O lançamento do livro "Memórias do Contrabando" constituiu um momento inolvidável, no contexto da fraternidade entre povos que as fronteiras de outrora nunca conseguiram impedir.
Muito importante foi a presença de uma delegação espanhola, nomeadamente do alcalde de El Granado, de Juan Rosa e outros protagonistas, que concederam depoimentos para a obra e na sessão realizada sábado passado partilharam as suas recordações sofridas mas também fraternas, porque era o tempo da Guerra Civil espanhola e Santana de Cambas foi abrigo de foragidos.
Rosa Dias, Sónia Frade, Miguel Rego, o jovem Félix Ramos Toscano, presidente del Foro por la Memoria de Huelva, José Rodrigues Simão, o presidente da Câmara Municipal de Mértola (acompanhado pelo presidente da Assembleia Municipal) o alcalde de el Granado e o autor do livro, além de Francisco Neto e do prof. dr. José Orta, fizeram intervenções, que sublinharam a importância do evento.
Durante 2 horas, seguiu-se uma sessão de autógrafos, o que indicia a dimensão da participação a este acto, prosseguindo o convívio iniciado na nova sede da junta de freguesia local num restaurante dos Corvos, onde se juntaram Eduardo Ramos (e a sua mulher Maria João Ramos, a artesã Janica) que nessa tarde, à mesma hora, actuara no Convento de S. Francisco, na festa dos 25 anos da Associação de Defesa do Património de Mértola. Estiveram presentes, as poetisas São Baleizão e Maria José Lascas, Ana Fonseca e Manuel Silva.
Uma saudação especial aos alpetrinienses Paulo Grilo e Paula Lucas, que apesar de terem ido nesse dia para a Sintra da Beira, não quiseram deixar de ir dar um abraço, assistir e conviver em Santana de Cambas.
Gostaria de dizer-vos que foi um dos grandes momentos da minha existência como ser humano e antropólogo.
(fotografias de Ana Fonseca)
9 comentários:
Luís, obrigada por teres ido vasculhar as memórias de portugueses e espanhóis da raia, unidos na busca da sobrevivência das suas famílias através do contrabando (de café bacalhau acúcar...)erguendo-se como homens perante o regime fascista.
E lembrar que o olhar da guarda fiscal, era muitas vezes predador, outras humano e condescendente. Obrigada por nos dares a conhecer e ajudares a preservar a nossa História. História ainda viva em alguns dos contrabandistas presentes, espanhóis e portugueses, irmãos e camaradas no sofrimento na valentia e na astúcia... Gostei em especial do Xico Neto com que falei... mas gostei de todos.
Porque gosto da verdade, que a História se escreva e se faça justiça aos homens sem nome, porque embora sendo alentejana de Montemor, gostava que Mértola me aceitasse como sua filha natural, tal é o sentimento que me liga à vila e a todo o concelho!
Só uma palavra de apreço pela exposição da Guika e outra, de agradecimento muito grande, ao Zé Rodrigues e à Dina pela simpatia e hospitalidade,e ainda pelas migas e à tia Angelina pelas filhós.
Luis, foi uma honra (como já te disse pessoalmente) ter sido convidada para apresentar esta obra tão importante e tão humanista! Tive muita pena de não ter ficado mais tempo. Foi de facto muito sentido tudo o que se ouviu e se viu. Muitos muitos parabéns e muito obrigado por este momento magnífico.
Ao reler o meu post verifiquei um lapso imperdoável e inadmissível, o almoço foi na Vidigueira e não no Vimieiro como por distracção escrevi!
Fico feliz por saber que tudo correu pelo melhor, que foi um convívio caloroso, a amizade derramada e repartida. Pena não ter podido ir... Uma próxima vez será!
Gostava muito de ler este livro e também a sua tese de mestrado. Li, algures no seu blogue, que correu tudo muito bem. Parabéns! Como é que faço para obter estas duas obras? Estão à venda na livraria?
Fiquei muito contente por ter dado uma vista de olhos no meu blogue. Muito mesmo! Desde miúdo que amo a Fotografia e já não consigo passar sem este suporte artístico. O meu e-mail é fernandompinto@sapo.pt
Abraço,
FMOP
Caro Luís, coloquei uma foto poética sobre o Outono, no meu blogue, e gostava de receber uma crítica sua. Fico a aguardar o envio do seu e-mail, porque quero falar-lhe em particular. Obrigado! Parabéns, uma vez mais, pelo blogue que nos oferece.
Caro Luís Maçarico,
Conforme já manifestei no seu blog "Era Uma Vida Triste!..." gostaria de poder usar o testemunho ali reproduzido num trabalho que estou a preparar para a net.
Trata-se de um projecto sem fins lucrativos (um hobby praticado por pessoas que gostam de se "perder" no meio da natureza) e que, se fôr bem sucedido, poderá levar algumas dessas pessoas a percorrer os caminhos trihados outrora; sentir o elan dos locais, apreciar as paisagens, passar a fronteira a pé e regressar, procurar os Calvários, sentir o seu significado, etc...
Por isso, peço-lhe que me indique um endereço de e-mail para eu lhe enviar o pedido juntamente com os detalhes do trabalho que estou a pensar fazer.
Cumprimentos,
Manuel Antunes
mantunes@netc.pt
(o mail correcto é este)
Votos de um BOM NATAL.
Um abraço.
A raia, e a história o tem provado, não tem nacionalidade, mas somente uma bandeira, a da fraternidade.
Um Feliz Natal e a concretização de todos os sonhos em 2006, são os meus votos.
Um abraço. Augusto
PS Depois do Natal telefono.
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