"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, julho 01, 2009

TEATRO DIÁRIO




Verifico no dia a dia os absurdos humanos - e faço-o, de quando em vez, evitando porém repetir o que todos dizem na blogosfera, o que não significa que ande alheado da estupidez e da injustiça...
Michael Jackson, essa estranha vedeta, encontrou descanso para a sua ansiedade. Relembro "One Day In Your Life", quando era criança.
Esqueço-me de (tristes) cenas em adulto, musicais ou não.
Há quem goste, não vibro.
Pina Baush com a sua dança inovadora, sim. Fica na memória. Lindíssima a sua participação em "Habla con ella" de Almodovar. A rever.

Há quem endeuse Pessoa (tem sido um ícone da moda). Gosto, mas prefiro Eugénio...sempre! Tanto, que até há um blogue onde um anónimo comentou:
"Muito eugeniano...Pouco criativo. Uma boa pessoa, um coração aberto e um poeta andarilho em guerra com os sonhos".
Aceito a opinião, ao ponto de a partilhar convosco. Não podemos agradar a todos e neste caso, vá lá, o/a anónimo/a reconheceu coisas positivas.

A gripe porcino-mexicana. Depois da gripe das aves, o novo medo.
Estão a ser tomadas as medidas necessárias. Às 19 e 30 de hoje em Portugal, dizem no rádio, temos 19 casos. Chegou aos Açores...

Os portugueses assim e assado, alvo de todos os estudos. Que são pobretes mas alegretes. Ou seja, uns pobres de espírito, conformistas. Será?
Que não morrem por ninguém, individualistas e não sei mais quê. Pouco ou nada solidários. Será?

Irão... A oposição contesta as eleições presidenciais, que houve falcatrua e tal. Os Guardiões da Verdade Suprema decretam que quem ganhou foi quem ganhou. Já não se fala tanto no país dos ayatolah.

Honduras... Ninguem apoia um golpe de estado contra um presidente eleito, de Obama a Chávez.
Cenas dos próximos episódios a qualquer momento.

Caiem aviões, comboios explodem, Berlusconi vomita e é notícia, Sarkozy caga e é notícia., Barak - o Obama - mata moscas e é notícia...Fecho a televisão, depois do telejornal, quando o vejo. Nunca se fala de sonhos, projectos, pessoas criativas, naquela caixa.
Como vêem, não ando a dormir.

O Socratino-Mor ensaia humildade. A outros níveis, eles andem aí, vampiros sedentos do nosso sangue mas a controlarem-se a la limite...pseudo bois mansos escondendo a alma de abutre.

Cai o pano neste teatro diário. Mas antes pergunto: e tu? que novas bocas andas a provocar para te beijarem? Como podes ver-te ao espelho no início (ou ao fim) de cada jornada depois de me teres amado como ninguem? Ainda te corre sangue nas veias e sobes às montanhas para te comoveres com a beleza do Mundo? Olha que é um engano, este carrocel.

Luís Filipe Maçarico (texto e fotos)

4 comentários:

PreDatado disse...

Não, não anda a dormir :)
Um abraço, Luís.

rosa disse...

Excelente rectrospectiva desta cena teatral, onde todos nós somos actores, a chamada consciência representada pelo ponto de palco nos vai avivando a memória dalgumas brancas que possam surgir.
Quanto ao dormir, todos dormem, só que uns mais que outros, e há os que têm os sonos trocados.
Tu meu amigo além de actor és um bom vigilante deste teatro chamado vida, não brincas em serviço, parabens.
Aquele abraço da amiga certa

zariga disse...

olá Luis

zariga disse...

É tão dificil comunicar assim !