"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

sábado, julho 18, 2009

Da Escola à Empresa: O Percurso de Milhões de Portugueses e o Insulto de um Palhaço Desprezível






A minha primeira formação profissional foi o Curso Geral do Comércio da velha Escola Comercial Ferreira Borges.
O tempo que sucedeu aos anos da aprendizagem de conhecimentos técnicos - o curso tinha Contabilidade, Noções de Comércio, Técnicas de Vendas, além de Português, História, Francês, Inglês, Noções de Higiene, Calculo Comercial, Caligrafia, Dactilografia, Físico-Química, - foi o tempo da tropa - Cavalaria (Santarém), a recruta e Administração Militar (Póvoa de Varzim), a especialidade. Seguiram-se os quartéis de Mafra, Ajuda e Nampula.

No regresso da vida militar, encurtada, graças ao 25 de Abril, Portugal respirava uma era de promessas, sonhos e esperança e foi então possível o prazer da participação no Associativismo de bairro e o primeiro emprego - numa loja da Avenida Almirante Reis.
Escola, quartéis, colectividade e empresa desapareceram, conferindo actualidade ao poema de Luís de Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"...

Olhando para o meu rosto actual, apetece citar Ary dos Santos: "Quanto caminho andado..."

Como já disse há uma semana, sou um dos rostos que dá corpo à lista da CDU, da freguesia dos Prazeres.
Em nome do meu percurso, é com pesar que oiço um repugnante dignatário, que nos habituou a palhaçadas infelizes, insultar milhares de portugueses, que deram e dão o seu melhor para que a Democracia não seja pior relativamente àquilo que vemos, ouvimos lemos, devido à desarmonia que grassa em muitas coutadas, como é o caso da Madeira.
Confesso que após ouvir o homúnculo proclamar que o Comunismo devia ser proibido, me deu vontade de escrever um post, onde dissesse apenas: "Façam um Referendo que eu voto pela independência da Madeira".

Prefiro contudo deixar aqui um grande VIVA ao PCP, pela luta de muitos homens e mulheres contra a Ditadura Fascista de Salazar, suportando clandestinidades, prisões,torturas e morrendo pela Liberdade. E também por ser um alicerce das mudanças que ocorreram num país atrasado, onde uma parte substancial do povo vivia sem condições, no limiar da pobreza.
Ouvi palavras semelhantes a este meu pensamento, na Antena 1, da boca de um comentador de Direita. E até o incrível Vasco Pulido Valente, ressalvando que "Infelizmente, em Portugal (...) existe comunismo - e comunismo organizado com um partido " e um movimento, que em conjunto "representam 20 por cento do elleitorado", escreveu no "Público" de 17 do corrente, que "Ilegalizar o comunismo implicava assim prender uns milhares de pessoas, perseguir umas dezenas de milhares (na televisão, na imprensa, no Estado e por aí fora), restabelecer a censura e criar uma polícia secreta como a PIDE ou pior do que a PIDE."

Curioso, como este Partido ainda incomoda tanto fantoche. Como alguém escreveu num blogue, salvo erro no do Samuel, afinal, para quem dizia que os comunistas estavam liquidados com a queda do muro de Berlim... pois é, em Portugal não foram nas cantigas de embalar onde se deitaram os PCS de Espanha, Itália e França. E basta constatar onde andam dissidentes como Zita, Vital e Lino, para perceber o que ansiavam. E verificar quem insiste em defender as classes mais desprotegidas clamando e lutando contra a injustiça, o desemprego, a ilegalidade, a precariedade laboral e tanta patifaria sobre os mais fracos, enquanto os poderosos afiam as garras e ganham cada vez mais bens materiais e financeiros, à custa do sofrimento do povo.
As manifestações que nos últimos anos o PCP encabeçou, concerteza que assustaram esta gentalha, que devia pensar que a "populaça" se portaria como ratos assustados, perante as afrontosas investidas do Capital.

Os Comunistas têm uma grande Dignidade, não amocham perante as patas opressivas dos endinheirados que arrotam arrogância.
A minha revolta é enorme, ao ponto de escrever assim, desta forma inabitual, pois privilegio o diálogo, a ponte entre diversas formas de agir, não sendo adepto do confronto.

Continuo anojado por o bobo da corte ser capataz de grandes potentados. Num país civilizado, ele sim, teria há muito sido proibido de exercer o poder.
Até quando, as autoridades que deveriam salvaguardar os valores da Democracia permitirão estes desaforos?
Citando de novo um artista, neste caso Jorge Palma, "Ai Portugal, Portugal, do que é que estás à espera?"

2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Como dizia a minha avó, "Vozes de burro não chegam ao céu"
Os comunistas têm um passado histórico neste país. Convido-o a ler o actual capitúlo sobre o 3º filho que está no Sexta.
Sabe que trabalhei no Laboratório Sanitas, perto da sua escola? E que também estive em Nampula? Estava empregada no foto Stúdio 66 lembra-se?
Um abraço e bom Domingo

Elvira Carvalho disse...

Luís, está interessado em ajudar a limpar Portugal? Dia 31 de Outubro é o dia. Vá a
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Um abraço e uma boa semana