"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

terça-feira, julho 14, 2009

ALMA NÓMADA


Em teus braços renasci
A ternura incendiou
a minha solidão.

Permanece ainda
na pele das madrugadas
a avidez dos lábios
sequiosos de luz
lambendo
seios e sílabas.

Trago na língua o sabor
da tua alma nómada
voando sobre a neve e
o granito nessa noite
de Abril.

Meu corpo foi palácio
adornado
para as tuas carícias e
na tua boca mergulhei

Estremeci no ardor
nupcial do sexo
num verso com odores
de jasmim e da selvagem
doçura das tamareiras

Em teu corpo renasci...
Desde então meus passos
atravessam o silêncio
dos desertos no incerto
delírio dos dias...

13-6-2009; 10:45, Mértola

Luís Filipe Maçarico

4 comentários:

josé machado disse...

Belo poema, os meus parabéns.

Cump.

O Puma disse...

Belo e sentido

esse amor sem fronteiras

renascido

Elvira Carvalho disse...

Como sempre um belo poema.
Um abraço

Kosta disse...

Um poema assim... só podia ter sido escrito em Mértola!

Beijo.
Adoro-te!