que não queira
A minha voz submete o teu nome
Como se fosse um anjo
Como se fosse inexplicável.

Determino o poder que há em ti,
O que me fazes sofrer
É fora de série mas acabo por esquecer
Se fosses o sol a terra ardia,
Se queimasses a terra o que fazia?

Que pensará a lua de ti
Quando vir a tua face,
O teu sorriso não é um disfarce
A lua disse para ser o que nunca fui,
Ouvi mas não percebi pois o tempo flui."
Conta comigo, miúda! Grande já és, na vontade e ousadia, o que é meio caminho andado para realizares o teu sonho. Vive e escreve sempre, e vai treinando com a mesma entrega e paciência dos corredores de fundo, para conquistares o teu território "mágico".

Fotografia de Rosário Fernandes

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Os Pequenos Partidos


Há algumas semanas atrás, prometi a Carmelinda Pereira, que só conhecia dos jornais, durante uma breve conversa no interface do Cais do Sodré, onde ela e Aires Rodrigues participavam nma campanha de sensibilização, que falaria da ameaça de extinção que pairou sobre os pequenos partidos.
Políticos como Jorge Sampaio e Durão Barroso são oriundos da militância dos pequenos partidos (MES e MRPP), onde fizeram estágio para alcançarem as mais altas instâncias do Poder.
Fiquei satisfeito quando revi a incansável Carmelinda Pereira na televisão, durante uma audiência com o presidente da República, anunciando que tinha havido demonstração de interesse para com a causa dos partidos com menos influência.
Recentemente, soubemos que o Tribunal Constitucional suspendeu a medida, face a um compromisso do partido do governo, no sentido de alterar a lei-cutelo.
Poderão respirar agora sem receio e continuar a vossa caminhada, Carmelinda?
texto e foto (escultura em Quarteira) LFM

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Rusticidade




O campo, a vida quotidiana das populações rurais, exerceram sempre no imaginário dos citadinos um enorme fascínio...a incursão nas hortas em redor de Lisboa, no século XIX, é exemplo dessa complementaridade...visível nos nossos dias, através dos desmedidos fluxos de deslocações automóveis até ás terras de origem de muitos residentes nas grandes urbes, por ocasião do Natal e da Páscoa.
A ideia de rusticidade [em oposição ao stress urbano], associada a dias difíceis, é certo, de frio ou calor excessivos, mas também a bons ares e alimentos genuínos que a terra oferece, alicia aqueles que, - habituados a pensar o campo como lugar idealizado, e estou falando de cidadãos comuns, desses que arrastam na cidade sonhos de regresso ou fuga, para aqueles lugares ''mágicos'', onde o quotidiano parece ter ritmos mais humanos - rejubilam por receberem um convite para participar em rituais vivos, como o madeiro ou a reinventada festa dos chocalhos, na Beira Baixa, ou a degustação colectiva da moleja e de tantos outros pitéus, além de poder assistir a momentos ímpares de cante no Baixo Alentejo.
Conheço muita gente que pensa desta maneira, estive com quatro dezenas de pessoas, que ou se reformaram, para viver longe de Lisboa, ou que anseiam atingir /antecipar esse momento ''libertador'' para deixar a confusão...
Mas voltemos ao encontro, que foi pretexto para um tempo festivo, de convívio e partilha de vivencias diversas.
Festas ancestrais, identitárias, estas, que o inverno propicia e os homens não deixam extinguir, porque ainda balizam, simbolicamente, o ciclo anual da vida...

texto/fotos LFM

domingo, fevereiro 03, 2008

VELHO RITUAL








Cheguei atrasado a essa matança do porco naquele sul do sul.
Os amigos tinham vindo da sede do concelho e do distrito e alguns, como eu, de Lisboa. Bebeu-se, conversou-se, cantou-se cante, - no feminino inclusivé, - comeram-se iguarias e pitéus de truz, passeou-se, e quando o apetite voltou, foi a vez de uma açordinha, para aconchegar os viajantes, antes do regresso a casa...
Recordo Brito Camacho
''A gente também tem fel, como os porcos, tio ?'' [...]
''Pois já se vê que sim. A diferença está em que todos os porcos o têm na cachola e algumas pessoas [...] no coração.''
LFM[texto e fotos]

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Rosa Chaves



Gosto de uma boa anedota, de pessoas bem dispostas e até de pregar uma boa peta a incautos.
A Rosa Chaves é uma das mulheres mais divertidas que conheço.
Todavia e apesar de ser muito atenta, já consegui confundi-la, num dia em que disfarcei a voz ao telefone...

É sempre uma festa falar com a Rosa Chaves, encontrá-la no caminho para fazer a pausa que se impõe no quotidiano cinzento.
Admiro muito esta mulher - bonita em todos os aspectos, - que superou os obstáculos da existência e dia a dia constrói um templo de alegria e resistência.
Ao lado dela, as sombras são desafios para espalhar luz.

Em tempo de Carnaval, escolho-a para falar do riso e da vida. Saravá, Saravá!
Fotos: António Brito