"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, junho 12, 2011

POMONAS CAMONIANAS - UM DOS GRANDES CARTAZES FESTIVOS DE CONSTÂNCIA


























Não fora a indústria de celulose, que aqui não mostramos, e Constância era o paraíso.
Inaugurada em 1960,- é a segunda unidade de uma empresa do ramo, que foi fundada em 1888, e cuja primeira fábrica foi construída, junto ao rio Caima, em Albergaria, para produzir pasta de pinho, alterou a belíssima paisagem onde o Zêzere se une ao Tejo...

Por estes dias, anualmente, celebram-se as Pomonas Camonianas, assinalando o Dia de Camões, pois consta que Camões ali viveu na sua juventude. A lenda tem tal força que existe a Casa de Camões, um monumento e um jardim, dedicados ao épico.
A Pomona é a deusa da mitologia romana - da antiguidade clássica - das frutas, dos jardins e dos pomares...

Na passada sexta feira, a caminho de Alpedrinha, desfrutei dessas amenas sombras, percorrendo a Feira de Antiguidades, que todos os anos, a 10 de Junho "invade" as ruas da vila-Poema, cuja autarquia é actualmente presidida pelo astrónomo Máximo Ferreira, a quem se deve o magnífico Centro Ciência Viva de Constância - Parque Temático de Astronomia".

O que me espantou, nesta visita àquele lugar mágico, onde estive com Artur Bual, que ali fez uma exposição dedicada aos poetas, existindo ali um museu Vasco Lima Couto e onde terá vivido Alexandre O'Neill, foi o facto de se ter realizado um casamento, em que todos os convidados e os próprios noivos trajaram à época de Camões.

Portugal, não obstante todas as malfeitorias que têm sido consumadas, ao longo dos séculos (Inquisição, Pide) por moralistas, vendedores da banha da cobra e outros oportunistas, continua a surpreender, pela criatividade e sensibilidade daqueles que não vivem um dia de cada vez e continuam a sonhar.

Bem Hajam estes jovens, que idealizaram (e por isso o programa das Pomonas deste ano integrou este evento) uma forma diferente de projectar o destino, em vez de se deixarem levar pela brisa da manhã...
É claro que, para isso, teve de haver apoios, mas a verdade é que eles conseguiram e foram notícia.
Nem sempre o sangue e a desgraça são os únicos títulos da comunicação social.
A festa, a alegria e a imaginação, como aconteceu em Constância, fazem a diferença, quando se resiste ao medo e ao marasmo, com um traço - marcante - de Poesia .
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

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