"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

quarta-feira, julho 22, 2009

Vagabundo dos Momentos




Quero morrer num país estrangeiro
sem ninguém saber
Apagar-me como uma memória
Não ter ninguém que me chore
ser um corpo mais como naquela noite
quando fui teu e ardi na troca
de carícias com tempo marcado
Ser o vagabundo dos momentos
que se dissolve na areia de uma praia
na poalha da luz do deserto
numa explosão de asas sobre o Mar
Quero morrer na página deste poema
e riscar aquele dia do mapa dos afectos
quero tornar a ser aquele que era
antes dos teus beijos ferirem de morte
o meu coração pois nessa noite morri
ao nascer para ti e nunca mais fui eu.

11-6-2009

Luís Filipe Maçarico

2 comentários:

Fernando Pinto disse...

A imagem do céu, aconchegado de nuvens, parece ter saído de um poema... Aliás, é pura poesia!

Abraço

Elvira Carvalho disse...

Ser o vagabundo dos momentos
que se dissolve na areia de uma praia
na poalha da luz do deserto
numa explosão de asas sobre o Mar

Os poetas são sempre vagabundos doa momentos...
Um abraço