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OUTRO NÃO QUERO SER
Outro não posso ser
senão este que mede
as horas e olha o tempo,
sabendo do novo sol
depois da chuva
cantando ao vento
após um mar de lua.
Outro não devo ser
senão este que pesa
o verbo e reparte o
silêncio sentindo um
velho verso na espuma
da nova rima.
Outro não quero ser.
28-11-02
Luís Filipe Maçarico (foto e poema)
2 comentários:
Amigo Luis,
gostaria que soubesses que sinto muito respeito e admiração pela tua pessoa. És um ser único: singular no falar, singular no poetar... (Rimou e é a mais pura verdade).
Escrevo este punhado de palavras sem almejar nada em troca; escrevo porque sei, porque sinto, que acreditas que existe poesia nos olhos do Mundo. Termino com um poema teu, o meu preferido, confesso:
«LÍQUENES
Não sei como dizê-las
As palavras parecem efémeras.
Todavia regressam por vezes
Com um vigor inesperado.
Lembram líquenes
Entranhados nos muros de Inverno.
Não sei como trazê-las
Ao papel. Chegam a recusar
Entornar a sua luz. E a noite
É então um negro rio
De solidão...»
Luís Filipe Maçarico
"A Secreta Colina"
(22/8/200)
P. S. Adorei a foto e os teus versos. Parecem vagas, ondas do mar ou, se me permites, ondas de vento, de pensamento!
Fica bem!
Abraço, FM
Excelente texto que nos faz pensar na nossa natureza e meditar um pouco sobre nós.
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