"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, julho 19, 2009

Poema Telúrico




Mais um ano diante
destas árvores, destas oliveiras,
destas fontes, destes rostos.

Alpedrinha floresce
depois do vento do orvalho
do sol e das palavras,
que não criaram raízes na água.

Alpedrinha saboreia-se
no voo dos versos, que amam
sem pedir nada em troca.

Alpedrinha é o sorriso e o
mel de um cântico matinal
o mar sonhado de braços enluarados
a remar no sentido do abraço.

Alpedrinha é um céu de estrelas
coroando o desejo de permanecer.
Gardunha eterna,
para além dos homens e
da passagem do tempo.

Alpedrinha é regressar a estas
casas e respirar a tranquilidade
de ter chegado a casa.

No coração do futuro
habitaremos a luz de cada dia
em versos necessários como o pão,
ousando sílabas de Maio:
papoila trigo cravo e asas
trompetes de água
clarinetes de sol
pianos de nuvens

para dançarmos renovados
sobre vidros, sobre brasas.

17-5-2008

Luís Filipe Maçarico

6 comentários:

Pedro disse...

Simplesmente... simples

nota: o que é simples é lindo

Fernando Pires disse...

"Alpedrinha é regressar a estas
casas e respirar a tranquilidade
de ter chegado a casa."
Quem ama esta terra e está fora dela é este o sentimento quando regressa.
1 grande abraço.

Elvira Carvalho disse...

Não conheço Alpedrinha, penso até que já lhe contei uma história curiosa a respeito de Alpedrinha num outro post que você fez sobre ela.
Mas a julgar pela inspiração que lhe traz deve ser uma terra muito bonita.
Um abraço

Céci disse...

Sente-se o carinho com que dizes:
"Home sweet home"
Simplemente lindo!

Bjinho

Céci

Agosto disse...

Sim... Alpedrinha e os seus habitantes merecem todo esse carinho. Bem Haja
Abraço de quem tambem ama esta terra.

Eduardo Trigueiros Serra disse...

Tanta genorosidade...
Bem hajas Amigo