"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, maio 29, 2007

DESERTIFICAÇÃO MENTAL


O Ministro Mário Lino disse que somos uns camelos, através de uma metáfora, que num país civilizado lhe garantia um passaporte para o deserto.
Almeida Santos garantiu que seria perigoso haver um aeroporto no sul, porque se os terroristas decidissem atacar a ponte, sul e norte ficavam separados...
António Costa quer transformar a Portela numa nova zona verde (o que a julgar pelo que Sócrates prometeu na campanha eleitoral quer exactamente dizer o contrário, ou seja: centros comerciais e condomínios!)
Esta gente tem afrontado o país de uma maneira tão maléfica, que só pode ser comparada à teimosia macabra de Salazar.
Encerram maternidades, escolas, centros médicos, desmotivam professores, trabalhadores da saúde e da Justiça, funcionários públicos em geral, acusando-os de serem privilegiados, enquanto enchem governos e câmaras municipais com lacaios e bufos, tomando medidas repressivas, promovendo o desemprego e o mal estar nos cidadãos. Agora mesmo na televisão estão umas cabeças quadradas a debitar sacanisses, argumentando com redistribuição do subsídio de natal e férias (em vez de aumentarem normalmente quem trabalha), são os pais da grande ofensiva que andamos a sofrer há algum tempo. Abomino estes indivíduos que falam em flexisegurança como se falassem do euromilhões, quando os trabalhadores sabem que a alternativa é o vazio, o deserto.
É o tempo de um grande deserto de ideias, este, em que o povo, afogado em futebóis, fadunchos e idas a Fátima, é tratado como camelo-o que talvez mereça, porque não reage.
Dia 30 faço Greve.

segunda-feira, maio 28, 2007

Crianças Desaparecidas: Madeleine e OS OUTROS


Esta manhã recebi uma mensagem que transcrevo, pela pertinência e por espelhar uma sensação muito desagradável que tenho sentido perante tal problemática:

"Já recebi uns 15 a 20 emails com um apelo e fotos da menina Madeleine McCann. Eu tive-os em consideração, e se vir a menina ou mesmo alguem parecido avisarei logo as autoridades.
Já recebi meia duzia de SMS's com apelos para repassar a mensagem a fim de todos darmos força, no sentido da menina ser encontrada. Não repassei ,porque não quero contribuir para o beneficio das operadoras telefónicas, mas peço a Deus que a menina apareça, salva e sã.
Mas.... (desculpem-me) eu gostaria de vos dar uma informação, e a seguir fazer-vos umas perguntas:
- No ano de 2006 desapareceram em Portugal 31 crianças. Felizmente 25 apareceram.. mas falta aparecerem ou serem encontradas 6.
1ª pergunta: Sabias isto?


2ª pergunta: Sabes o nome dos meninos que falta aparecer ou serem encontrados?


3ª pergunta: Alguma vez viste a foto deles?


4ª pergunta: Leste acerca do seu desaparecimento nalgum jornal?


5ªpergunta:Algum telejornal (que tu tivesses visto) dedicou 45 minutos diários ao desaparecimento dalgum destes meninos?


6ªpergunta:Algum jornalista foi enviado para a terra desses meninos para entrevistar população e pároco local ?


7ª pergunta:Quantos GNR's andarão? à procura desses meninos? 100 ? 150 ?...zero ?


8ªpergunta:A Policia Maritima e eventualmente o SEF andariam em busca desses meninos ? Quantos agentes teriam disponibilizado?


9ª pergunta: Achas que esses meninos foram procurados com o mesmo afinco e vigor com que está a ser procurada a Madeleine ?
10ª pergunta: Recebeste e/ou repassaste algum e.mail/sms com apelos acerca desses meninos ?


Ok, chega de perguntas..


Conclusão:
Acho que o que estão a fazer pela menina Madeleine McCann (inglesa, filha de pais com um bom nível de vida, com bons conhecimentos, com contactos úteis) está perfeito. De facto, outra coisa não seria de esperar. É dever das autoridades fazerem absolutamente tudo que esteja ao seu alcance, até saberem o que aconteceu à menina.
Mas... somos todos filhos do mesmo Deus. Que haja critério igual para todos. Que seja dada igual importância a todas as crianças que desaparecem, independentemente de serem louras ou morenas, filhos de médicos ou de trolhas, ricos ou pobres, estrangeiros ou nacionais.

Ahh..uma notinha final..:Eu falei nos meninos desaparecidos em 2006, porque não sei quantos já desapareceram em 2007. Tu sabes ?"


NOTA PESSOAL: Deixo um profundo sinal de carinho para com a despedaçada MÃE do menino desaparecido há 9 anos, no Norte. Quando esta senhora fala, torna-se evidente o fosso, entre aqueles que têm dinheiro e "status", para poderem sentar-se no lugar dos convidados especiais, no santuário de Fátima ou serem recebidos pelo Papa, no Vaticano e os pobres coitados, que, como disse o silenciado criminologista Barra da Costa, nestes casos, "são tratados como sucata".

domingo, maio 27, 2007

Mértola em Maio




O verde de há pouco é já secura
a terra deseja chuva e o poema
a cintilação de uma estrela
em cada sílaba.

Escrito em Moreanes, 18-5-2007; 2h 30m

Apontamento poético e fotográfico de Luís Filipe Maçarico

Ao Sol de Mértola


O sol é um limoeiro
entornado sobre o cansaço
dos homens.
Procuro palavras de água
como cisterna ou ternura
para saciar a sede
dos dias de lume.

Escrito em Moreanes, 18-5-2007, 2h 20m

Poema e foto de Luís Filipe Maçarico

sábado, maio 26, 2007

"Cidades da Água"



“CIDADES DA ÁGUA”: A ARTE DE MIGUEL REGO E DE MANUEL PASSINHAS

Foi com este texto que no passado dia 17, no Bar Al-Safir, apresentei o livro "Cidades da Água":

"Com a mestria de um alaúde de palavras intensas, Miguel Rego teceu o seu texto, juntando-lhe o tempero de um percurso mágico, em busca da luz, firmado pelo traço lírico e a alquimia criativa de Manuel Passinhas.

O encontro destes dois artistas originou “Cidades da Água”, um livro que percorre e evoca urbes, abrigos, recantos, metrópoles, medinas, criados com a sabedoria do Mediterrâneo, construídos à escala humana e ligados à Natureza.

Submersas, num tempo onde o Não - Lugar impera, substituindo a pertença, as “Cidades da Água” irrompem na escrita densa deste arquitecto de sonhos, arqueólogo da inquietude, príncipe da metáfora.

Sedento de sítios para o afecto, Miguel Rego insiste em perseguir a cintilação das sílabas, para semear a esperança.

Perto de Cesário Verde e Raul de Carvalho, participamos na evidência labiríntica do território de sombras e sofrimento que é a cidade.

Em “Sentimento de um Ocidental”, o mestre de Fernando Pessoa, “camponês preso em liberdade pela cidade”1, disse que:

“A Dor humana busca os amplos horizontes

E tem marés, de fel, como um sinistro mar!”

E naquele que é talvez o seu poema mais emblemático, o vate do Alvito clamou pela serenidade perdida:

“Vem dos prédios sem almas e sem luzes

(…)

Leva-me para longe

Deste bíblico espaço

Desta confusão abúlica dos mitos”2

Em “Cidades da Água”, multidões sonâmbulas automatizaram passos, gestos, quotidianos de frustração, que patenteiam a incapacidade de respirar o futuro do futuro, “a cegueira das mãos para incendiar o que resta/ da casa fria/ da rua suja/ das torres ocas/ das vidraças incandescentes.”

De Miguel Rego se poderia dizer, como Álvaro de Campos, em “Lisbon Revisited”:

“Vivo num sonhar irrequieto

De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.”

No sangue da sua lira há pegadas libertárias de Walt Whitman, a arte das odes de Neruda.

A saga do criador vital, mas discreto, o homem invisível que ergue cidades e entorna sonhos, palpita nestas páginas, com vigor e ternura. É a Humanidade, em caminhada épica de séculos, enxertando árvores milenares, fechando abobadilhas, reinventando “o gosto da maresia a invadir a planície.”

As mais de 500 estrofes estão pontuadas por muitas expressões, das quais seleccionei estas cinco:

“O incandescente das ruas recortadas a compasso e escala”;

“Um eco do nome largado às mãos do vento”;

“Uma árvore onde corre a alegria de quem à terra/deu o saber do enxerto”;

“Na branca vertigem de muitas viagens”;

“O cheiro prenhe de flor de laranjeiras”.

As quase duas centenas de verbos, utilizados nos dezanove poemas de “Cidades da Água”, confirmam o talento do poeta no exercício linguístico. Efectivamente, Ser, Construir, Abrir-se, Dizer, Trazer, Adormecer, Emergir, Oferecer e Olhar, são alguns dos versos mais empregues, tal como Incendiar, Arrastar, Engolir, Invadir, Esmagar, Inundar e Rasgar, acentuando - no jogo dos opostos - a dicotomia luz/sombra.

Encontramos uma grande riqueza vocabular, ligada às artes ancestrais da construção tradicional do sul, como é o caso das palavras de origem árabe alvanel e azimute, só para citar dois exemplos.

A palavra “mil” sublinha ao longo das páginas a força da aventura colectiva. Vejamos quatro de várias frases que integram este vocábulo:

“O chão de mil peregrinos adormecidos”;

“A sombra de mil séculos de homens”;

“As mãos de mil anos de memórias”.

“O peito ofegante e cansado de mil marinheiros”

Ao lermos esta poesia, permanece em nós a elegância de inúmeros termos escolhidos, como abobadilha, âmbula, cinzel, dédalo, glauco, lambaz, lintel, mísula, viatória.

Mas esta poesia não é nem contemplativa nem decorativa.

Miguel Rego utiliza neste trabalho frases que nos falam de resistência e gritam contra “os risos dos velhos ridículos donos do tempo”, “a impotência da força ofuscada dos homens”, “os pés estridentes e escarlates dos senhores impenetráveis” que cospem “a sonolência”…

A realização integral do indivíduo, idealizada pelo espírito humanista de Bento Jesus Caraça ajusta-se à procura incessante de Miguel Rego.

Miguel corporiza o melhor da Renascença, pois sendo homem habituado a desventrar as entranhas da terra para parir descobertas, alarga a outros mesteres o seu desempenho.

Animador de tertúlias e festas, fazedor de revistas e livros, coordenador de investigações, centros documentais e exposições, entrelaça experiências, saberes, ofícios e emoções. E canta, comparte, confraterniza, voa!

Na senda de Marc Augé, Miguel Rego deambula, visionário, por esses lugares identitários, relacionais e históricos, como se fosse um repórter do passado no presente.

O equilíbrio cósmico vem contudo da Natureza e por isso, não será vão o apelo que o poeta faz no 13º poema:

“Vem rio d’antanho

Derruba as portas da cidade que te rouba cada canto ao teu espraiar vigoroso

E autêntico;

Arruína cada um daqueles que te invade o leito

(…)

Engole, na tua mais brilhante revolta,

(…) Os palácios de brocados de veludo tules e tafetá

Ornados a tangos e valsas em noites de máscaras e bailes de caridade.”

Este livro surpreende pela revelação de um autor de primeiríssima água, arrepia pela qualidade da sua lírica, pelo apuro do verso, pela interioridade, pela escolha de termos pouco usados nesta forma de expressão literária, que soam muito bem, quanto à lógica e contextura da temática abordada.

Mas “Cidades da Água” é também pretexto para o companheirismo mais luminoso se manifestar, pois um outro ser igualmente esplêndido faz a recriação da poesia de Miguel Rego. Presença encantatória e envolvente, Manuel Passinhas, com uma requintada paleta de tonalidades ocres idealiza vagas de castanhos, branco, azul, um pouco de vermelho e um verde ténue, redesenhando o burgo - fortaleza, ilha, babel, barco, quimera, ora possante, ora esbatido. As cidades oníricas da Arte de Passinhas evocam a Veneza de Turner, representam a exaltação do que há de melhor na pincelada do pintor: a busca da Harmonia, num tempo de desenlaces.

Miguel:

Manuel:

Estas “Cidades da Água” são a vossa marca, o gérmen, o abraço do tamanho do Mundo, a que não ficamos indiferentes.

Também nesta trajectória, tão feliz, vocês provaram que é possível ser grande e livre!

Em verdade vos digo, que a este Lugar da Poesia voltaremos, para celebrar o Encontro e a Existência, entre Amigos, alumiados pela Festa, pois como disse Sebastião da Gama, “Pelo Sonho é que Vamos”, e António Gedeão corroborou, “O sonho é uma constante da Vida”. Conquistado pelo mistério bem urdido, que é este livro fascinante acrescento: Para homens sábios e sensíveis, como vocês, o sonho será isso tudo e muito mais!

Bem Hajam! "

Escrito em Lisboa,3 a 14 de Maio de 2007

LUÍS FILIPE MAÇARICO* Peço desculpa pela fraca qualidade das fotografias, mas não foi possível, na ocasião, fotografar os autores do livro, por estar a fazer a sua apresentação. Estas duas imagens foram realizadas depois, quando lhes pedi um autógrafo, e acusam algum nervosismo...

MOUNIR MEHDI





Mounir Mehdi está neste momento a acompanhar-me, através da sua música, que interpretou magistralmente, em Mértola, no festival que decorreu a semana passada.
Por esta hora, no sábado passado estava a assistir ao seu concerto, junto à mesquita daquela belíssima vila do Baixo Alentejo.
A voz de Mounir era sublinhada por cítara, violino, o adufe do próprio solista, tambor e pandeireta. O resultado é digno de ser fruído. Grande voz e bom cenário musical, proporcionado pelos companheiros do grupo musical por ele liderado.
Quem quiser pode escrever-lhe e comprar os dois CDs que trouxe de Mértola:
mounir_mehdi@excite.com
Texto e fotos de LFM

sexta-feira, maio 25, 2007

Luz e Sombra em Mértola




Na semana passada, em Mértola, na Rua do Relógio, a tarde tinha esta luz e esta sombra, sobre a calçada e o muro branco. Lá em baixo, o rio, corria, como há mil anos...
Texto e fotos de LFM

terça-feira, maio 22, 2007

A Exposição da Aldraba no IV Festival Islâmico de Mértola












A Aldraba - Associação do Espaço e Património Popular apresentou em Mértola a Exposição (reformulada) sobre "Aldrabas e Batentes", que tem percorrido o país: Lisboa, Azinhaga (Ribatejo), Alpedrinha (Beira Baixa) e agora, Alentejo.
Pelo recinto passaram o presidente da autarquia, dr. Jorge Pulido, o presidente da região turística Planície Dourada, Vítor Silva, centenas de visitantes, de entre os quais duas dezenas de associados da Associação. Também visitaram o espaço alguns magrebinos, participantes no Festival.
Nesta mostra distribuiu-se o Manifesto, um texto sobre o tema da exposição e um artigo de Santiago Macias, que também visitou a exposição.
A grande sensação foram os quatro postais, um com uma aldraba, outro com um batente em forma de serpente, ambos de Montemor-o-Novo e dois cataventos.
Parabéns à direcção por esta iniciativa.
Texto de Luís Filipe Maçarico e fotos de Rosário Fernandes (1) e LFM (2 a 11)

segunda-feira, maio 21, 2007

Eduardo Ramos no IV Festival Islâmico de Mértola



Eduardo Ramos é uma figura incontornável nos festivais islâmicos de Mértola. A forma como actua e comunica com o público é inesquecível. De Mértola, onde o conheci há alguns anos num festival igualmente inolvidável, trazemos várias lembranças, vivências muitas. Eduardo é um dos nomes que nos acompanha, ao som do alaúde e das sílabas dos poetas árabes.
Foto 1 - Na exposição da ALDRABA (visitada por centenas de pessoas) com José Manuel Prista, vice-presidente da Associação do Espaço e Património Popular.
Foto 2 - no final do concerto de Luísa Amaro, Miguel Carvalhinho e as Adufeiras de Penha Garcia.
Fotos de LFM

IV Festival Islâmico de Mértola: O Souk






Alguns aspectos do souk que se reinventou em Mértola, sob um sol de brasas. Não conheço outro local no nosso país onde um mercado árabe fique tão bem instalado como nesta "medina" labiríntica e ancestral que é o conjunto das ruas da zona histórica da bela vila à beira Guadiana.
Foto 1: a poetisa Rosa Dias pede a Faissal que lhe escreva em caligrafia árabe o seu nome e o do marido. Foto 2 : entrada do souk. Fotos 3 e 4: aspectos do mercado árabe. Foto 5: Os Boukedir entram no souk.
Fotos de LFM

Espectador Especial




No IV Festival Islâmico de Mértola um espectador especial destacou-se, enquanto os Boukedir (cantores, músicos e dançarinos de Marrocos) apresentava o seu número de animação. Captámos um dos vários momentos da sua postura... e no palco, um grupo de bailarinas executou a dança do ventre...

terça-feira, maio 15, 2007

Quatro Momentos de Vida na Década de Setenta





Com o regresso à vida civil, em 1975, o associativismo revelou-se uma ponte com os outros, fosse de âmbito sindical ou recreativo. A caminhada traria muitas surpresas num país renascido!
Para trás ficara a Escola Comercial Ferreira Borges e o quartel da Póvoa de Varzim...Dois momentos na vida de um jovem, que atravessou a década de 70 sonhando com a paz e um quotidiano melhor.

domingo, maio 13, 2007

Uma Fotografia dos Anos 80


Num beco de Alcântara, quando fumava Português Suave sem filtro (Anos 80) posei para alguém que quis registar a luz, o branco e o silêncio.
Costumamos partilhar os álbuns de fotografias com os amigos. É o que faço com os leitores deste blogue. Até para mostrar aos mais novos que não fui sempre gordo e que devem ter algum cuidado com a sua alimentação e forma física. Sobretudo depois dos 40...

quinta-feira, maio 10, 2007

Fascismo Nunca Mais!


No dia 25 de Abril eu estava no quartel em Nampula, tinha chegado nesse mês à Beira no dia das mentiras mas o pesadelo era verdade: a guerra era ali!
Hoje foi um dia comovente. Em Lisboa, no Teatro D. Maria II assisti à peça "A Filha Rebelde", bem acompanhado, depois de beber um copo e petiscar na Casa do Alentejo.
Olho para trás e penso: Não foi para o estado de coisas em que vivemos hoje que os militares de Abril nos abriram as portas para a Liberdade, a Democracia e o Desenvolvimento.
Nos dias que correm, os eleitos delegam nos não eleitos um poder que estes não podem ter, sob pena de subverterem tudo o que há de respeitável no exercício do Poder. Por isso, as pessoas não gostam destes políticos que as enganam, que protegem os seus boys e girls, que por seu turno arrecadam horas extraordinárias, festanças, banquetes, discursatas, em representação dos seus padrinhos...
Durante a tarde expliquei a um colega que a melhor forma de discordar do estado de coisas, não era abster-se de votar, mas votar em branco. Se os portugueses que não concordam com a forma degradante de exercer a actividade política tivessem essa atitude, os políticos bem podiam limpar as mãos à parede...
Em 1974 eu era um puto que pouco percebia destas coisas. Porém, depois de ter visto em Lisboa cartazes nas paredes de um colégio perto da igreja dos Anjos, que anunciava um Moçambique de sol mar convívio multirracial e paz e comparar com a miséria que constatei com os meus olhos numa lixeira a alguns quilómetros do quartel, senti uma repulsa enorme pelos discursos de caetano e salazar, cuja acção nefasta uns quantos, com acesso aos meios de comunicação tentam branquear.
Pena é que peças de teatro, como aquela a que assisti na bela sala Garrett, protagonizada por Ana Brandão, Vítor Norte e Lídia Franco, secundados por um excelente naipe de actores e acompanhados por um não menos notável grupo musical, não passem na televisão dita pública, ou pública significa manipulada?
Hoje, no fundo de mim gritei: FASCISMO NUNCA MAIS!!! porque posso garantir-vos que sei o que são fascistas depois de Abril. Nos governos, nas autarquias, no emprego. Sei o que são bufos depois de Abril. Porque não foi para essa gente minar a porta entreaberta da Democracia que se fez o 25 de Abril.
Apetece então dizer, em nome daquele miúdo fardado que perdeu a avó que o criara, três meses depois de chegar a África: A LUTA CONTINUA!!!

terça-feira, maio 08, 2007

Primeiros Passos


Dando os primeiros passos na companhia de minha mãe, Eulália de Almeida Vitória.

domingo, maio 06, 2007

Imagens de Évora: Sombras e Luz









No mesmo dia (30 de Abril), Évora teve sombras e luz. O azul e a treva sucederam-se. Os mistérios ficaram mais espantosos, originando estas visões. No final deste domingo, depois de um fim de semana sereno, partilho estes tesouros para vos desejar uma boa semana.