É com pesar que vejo o Montepio Geral abandonar as instalações, que durante os últimos anos manteve na Praça da Armada, ocupando o espaço que ao longo de décadas foi uma tasca.
Cada vez mais este banco, nascido há quase dois séculos como caixa económica mutualista, tem derivado para conceitos economicistas, onde as pessoas valem pouco e o que importa é estimular o consumo.
Também eu em tempos recebi um cartão, incentivando-me a gastar o que não tenho, nem nunca terei e não foi qualquer outro banco, mas este, que descobri, afinal igual aos outros...
Recebi uma carta informando-me da deslocalização do balcão para Santos.
A farmácia da mesma rua, uns passos abaixo, onde durante uma vida fui atendido e cuidado, comprando por lá os remédios vitais, desapareceu há muitos meses. O Millenium idem. Os CTT que também estavam perto, saíram para a Rua de Sant'Ana à Lapa.
A própria CP decidiu suprimir nos fins de semana os comboios da linha da Azambuja que saíam de Alcântara Terra.
Alguns autocarros também não ligam o resto da cidade a esta zona, aos sábados e domingos.
Resta a Caixa Geral de Depósitos, três cafés e mercearias de paquistaneses e amáveis nepaleses.
Nesta rua de Lisboa, a Rua Prior do Crato, ainda passam autocarros da Carris, senão sentir-me-ia em Segura, Salvaterra do Extremo, para falar de terras do interior, da raia desertificada.
Sem qualquer preocupação visível da Câmara Municipal de Lisboa ou da Junta de Freguesia da Estrela.
A directora do Marketing e Comunicação do Montepio justifica que esta "reformulação" "tem por objectivo melhorar a qualidade dos serviços"daquele banco.
Gostava de saber em quê.
Luís Filipe Maçarico
Ecos do Encontro temático em Campo Maior
Há 5 dias
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