Quando o espaço aéreo é interrompido, para se realizar o patético baptizado do filho de Cristiano Ronaldo, quando um monopólio interdita, - com a conivência das autoridades -a principal avenida da capital, a fim de fazer propaganda pseudo - benevolente e patrioteira, com a rebuscada argumentação da suposta importância agrícola deste caixote de lixo disfarçado de país, junto da populaça alumbrada, quando futuros juízes copiam em escala elefantisíaca um teste americano, e ao invés de chumbar, parece que hão-se ficar aptos para julgar outros aldrabões, quando começa a ser usual assaltar à bomba caixas multibanco, quando se subsidiam vacas, ao mesmo tempo que se retiram abonos de família, quando se canalizou imenso dinheiro do erário público, para amparar o banco dos corruptos, quando o primeiro ministro cessante, que reduziu salários, reformas, subsídios de desemprego, impondo taxas e impostos, aumentando medicamentos e bens vitais, facilitando despedimentos, se retira, dizendo que quer ser feliz e o primeiro que se segue, diz que irá mais longe, que a própria Troika, concluo estar lúcido e felizmente inapto, para sentir mais que zero desse folclore patrioteirista, que Scolari, enquanto mamava à tripa forra, semeou na fértil terra do carneirismo luso.
Não se amofinem pois aqueles que, ao acordar um dia destes, se revelaram nacionalistas, após um recalcamento de três décadas, descobrindo as delícias de beijar, - repetindo o gesto do defunto papa polaco, - o torrão natal, como se fosse a primeira maçã do Paraíso, entoando, qual oração, palavras grandiloquentes, de fervoroso amor pátrio.
Têm todo o direito de seguir por esse caminho, tal como os que aplaudem os trapaceiros do futebol, votam em vendedores da banha-da-cobra, delambem-se com couratos e musicatas ordinarotas, numa qualquer feira rasca e chunga, ou os que saíram de casa, para apreciar a Mega Farmville de Belmiro, na Avenida da Liberdade, alegando grande interesse em assistir ao espectáculo dum regorgitador de canções, sempre iguais, de dor de corno...
Mais facilmente se vai a estas coisas, do que ao teatro, ou a uma exposição de pintura...
É a coltura, pois então! A tal, que não precisa de ministério, porque está habituada ao cheiro do curral e da capoeira. E que, mentecapta e ressabiada, puxa da pistola, à primeira crítica, incapaz de digerir o próprio azedume.
Não se esqueçam pois os incautos, quando gritarem a inflamada adoração a Portugal, que o Portugal concreto está nas mãos dessa gente, que vive à grande e à francesa, impedindo os vossos filhos de serem felizes, os vossos pais e avós, de terem uma velhice digna, rasteirando -vos a passada segura...
O resto é ficção, História, passado. O presente é um poço de água envenenada e o futuro, um filme de terror ao vivo, em que os vampirizados somos nós.
Quem deseja viver neste espaço, numa dimensão verdadeiramente humana, sabe que isto só lá vai com o fim dos empórios dos chulos, que cá dentro e em todo o mundo, põem e dispõem no equilíbrio das nossas vidas.
Da forma como o jardim, à beira mar espezinhado, se encontra, será bom sublinhar que não é país que se grame, muito menos que se ame!...
E não me parece que melhore, apesar do júbilo de Medina Carreira, lídimo representante de uma elite que abocanha quem trabalha, com tubarónico desprezo.
Esta é a ditosa pátria, que já foi de Camões, em sucessivos refluxos de babugem...
VIVA O QUÊ???
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)
Não se amofinem pois aqueles que, ao acordar um dia destes, se revelaram nacionalistas, após um recalcamento de três décadas, descobrindo as delícias de beijar, - repetindo o gesto do defunto papa polaco, - o torrão natal, como se fosse a primeira maçã do Paraíso, entoando, qual oração, palavras grandiloquentes, de fervoroso amor pátrio.
Têm todo o direito de seguir por esse caminho, tal como os que aplaudem os trapaceiros do futebol, votam em vendedores da banha-da-cobra, delambem-se com couratos e musicatas ordinarotas, numa qualquer feira rasca e chunga, ou os que saíram de casa, para apreciar a Mega Farmville de Belmiro, na Avenida da Liberdade, alegando grande interesse em assistir ao espectáculo dum regorgitador de canções, sempre iguais, de dor de corno...
Mais facilmente se vai a estas coisas, do que ao teatro, ou a uma exposição de pintura...
É a coltura, pois então! A tal, que não precisa de ministério, porque está habituada ao cheiro do curral e da capoeira. E que, mentecapta e ressabiada, puxa da pistola, à primeira crítica, incapaz de digerir o próprio azedume.
Não se esqueçam pois os incautos, quando gritarem a inflamada adoração a Portugal, que o Portugal concreto está nas mãos dessa gente, que vive à grande e à francesa, impedindo os vossos filhos de serem felizes, os vossos pais e avós, de terem uma velhice digna, rasteirando -vos a passada segura...
O resto é ficção, História, passado. O presente é um poço de água envenenada e o futuro, um filme de terror ao vivo, em que os vampirizados somos nós.
Quem deseja viver neste espaço, numa dimensão verdadeiramente humana, sabe que isto só lá vai com o fim dos empórios dos chulos, que cá dentro e em todo o mundo, põem e dispõem no equilíbrio das nossas vidas.
Da forma como o jardim, à beira mar espezinhado, se encontra, será bom sublinhar que não é país que se grame, muito menos que se ame!...
E não me parece que melhore, apesar do júbilo de Medina Carreira, lídimo representante de uma elite que abocanha quem trabalha, com tubarónico desprezo.
Esta é a ditosa pátria, que já foi de Camões, em sucessivos refluxos de babugem...
VIVA O QUÊ???
Luís Filipe Maçarico (texto e foto)
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