procuras os meus olhos
nas estrelas mas
ainda estou aqui
procuras os meus lábios
nos sonhos mas eu
sou real
nas entrelinhas
em segredo,
procuras-me
procuras aquelas noites
em bocas e corpos
que não te satisfazem
porém
nunca me encontrarás
fora de mim.
sabes como sou vulcão
como sou mel
basta dizeres a palavra
mágica.
basta escreveres o nome
do fogo
que nasce
na sede de um abraço,
para saberes de mim
com o rigor das sílabas
e a meiguice da luz.
o sabor da tua língua, guardo-o
ainda. Aquela noite de Abril
não se apagou...
...Mas outras bocas
me desinquietam,
outros rios me chamam...
Juro que não envelhecerei
a lamentar o teu silêncio.
Recusaste o céu,
onde sempre fecundei
desejos de terra
manhãs de mar.
Tenho asas,
vou renascer!
Luís Filipe Maçarico (poema e fotos - da Mina de S. Domingos, Mértola)
Lisboa, 7-7-2009; 15:27
1 comentário:
Continuo a gostar imenso de o ler.
Um abraço
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