"Um Barco atracado ao cais é sempre um sonho preso"

domingo, junho 14, 2009

Uma das Mais Belas Viagens de Comboio






Entre Vila Velha de Ródão e Almourol, o Tejo é acompanhado pelo comboio da Beira Baixa, apresentando-nos perspectivas que o olhar guarda no coração.
Já vi o rio sereníssimo e tumultuoso. As margens queimadas, ferindo a alma.
Nessas carruagens convivi, deliciado, a caminho de Alpedrinha, com amigos que já não voltam como Adriana Rodrigues.
Sonhei viagens e livros e sonhos incessantes, com Ana, Alexandra, Belmira, Cristina, São e tantos outros nomes que guardo no mais fundo de mim, pois são tesouros...
E o Tejo sempre presente. Em Dezembro ou Junho.
Recomendo a quem deseje ter emoções únicas fazer algumas viagens em Portugal, como esta do comboio da Beira Baixa.
Outra é a linha do Douro. Fantástica.
Bem melhor viajar do que ficar em casa, a escutar uma rádio local daquelas que passam sempre cantores brazucas, gemendo coisas como: "vem ficar comigo a noite inteira/curte essa paixão tão verdadeira/infeliz de quem não sabe amar" e logo a seguir outro que começa a latir:
"Sua presença é tão insistente em mim/chego a pensar que você ainda está aqui..."
Se quiserem curtir dor de corno, sintonizem, por exemplo, oitenta e nove ponto nove e depois digam lá se não tenho razão...
Não admira que um dia alguém nos tenha chamado "gostoso", pois devia ter o cérebro cheio destes dislates, com sotaque excessivamente açucarado...
Decididamente, as viagens são criativas e limpam-nos de todas as parvoeiras da vida.
Viva o comboio da Beira Baixa!
Luís Filipe Maçarico (texto e fotografias)

4 comentários:

Kosta disse...

Acho que nunca te vi com os pés tão assentes na terra... espero que não sejam influências minhas...!
Tb adoro a paisagem do Douro!
Beijo

mariabesuga disse...

"Viva o comboio da Beira Baixa!"

...e digo mais... VIVA O COMBOIO DA BEIRA BAIXA A CAMINHO DE ALPEDRINHA!!!...

Jingã e Obrigada por esta memória.
Belmi

(ainda há poucos dias estive a reler os poemas para Alpedrinha. guardo religiosamente.)

jose filipe rodrigues disse...

O poema mais conseguido
ficará sempre por escrever,
flutua entre as fronteiras do universo,
de muitos desencontros e cumplicidades,
do parecer e do ser.
Se me dessem toda a eternidade
para exaltar os instantes bons da vida
faltar-me-iam a memória e a imaginação
para expressar todo o significado
desses momentos de vivências de alegria.
Os poemas mais conseguidos
são de rimas impossíveis de conciliar,
não obedecem a formatos ou paradigmas,
não se escrevem, vivem-se no dia a dia.
As frases tipografadas, ditas ou declamadas,
esgotam-se no acto e na mensagem.
A poesia mais absoluta e autêntica
não se diz, não se escreve, não se entoa em canções
vive em viagem, não desagua só em palavras
sobre pessoas, coisas, paisagens, ou emoções.
A poesia mais conseguida
vive com a luz e deixará de ter sentido,
como as flores e como o sistema solar,
no dia em que o sol deixar de brilhar.
O poema mais conseguido,
no passado ou no presente,
ficará sempre por dizer, por escrever
e, de uma modo individual e diferente,
quase todos fomos capazes de o viver.

jose filipe rodrigues disse...

O poema mais conseguido
ficará sempre por escrever,
flutua entre as fronteiras do universo,
de muitos desencontros e cumplicidades,
do parecer e do ser.
Se me dessem toda a eternidade
para exaltar os instantes bons da vida
faltar-me-iam a memória e a imaginação
para expressar todo o significado
desses momentos de vivências de alegria.
Os poemas mais conseguidos
são de rimas impossíveis de conciliar,
não obedecem a formatos ou paradigmas,
não se escrevem, vivem-se no dia a dia.
As frases tipografadas, ditas ou declamadas,
esgotam-se no acto e na mensagem.
A poesia mais absoluta e autêntica
não se diz, não se escreve, não se entoa em canções
vive em viagem, não desagua só em palavras
sobre pessoas, coisas, paisagens, ou emoções.
A poesia mais conseguida
vive com a luz e deixará de ter sentido,
como as flores e como o sistema solar,
no dia em que o sol deixar de brilhar.
O poema mais conseguido,
no passado ou no presente,
ficará sempre por dizer, por escrever
e, de uma modo individual e diferente,
quase todos fomos capazes de o viver.